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Grupo busca “mar de MS” para reduzir caminho das vendas à China

on sex, 25/08/2017 - 15:48
sexta-feira, 25 Agosto, 2017 - 15:45

Foto: Marcos Ermínio

 

O porto é do Chile, mas o oceano Pacífico pode ser o mar de Mato Grosso do Sul e aproximar o Estado da China, destinatário de 40% das exportações locais, se a Rota Bioceânica sair do papel.

Nesta sexta-feira (dia 25), uma caravana com 28 caminhonetes Amarok partiu em direção a Antofagasta, no Chile.

Segundo o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, a rota, desta vez, é a mais viável para encurtar o caminho entre o Centro-Oeste e o oceano Pacífico. “O nosso principal parceiro comercial é a China, importador de alimentos”, diz.

Os chineses compram, principalmente, soja, farelo de soja, milho e carne de frango. No caminho inverso, podem enviar maquinário para Mato Grosso do Sul. Hoje, o caminho é pelo oceano Atlântico, com cargas saindo de Santos e Paraná. Na corrida pelo mar, nosso vizinho Mato Grosso exporta, por exemplo, pelo Pará.

Rota - Ainda em terras sul-mato-grossense o primeiro entrave é a falta de uma ponte entre Porto Murtinho, a 431 km de Campo Grande, e Carmelo Peralta, no Paraguai. Para a expedição, uma balsa foi contratada e fará a travessia dos veículos.

Contudo, para ser um caminho de exportação, é preciso investir 100 milhões de dólares em uma ponte (cerca de R$ 300 milhões). Metade deve ser paga pelo Brasil.

O plano é buscar recursos no Senado, Câmara Federal ou financiamento, como o Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata). Com dinheiro liberado, a construção da ponte deve levar dois anos. No Norte do Paraguai, também precisam ser asfaltados 300 quilômetros de via.

 

Para percorrer 1.200 quilômetros até o Chile em três dias, também será necessário uma rota alfandegada, para que os caminhões não percam tempo em paradas para desembaraço aduaneiro. No modelo vigente, seriam ao menos sete pontos de fiscalização. Um no Brasil e dois em cada um dos demais países: Paraguai, Argentina e Chile.

A solução vem da tecnologia, com lacres inteligentes, controle de passagem por câmeras e leitores e placas e números de contêinere.

Boa vizinhança – Para João Carlos Parkinson, ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, a rota que corta Paraguai, Argentina e Chile abre um corredor de integração entre as pessoas. “Mato Grosso do Sul é muito enclausurado, fechado, não tem acesso ao mar”, diz.

Segundo ele, o caminho vai trazer visitantes argentinos, paraguaios enquanto os brasileiros podem conhecer o Chaco paraguaio e o Norte do Chile. “Graças ao corredor, interação muito grande de pessoas e mercadorias”, afirma.

Expedição – Sob as bençãos do padre Paulo Vital, a caravana - formada por empresários, transportadores, produtores rurais e jornalistas, incluindo equipe do Campo Grande News – saiu da Discautol Automóveis, na avenida Mato Grosso.

A expedição ganha o Paraguai a partir de Porto Murtinho. Depois, em território paraguaio, segue pelas cidades de Carmelo Peralta, Loma Plata, Mariscal Estigarribia e Assunção. Na Argentina, o trajeto é Tartagal, Salta, San Salvador de Jujuy.

Pelo Chile, a rota passa por San Pedro do Atacama, Iquique, Mejillones, Calama e Antofogasta. O retorno está previsto para o dia 3 de setembro.


Fonte: CampoGrandeNews