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12 de Oruro acordam com gritos de "Boca" e choram com reação da torcida

on qui, 16/05/2013 - 13:13
quinta-feira, 16 Maio, 2013 - 13:30

Presos bolivianos e de outros países decidiram brincar com os corintianos acusados de participarem da morte dio joven Kevin Espada, atingido por um foguete sinalizador duranta o jogo entre Corinthians e San José. Alguns vestiram camisa do Boca Juniors. "Que pesadelo, a gente acorda na cadeia ouvindo gozação porque nosso time foi eliminado", disse Tadeu Macedo Andrade, um dos detidos e vice-presidente da uniformizada Gaviões da Fiel.

Entre os presos em Oruro, estão dois argentinos. Mas eles não "tripudiaram" com os alvinegros que viram pela televisão o Corinthians ser eliminado pelo Boca Juniors, na noite desta quarta-feira no estádio Pacaembu. "Um torce para o River Plate e o outro é Independiente. Então eles não fizeram nada. Os bolivianos é que se divertiram. Eles torcem para o Boca porque aqui na tevê a cabo, passam o campeonato Argentino", contou Tadeu.

Os 12 de Oruro se dividiram em dois grupos para acompanhar o jogo que terminou empatado em 1 a 1. Eles agora têm duas televisões, uma em cada cela. Alguns sentenciados que simpatizam com o Corinthians viram a partida juntos dos corintianos. Eles acompanharam a revolta contra o árbitro paraguaio Carlos Amarilla. "Vocês foram  roubados", disse o boliviano Roberto "Luna", condenado por homicídio.

Foi ele quem atendeu o telefone público instalado na prisão e chamou Tadeu para a conversa com o Blog do Boleiro. Os corintianos são populares na cadeia. Depois de terem sido eliminados do torneio interno de futebol, nas quartas de final, eles agora disputam "amistosos" contra seleçionados de outros países. "A gente joga de segunda a sexta, menos na quinta-feira. O engraçado é que os caras montam seleções da Bolívia, Argentina, Peru, Chile, e ficam falando que querem bater o Brasil jogando na altitude", contou Tadeu.

Na noite desta quarta-feira, os corintianos saíram do sério com Amarilla. O juiz anulou um gol, marcando impedimento inexistente de Romarinho. Ainda deixou de anotar duas penalidades máximas em lances envolvendo o atacante Emerson. "O que aconteceu ontem foi grave. Acontecer um roubo destes numa partida de oitavas de final da Copa Libertadores da América atrapalha todo o planejamento do time", falou Tadeu.

Restou a emoção de ver a torcida do Corinthians cantando o hino do clube e aplaudindo a equipe em pé, depois do jogo. "Não teve quem não chorou na cela", descreveu Tadeu. Para ele, os erros de Amarilla se comparam à situação que os 12 de Oruro enfrentam, sem conseguir a liberdade provisória por demora do juiz que cuida do caso. "O juiz da Bolívia e o de ontem podem dar as mãos e sair andando", falou.

Enquanto aguardam pela final do Campeonato Paulista, os alvinegros que estão presos continuam esperando pela liberdade. O ritmo da justiça boliviana é descrito como "espera por aquela tartaruga dando marcha a ré". Funcionários da embaixada brasileira na Bolívia, têm ligado dua vezes por semana para ver como se encontram os corintianos presos.  "Mas precisamos que o governo brasileiro lute, brigue por nossa liberdade. Somos inocentes", garantiu Tadeu.

Terra