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Corintianos presos na Bolívia farão reconstituição da morte do menor nesta segunda

on seg, 08/04/2013 - 13:02
segunda-feira, 8 Abril, 2013 - 14:30

Os 12 torcedores do Corinthians presos na Bolívia, acusados pela morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos, durante a partida contra o San Jose, dia 20 de fevereiro, confiam que esta segunda-feira será um dia decisivo para que eles consigam provar inocência no episódio e, ao menos, obter a prisão domiciliar na Bolívia. O grupo vai voltar ao Estádio Jesús Bermúdez, localizado a 200 metros da Penitenciária San Pedro, onde estão detidos, para dar sua versão do crime. A polícia boliviana fará fotos dos corintianos no local para depois montar a reconstituição dos fatos.

Neste domingo, o Estado visitou os presos na cadeia. Todos juram inocência. "Enfim, poderemos nos defender. Até agora só fomos ouvidos pela polícia no dia do jogo", disse Tadeu Macedo Andrade, diretor-financeiro da Gaviões da Fiel. Ele é um dos cinco presos que deverão ficar do lado de fora do estádio porque alega que não estava na arquibancada no momento do disparo do sinalizador marítimo que atingiu Kevin, aos cinco minutos de jogo, logo após o gol do atacante corintiano Guerrero. Como líder da Gaviões, Tadeu diz que estava próximo à bilheteria entregando ingressos para sócios da Organizada que se atrasaram para o jogo.

CHORO
Já Rafael Machado Castilho Araújo afirma que quando passou pela catraca do estádio viu uma pessoa ensanguentada sendo levada para fora do estádio e só depois soube que se tratava do menor Kevin. Outro que se defende dizendo que não estava no estádio é Tiago Aurélio dos Santos Ferreira. "Estamos pagando por um crime que não cometemos" diz o diretor da Pavilhão Nove, com os olhos cheios de lágrimas. Domingo foi um dia de muita emoção para ele. Tiago recebeu a visita dos pais pela primeira vez desde o dia em que foi preso. Durante a 1h30 em que a reportagem do Estado esteve na penitenciária, ele não desgrudou um minuto sequer da mãe.

 

Religioso, Tiago pediu que a mãe montasse em casa em pequeno altar com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e continuasse rezando todos os dias por ele e seus companheiros de cárcere. "Só com muita fé para suportar o que estamos passando aqui em Oruro", justifica. Já Danilo Silva de Oliveira reencontrou a namorada neste fim de semana. Os dois ficaram abraçados trocando beijos até o último segundo da visita.

Ele, que nos primeiros dias precisou ser levado ao hospital por causa dos efeitos da altitude de 3.700 metros de Oruro (sentiu dor de cabeça, falta de ar e chegou a vomitar na cela), diz já ter se adaptado ao clima da cidade. "Já não me sinto mais tão mal como antes, mas quero sair o quanto antes desse lugar." Danilo fez questão de ficar na fila com a namorada até ela passar pelo portão de saída da cadeia. Após dar o último beijo, disse cabisbaixo: "Dói demais, mas momentos como esses nos dão força."

Estadão