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Camapuanense participa de encontro de craques que marcaram época no futsal de MS

on seg, 12/11/2018 - 16:14
segunda-feira, 12 Novembro, 2018 - 16:00

Camapuanense Adelmar Neves Miranda, o segundo da direita para esquerda - Foto: arquivo pessoal

O clima de nostalgia tomou conta do Clube Estoril neste domingo (11). Isso porque se reúnem, pela primeira vez, ex-jogadores de futsal que brilharam em clubes estaduais entre os anos 1980 e 1990. Presidente do clube, Horácio Andino cedeu o espaço, onde o “Primeiro encontro dos ex-feras do Futsal de Mato Groso do Sul” ocorre durante todo o dia.

O craque de Camapuã Adelmar Miranda, foi um dos convidados para o encontro, pois fez parte dessa geração de ouro do futsal de Mato Grosso do Sul, ala esquerdo e pivô, ele relatou a Redação do InfocoMS que atuou pelas equipes do Soares em 85, Kangurú Esportes em 86 (onde foi campeão estadual da federação em 87), Ipiranga em 87 e Drogaria do Lázaro em 88, todas equipes de grande expressão no futsal de MS na época.

Adelmar ainda foi um dos responsáveis por montar uma sensacional equipe de futsal para Camapuã disputar a Copa Morena de 92, foi uma verdadeira seleção de craques, a equipe se sagrou campeã numa final eletrizante, com ginásio lotado, contra a fortíssima equipe de Jardim, o maior campeão do torneio até hoje com quatro títulos.

À esquerda, Adelmar ao lado do goleiro Pavão erguendo o troféu de campeão da Copa Morena de Futsal de 92, à direita com sua filha Letícia, ao lado do jogador Indio da seleção brasileira, goleiro Pavão e Gilson (Ferruginha) no ginásio de Camapuã - Foto: arquivo pessoal

A ideia surgiu com Nelson Zaminelli, que foi treinador de diversos clubes, inclusive em Camapuã, a exemplo da seleção estadual, entre os anos de 1984 e 1994. Conforme explicou, reuniu algumas pessoas em um grupo do whatsapp no ano passado e, então, decidiram organizar o encontro. Ele afirma que muitas pessoas moram em outros Estado e até fora do país, por isso o evento demorou para ser realizado.

 
 
Nelson Zaminelli, idealizador do encontro (Paulo Francis)Nelson Zaminelli, idealizador do encontro (Paulo Francis)

A demora, ainda assim, valeu a pena, já que a saudade e a vontade de ver os amigos e ex-concorrentes uniu cerca de 100 pessoas neste domingo. Nelson explica que os “ex-feras” jogaram na seleção estadual e em clubes como o Santa Clara, Galeria dos Esportes e Ratmat. Os jogadores já venceram campeonatos como a copa brasileira e a copa canarinho.

Para o ex-jogador Roberto Larson, 57, o evento foi “uma surpresa muito boa”. Ele participou de diversos campeonatos entre os anos 1983 e 1990. “Esse primeiro encontro foi uma surpresa muito boa e acho que o objetivo foi alcançando, de reunir e celebrar com todos. Tem pessoas que não vejo há maios de 30 anos”, comentou.

O ex-jogador Roberto com a esposa Deise (Paulo Francis)O ex-jogador Roberto com a esposa Deise (Paulo Francis)

Roberto foi acompanhado da esposa, Deise Larson. “É muito legal ver esse encontro, poder celebrar junto com ele”, afirmou.

Quem também fez história é Marcio Benites, 62. O funcionário público jogou para o Ramat entre 1982 e 1992. Em 1983, lembra ele, o clube ganhou do Santa Clara. “Depois disputamos o brasileiro de clubes e foi a única equipe que conseguiu se classificar e disputou em São Paulo com os 10 melhores”, pontua, orgulhoso.

“É indescritível a sensação de estar aqui com os amigos. Tem pessoas que conheço há mais de 40 anos e outros amigos que não via há mais de 30 anos”, contou, emocionado.

O ex-jogador Fernando Valesques, conhecido como Jacaré (Paulo Francis)O ex-jogador Fernando Valesques, conhecido como Jacaré (Paulo Francis)

Conhecido como “Jacaré”, Fernando Valesques, 60, brilhou no Santa Clara entre os anos de 1980 e 1985. Pelo clube, ele conquistou a Copa Morena e a Taça Canarinho, além de ter disputado jogos pelo comercial. Para ele, a década de 1980 foi a década “de ouro” do futsal sul-mato-grossense.

“Para mim os melhores anos foram os anos 80, quando teve mais craques no Estado, mais eventos e jogos. Depois foi acabando o incentivo, mas fico muito contente por ter feito parte dessa história. Foi muito emocionante o primeiro encontro, rever essas pessoas depois de 40 anos. Espero que não seja só o primeiro, tem que acontecer todo ano”, relata.

Macaco, apelido de Carlos Alberto dos Reis, 53, cadeirante, chegou acompanhado dos filhos e derrubou lágrimas dos companheiros, sensibilizados com a emoção demonstrada pelo ex-goleiro. Ele atuou entre os anos 1980 e 1990, pelo Santa Clara e pela seleção estadual. Um dos filhos, João Carlos dos Reis, 32, seguiu os passos do pai.

