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Especialistas alertam pecuaristas para cuidados com a silagem

on sex, 06/06/2014 - 13:04
sexta-feira, 6 Junho, 2014 - 13:00

Com a previsão de um inverno seco e frio, com carência de pasto, o que deve provocar alta no preço da carne, o cenário se apresenta positivo para o pecuarista que investiu na silagem como estratégia alimentar, mas é preciso alguns cuidados com o material. O alerta é Haroldo Pires de Queiroz, zootecnista da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande.

Ele explica que quando bem realizada a alimentação com silagem tem valor nutritivo para o gado próximo ao da forragem verde. “É muito comum o produtor se preocupar somente no momento de encher o silo. Ele fez a silagem e está tudo certo, mas não. A silagem é um material frágil, do momento em que é o silo é aberto até servi-la pode haver deterioração e precisamos ter certos cuidados para servir um alimento de qualidade, que não seja rejeitado pelos animais e que não tenha perdido o valor nutritivo”, comenta.

Queiroz elencou procedimentos a serem observados pelos produtores e seus colaboradores na hora de tirar a lona.  “A silagem está pronta depois de completar o processo de fermentação, que leva em torno de três semanas e, por segurança, abre-se em um mês. Antes disso, ela apodrece. Ao se utilizar aditivo para acelerar, segue-se o tempo indicado no rótulo pelo fabricante. Um silo pode permanecer vedado por vários anos, desde que a fermentação esteja completa”, explica.

O zootecnista também apontou outros cuidados como, por exemplo: retirar a silagem somente na hora de servir, de cima para baixo (para evitar desmoronamentos), em uma fatia de no mínimo 15 centímetros e de toda a face do silo, proteger a abertura do sol e da chuva, monitorar a matéria seca semanalmente e a cada 20 dias verificar o nível de proteína, descartando o material fora do padrão.

Queiroz ressalta ainda que o produtor deve retirar do silo somente o que for servir, na hora. “É normal retirar um volume de material e servi-lo no outro dia, próximo ao cocho. A silagem tem que ser retirada e consumida no dia. São itens comuns e, às vezes, esquecidos”, conclui.

Também especialista em zootecnia, o pesquisador da Embrapa José Alexandre Agiova da Costa, complementa, dizendo que o produtor tem a disposição um conjunto crescente de medidas para enfrentar esse período, que vai do descarte de animais, a vedação de pastagens, a vedação com adubação, o feno-em-pé com suplementos variados (visando ganho de peso e terminação), a fenação e a silagem.

“Não precisa aplicar tudo para encarar o inverno, mas necessita de uma estratégia nutricional que propicie atravessar com relativa facilidade a estação. Ele não pode é cruzar os braços e esperar”, detalha.

G1