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‘Camapuanense’ Jully Heyder fala sobre candidatura à presidência da OAB-MS

on ter, 05/05/2015 - 13:41
terça-feira, 5 Maio, 2015 - 13:45

Advogado especialista em direito público e direito privado, Jully Heyder da Cunha Souza concedeu entrevista ao jornal Top Mídia News, onde falou sobre sua candidatura a presidência da OAB-MS. Jully que apesar de nascer na capital do Estado, é um legítimo camapuanense, filho do também advogado, doutor Jaquessom Marcelino de Souza, ele caminha para ser mais um ‘filho de Camapuã’ a colocar seu nome na história do nosso Estado.

Confira na íntegra a entrevista da jornalista Tainá Jara para o Top Mídia News

Advogado especialista em direito público e direito privado, Jully Heyder da Cunha Souza é o entrevistado da semana do Top Mídia News. Primeiro nome a se candidatar a próxima eleição para presidência da OAB- MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul), o advogado falou sobre como será construída a campanha, além de tecer duras críticas a atual gestão, tanto nacional, como regional.

 

A aproximação com a entidade é antiga e gerou admiração. Heyder fez parte do conselho da entidade, onde também atuou como ex-secretário geral adjunto. Trabalhou ainda como professor universitário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) por quatro anos. A definição sobre se adicionará um novo cargo ao currículo será na segunda quinzena de novembro, quando ocorrem as eleições da Ordem.

 

Como foi feita a escolha do seu nome para a disputa da presidência da OAB-MS?

 

Nós buscamos uma conversa muito ampla com todos os membros deste grupo, com todas as lideranças, representada pelos ex-presidentes que nos apoiam. Desta conversa ampla acabamos por chegar a alguns nomes que foram se afunilando. Mas sempre buscando uma saída que representasse a unidade do nosso grupo. Então após muita conversa, o doutor André Xavier  e o doutor Tiago Bana, que eram também pretensos candidatos, abriram mão das suas candidaturas e meu nome foi chancelado como representante deste grupo.

 

O senhor já atuou na OAB como conselheiro e participou da diretoria como secretário adjunto. Como foi esta experiência?

 

A experiência de trabalhar com a OAB é sempre gratificante. Primeiro por ser uma instituição que tem um personalidade própria. E estando lá dentro, você tem a oportunidade de ir conhecendo a ordem, se interessando e respeitando os princípios da instituição. Além de moldar a sua personalidade de acordo com estes princípios. Então é sempre gratificante trabalhar com a Ordem. Foi um período de entendimento, experiência e conhecimento no enfrentamento de problemas, além de amadurecimento e crescimento para hoje chegar com segurança a este pleito que nós estamos.

 

Quais são as propostas apresentadas pela chapa aos advogados?

 

Na verdade hoje, o que nos temos que fazer é deixar bem claro os rumos que nós queremos para a Ordem dos Advogados de Mato Grosso do Sul e também os rumos que nós imaginamos ser os corretos para o cenário até nacional da instituição. Nós vamos eleger junto com nossa chapa estadual os conselheiros federais.  Então neste momento, nós temos que definir metas, alguns princípios gerais sobre os quais nos vamos montar a nossa carta de propostas. Esta carta obviamente será construída durante a nossa campanha, através do diálogo, através da participação de todos os envolvidos, através da participação de todos os setores da advogacia. Hoje o que nos temos são princípios. E quais são estes princípios? São de uma OAB independente, que abandone a pessoalidade no trato institucional, que recobre o diálogo institucional com as outras entidades e com os poderes, e uma OAB que olhe realmente para os advogados. Desde o profissional que está começando até o advogado que está a frente de grandes causas que tem uma  dificuldade tremenda de advogar.  A Ordem tem que estar ao lado de todos eles.

 

A OAB-MS, por não ser apenas uma entidade de classe, costuma se posicionar diante de fatos significativos da política. Qual a importância desta postura diante dos escândalos envolvendo a política local, como o caso do vereador Alceu Bueno (PSL), envolvido em um caso de exploração sexual de menores de idade?

 

O próprio estatuto da ordem tem as suas finalidades a defesa do estado democrático , das instituições, da ordem jurídica , ao lado da defesa dos advogados  e da representação da classe. Então este papel, essa inserção social nos grandes temas que interessam a democracia, a ordem jurídica isto é fundamental, até mesmo, para a existência da Ordem dos Advogados. Por que está no espírito da ordem. Está na essência dela. Essa participação institucional da Ordem nestes assuntos como corrupção, a transparência dos poderes. Isso é tema que a ordem tem que estar tratando e ser pauta constante. Agora evidentemente que nos últimos anos, principalmente neste último período que estamos assistindo, a Ordem realmente silenciou. E isto se deu muito em razão desta crítica que nós estamos fazendo, tanto no cenário estadual, como no federal, ela começou a tratar a instituição na base dos interesses pessoais daqueles que estão lá. Acredito que isto seja um das razões da omissão da Ordem sobre estes casos.

 

Como avalia a atual gestão da OAB estadual e federal?

 

Todos sabem e está muito fresco na cabeça da sociedade dos advogados que o nosso atual presidente foi envolvido em um escândalo muito grande de uma contratação tida como ilegal e isto foi dito pelo próprio Ministério Público do Estado que ajuizou uma ação penal contra ele, em que o nosso presidente foi contratado pelo município de Campo Grande, sem licitação, para realizar um serviço que a própria procuradoria do município poderia realizar. Isto gerou um desconforto muito grande e este mesmo grupo que hoje está na oposição se levantou contra o presidente que nós elegemos. Primeiro pedimos que ele revisse isto e desistisse deste contrato, mas ele manteve a posição. E isto acabou rendendo um pedido de afastamento dele junto ao Conselho Federal, que infelizmente não foi atendido, e diante deste quadro nós tivemos que fazer uma opção. Entre sair da administração ou jogar toda a sujeira de baixo do tapete e ficar lá por mero amor a cargos, o que não era a nossa intenção. Disto isto, eu possa traçar uma panorama do que é a atual gestão. Uma gestão que se pautou deste o início, através de seu presidente, nos interesses pessoais deles. Jogando por terra o que era realmente interesse da instituição, os princípios cíveis que mantém a instituição de pé até hoje, que mantém a integralidade do nome da OAB. Isto conduziu a ordem a um cenário de total descrédito. No cenário estadual, é uma ordem totalmente falida em questão de credibilidade e é isto que precisa mudar. Extirpando de lá esta política do patrimonialismo do morfologismo e do interesse pessoal.

 

Agora no cenário nacional, a crítica se dá em razão justamente da omissão do conselho federal por um razão que todo mundo sabe. Que é o interesse do atual presidente nacional de ser nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal pela Presidente da República. Então, hoje, o que estamos assistindo é a ordem ficar absolutamente calada, omissão com relação ao maior escândalo de corrupção que já se viu na história, em nome de um interesse pessoal. O problema que nos parece bem evidente, está ai. Na sobreposição do interesse pessoal sobre o interesse da instituição.

 

Estamos apenas começando uma caminhada que tem como objetivo a reconstrução da nossa instituição  e para isto contamos com a advocacia do estado de Mato Grosso do Sul. Vamos andar com as portas totalmente abertas  para todos os grupos  que representam a oposição da ordem e todos os advogados que se interessam realmente pela nossa instituição. Esse é o momento de reconstruir a Ordem, de recolocá-la de pé, porque sem OAB forte não existe advocacia independente.


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