“Jogo futebol amador sempre que posso”, comentou. “Estamos muito felizes por ele”, afirmou o outro filho, Rafael dos Reis, 31.

Marcílio e Antônio Flávio Alves segurando a famosa bola de 1989 (Bruna Pasche)Marcílio e Antônio Flávio Alves segurando a famosa bola de 1989 (Bruna Pasche)

Onde fica a memória – É a memória de tempos valiosos que motiva o encontro. Essa memória, no entanto, também fica carregada em objetos que ajudam a lembrar de um tempo que não volta mais. É o caso de uma bola famosa nos jogos, guardada há anos pelo jogador Marcílio de Souza Silva.

A bola existe desde 1989 e é o “xodó” de Marcílio. Famosa, inclusive, por uma brincadeira que deu ao objeto a “lenda” de pesar 30 quilos quando estava molhada. “É uma brincadeira, ficava muito pesada”, conta Marcílio. Hoje, segundo o ex-jogador, já não são fabricadas bolas como essa, que pesa 330 gramas e é bem menor do que as atuais.

Icônica, a bola passa “de mão em mão” e aviva a memória dos amigos reunidos no clube. O objetivo, agora, é que ela seja assinada e depois será leiloada. O dinheiro, conta ele, deve ser doado para uma instituição de esporte.

“O futsal deu tudo que eu tenho. Tudo que eu sou, hoje, é graças ao futsal. Esse encontro é um resgate do futsal sul-mato-grossense. Só está aqui quem fez história”, comenta Marcílio. O ex-jogador até cursou educação física, motivado pelo esporte. “Sempre fui envolvido com o futsal”, conta ele.

O ex-jogador é um dos organizadores da Taça Canarinho e, em 1987, ajudou a criaros jogos abertos de Campo Grande. “Fiz uma coisa que nunca faço, que é deixar minha família no domingo”, relata.

 

O árbitro Mário Benitez recebe um certificado de participação do encontro (Bruna Pasche)O árbitro Mário Benitez recebe um certificado de participação do encontro (Bruna Pasche)

Quem controlava o jogo - Mário Benitez tem 77 anos e foi árbitro entre 1972 a 1994. A suposta rivalidade entre jogadores e árbitros não encontra lugar neste domingo. Conforme conta Mário, hoje ele está entre amigos. Do apito ele passou aos microfones, já que hoje é comentarista de um programa de esporte.

“Eu sonhava com esse encontro. É um privilégio ver todo mundo reunido depois de tanto tempo. Geralmente tem uma ‘birra’ entre árbitro e jogador, mas nunca tive problema com ninguém”, declara.

Miguel Oliveira, 59, jogou entre os anos 1980 e 1990. “Não tem dinheiro que pague o que está acontecendo hoje. Tem pessoas que não via há mais de 20 e 30 anos”, afirma.

José Nina foi eleito o melhor jogador de todos os tempos (Bruna Pasche)José Nina foi eleito o melhor jogador de todos os tempos (Bruna Pasche)

Homenagem às estrelas – O encontro ficou ainda mais emocionante quando os atletas puderam homenagear àqueles que marcaram época no esporte, incluindo algumas “estrelas” que já se foram.

Os esportistas puderam votar nos preferidos. José Nina Ferreira, 64, foi eleito melhor jogador de todos os tempos. “É uma satisfação muito grande ter recebido esse reconhecimento. Esse troféu não é meu, é de todos que estão aqui e fizeram história no futsal do Estado”. José jogou a copa morena entre 1978 e 1991. “O dia de hoje está sendo emocionante”, conta.

Um das categorias elegeu 12 homenageados que ficaram marcados como melhores ex-presidentes e ex-dirigentes. Jornalista esportivo, Arlindo Florentino recebeu homenagem pelo destaque na cobertura, durante vários anos, da Copa Canarinho.

“Durante todos esses anos acabei virando amigo de todos. Alguns entraram no final, acompanhei todo o crescimento. Essa homenagem e o troféu é um reconhecimento pelo meu trabalho durante todos esses anos. Foi muito emocionante ter sido convidados e rever a todos”, afirmou.

Além dessa categoria, outros 8 atletas foram escolhidos como parte da “geração vencedora”. Eleito melhor ala direita, Wilson Cabral, 64, brincou, ao afirmar que os filhos, “finalmente”, terão uma prova de que o pai foi jogador.

“Estou muito feliz por ter sido escolhido e por poder estar aqui. Eles representam uma época de ouro no esporte de Campo Grande. Consideramos ter sido a melhor época e estar com todo é como voltar no tempo”, declarou.

Inêz Barbosa, 73, recebeu a homenagem pelo marido que faleceu em 2009, Vitor Pinto Barbosa. “O encontro representa a história que essas pessoas deixaram no esporte de Mato Grosso do Sul, com dignidade e espalhando alegria”, comentou.


Fonte: Campo Grande News com InfocoMS