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Após requerimento de vereadores, administração do hospital presta esclarecimentos na Câmara

on ter, 10/11/2015 - 09:12
terça-feira, 10 Novembro, 2015 - 09:00

Um assunto que vêm repercutindo bastante nos últimos meses, a saúde no Município de Camapuã, um dos pontos mais lembrados é o Hospital (Sociedade de Proteção á Maternidade e a Infância de Camapuã), que após denúncias de falta de medicamento e outros materiais necessários para o seu funcionamento, a administração do local foi convidada a prestar esclarecimentos na Câmara Municipal de Vereadores.

A reunião aconteceu na tarde desta segunda-feira (9) e contou com a presença de todos os vereadores, exceto o presidente da câmara, Humberto Bogarim e o segundo secretário, Juarez Pereira. Representando o hospital estiveram o secretário municipal de saúde, Aldecir Dutra de Araújo, o diretor presidente do Hospital, Agnaldo Silva de Oliveira, a diretora clínica Dra. Melissa Ramos Irabe e a administradora Nádima Rezende Machado.

Representantes do Conselho Municipal de Saúde também estiveram presentes na reunião.

No início os representantes do hospital fizeram uma apresentação do funcionamento da unidade, o secretário falou da vida financeira do hospital, conforme ele, a Prefeitura repassa R$ 110 mil por mês, mais dois aditivos, sendo um no valor de R$ 100 mil, á ser pago em 4 vezes e outro no valor de R$ 75 mil, em 2 vezes.

O presidente do hospital falou sobre a dificuldade de administrar a unidade, lembrando a pouca quantidade de sócios, que atualmente é de 68, o que resulta em menos de R$ 2 mil reais arrecadados por mês, fez questão de lembrar que até os próprios vereadores não fazem questão de se associar e contribuir com o hospital, pontuando que apenas o vereador Manoel Nery faz parte do quadro de sócios.

A diretora clínica explicou sobre os procedimentos realizados no hospital, o repasse que recebem conforme a produtividade da unidade, também explicou em detalhes as despesas e conforme os números expostos, o hospital trabalha com um déficit mensal que gira em torno de R$ 20 á 30 mil.

Clima quente

A reunião seguia tranquila até iniciar os questionamentos, o primeiro ponto de atrito foi quando o vereador Giovane Rocha perguntou sobre possíveis reclamações sobre uma enfermeira, conforme o vereador, tais reclamações haviam chegado ao conhecimento deles, a pergunta pareceu não agradar a junta administrativa, para o presidente do hospital, a pergunta só estava sendo feita pelo fato da enfermeira em questão ser enteada do prefeito, ainda assim todos relataram não terem recebido reclamações formais sobre a enfermeira, mas sim constantes elogios.

Acusações

Em determinado momento acusações foram realizadas indiretamente de ambas as partes, elas começaram quando o vereador e médico cirurgião do hospital, Dr. José Dias, disse que o hospital vivia nas ‘tetas’ da prefeitura, que enquanto a ‘teta’ tivesse ‘gorda’ o hospital iria continuar naquela situação.

A fala do vereador não agradou em nada o presidente do hospital, que respondeu no mesmo nível ao dizer que não vai pra frente (saúde) porque existe médico que anda com receituário debaixo do braço fazendo, fazendo política suja em função da profissão que exerce.

Falta de medicamentos

Sobre a possível falta de medicamentos, a diretora clinica negou, conforme ela, o hospital de Camapuã enfrenta problemas iguais todos os demais, afirmou que realmente a compra de medicamentos é feita de forma regrada, em função da escassez de recursos, mas que deixar de realizar procedimentos por falta de medicamentos, isso não era verdade.

Sobre a falta roupas e lençóis ela afirmou que realmente o hospital tem uma quantidade limitada de peças e que necessita de recursos para adquirir mais unidades, a falta de roupas pode acontecer quando há mais internações que a capacidade do hospital.

Pacientes de outros municípios

Outro ponto agitado da reunião foi quanto as despesas com pacientes de outros municípios, atualmente apenas o município de Bandeirantes tem pactuação com o hospital, ou seja, recebe repasse referente aqueles atendimentos, mesmo assim esse atendimento tem um limite de procedimentos, outros municípios vizinhos não pactuam com o hospital, neste caso o hospital não recebe nada por estes procedimentos. Na visão da maioria, mesmo que pactuado este acolhimento de pacientes de outros municípios acabam trazendo prejuízos para o hospital, principalmente para os pacientes locais.

Essa não é a visão do secretário de saúde e administração de Camapuã, Aldecir Dutra, durante a reunião o secretário informou que está em conversa com outros municípios, para criarem um consorcio intermunicipal, que nada mais seria que trazer pacientes de vários municípios vizinhos para serem atendidos no Hospital de Camapuã, para o secretário o hospital teria sim um fluxo ainda maior, porém melhoraria a sua arrecadação.

A proposta não agradou muitos que estavam presentes, mesmo porque tal medida beneficiariam moradores de outros municípios e não estaria priorizando o atendimento da população camapuanense.

A reunião durou quase três horas, algumas perguntas que não foram respondidas serão encaminhadas por escrito para que a administração do hospital possa responder de forma que não exponha funcionários.