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Camapuã: Deco investiga se há relação de acidente com manutenções

on sex, 16/02/2018 - 10:44
sexta-feira, 16 Fevereiro, 2018 - 10:30

 

Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco) vai participar das investigações a respeito da queda de aeronave ocorrida na manhã de ontem, em fazenda no município de Camapuã.

A equipe se desloca hoje de Campo Grande para acompanhar trabalho de técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica, junto com a Polícia Civil local, responsável pelo inquérito.

A Deco é credenciada para a tarefa por ter desarticulado esquemas de manutenções irregulares de aeronaves em Mato Grosso do Sul, a partir da Operação Ícaro, deflagrada em 2015.

Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, será feita perícia no local em busca de informações que possam levar às causas do acidente.

“Vamos verificar o que de fato ocorreu junto com o técnico do Cenipa. Ainda não há detalhes porque precisamos ver o local, para entender a dinâmica do ocorrido. Mas vamos analisar tudo, inclusive as manutenções, embora ainda não haja suspeita específica”, pontuou Medina.

Conforme noticiado ontem, o avião prefixo PT-NYM era ocupado por instrutora de voo de 30 anos, e um aluno, de 19 anos, e pertence a uma empresa de escola de aviação da Capital. A vítima com ferimento mais grave foi a instrutora. Ela teve fratura nos braços e foi encaminhada para a Santa Casa da Capital.

O outro passageiro sofreu escoriações leves. A queda foi por volta das 10h30 e aconteceu a cerca de 13 quilômetros do centro de Camapuã, perto do aeroporto municipal daquela cidade. Há também uma pista particular nesse local.

 

OPERAÇÃO ÍCARO

 

A operação foi deflagrada na manhã do dia 29 de outubro de 2015, junto com técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por meio da denúncia feita pelo dono de uma oficina instalada no Aeroporto Santa Maria, em Campo Grande. A vítima relatava que algumas peças de aviões teriam sido furtadas de seu estabelecimento. Os fatos ocorriam há dois anos.

A Deco se incumbiu do caso e chegou à TK Aviação, localizada nas imediações do Rádio Clube, onde estavam inúmeras peças sem registro. Um avião foi apreendido no aeroporto, pois estava com a hélice e um cubo de hélice furtados. O dono prestrou esclarecimentos. Todo o material apreendido chamou a atenção da polícia que notou o risco iminente oferecido à segurança aérea no Estado, levando em conta a irregularidade das manutenções.

As peças apreendidas, quase um caminhão lotado, não tinham homologação e foram periciadas para saber sua origem, ou até mesmo se estão entre as furtadas. Além do crime de furto, os três sócios da TK também respondem por colocar as aeronaves em risco ao instalar peças não homologadas, na oficina clandestina. A partir destas descobertas, a Deco chegou a outros acidentes e crimes relacionados com manutenções irregulares, que levaram ao desdobramento de novas fases da operação. Aeronaves chegaram a ser clonadas para uso do tráfico de drogas.

Confira o Vídeo:


Fonte: Correio do Estado