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Militares que ajudarão Venezuelanos passam por MS

on qui, 12/04/2018 - 08:26
quinta-feira, 12 Abril, 2018 - 08:15

Foto:G1

 

O comboio de ajuda do Exército aos imigrantes venezuelanos que pedem abrigo em Roraima passa a partir desta sexta-feira (13) em Mato Grosso do Sul, informou a corporação, em nota.

No texto, as Forças Armadas informam que os 11 caminhões com mantimentos que saíram do Rio de Janeiro terão três pontos de apoio para abastecimento, alojamento e alimentação dos militares que formam o comboio: em Campo Grande, Três Lagoas e Rondonópolis, este último em Mato Grosso.

O Exército iniciou, na última segunda-feira (10), os trabalhos de controle do fluxo de imigração dos venezuelanos. A ideia é levar as famílias que chegam para o interior de Roraima, que em dois meses abrigou 40 mil moradores do país vizinho.

 

A SITUAÇÃO

 

Venezuelanos que estavam no Estádio Ribeirão, em Boa Vista, desde a última quarta-feira (4) foram levados de volta ao abrigo Tancredo Neves na última sexta-feira (6). O local passou por uma reestruturação para receber 296 imigrantes.

Segundo o coronel Lima Gonçalves, assessor da Força-Tarefa Humanitária do Governo Federal em Roraima, os venezuelanos começaram a voltar para o espaço às 7h. O estádio Ribeirão é vizinho ao abrigo Tancredo Neves, que funciona em um ginásio.

Para retornarem ao local, os imigrantes confirmaram seus cadastros, já que agora haverá controle de entrada e saída dos moradores, e tiveram as bagagens revistadas.

A medida, segundo o coronel Lima, foi para evitar a entrada de armas e drogas no espaço. Apenas facões, usados pelos imigrantes como ferramenta de trabalho, foram recolhidos e catalogados. Eles devem ficar guardados em um depósito separado.

Aberto em outubro do ano passado, o abrigo Tancredo Neves estava superlotado e em condições precárias. Havia uma espécie de favela no entorno do ginásio e um esgoto a céu aberto que exalava mau cheiro.

Além disso, os moradores reclamavam da falta de segurança no local. Eles diziam que havia prostituição, furtos e até tráfico e consumo de drogas no abrigo.

Durante a reestruturação, o espaço foi higienizado, o piso da área externa nivelado e o esgoto fechado. Além disso, as paredes do ginásio foram pintadas e mais de 125 barracas instaladas. Containers banheiros também foram colocados no local.

Há 20 dias no Brasil, Orlando Marrero, 31, disse que agora acredita o abrigo se tornará mais seguro. "As condições aqui eram muito ruins".

Na quarta, 500 venezuelanos saíram do Tancredo Neves para o estádio, mas parte deles foi para o abrigo São Vicente e outros levados a São Paulo e Cuiabá em aviões da FAB, no processo de interiorização.

Apesar dos imigrantes já terem sido acomodados no Tancredo Neves, a reestruturação ainda não foi totalmente finalizada. Até o fim da tarde desta sexta, máquinas trabalhavam na parte externa do terreno. A previsão é que os serviços terminem nos próximos dias.

Enquanto os moradores eram levados de volta para o abrigo, um grupo de venezuelanos em situação de rua esperava do lado de fora para tentar conseguir uma vaga.

"Estamos dormindo na rua e pensamos que agora com essa reforma poderemos conseguir nos mudar para cá", contou Jurelkys Alfaro, 25.

No entanto, de acordo com o coronel Lima, a capacidade máxima do Tancredo Neves, que é de 296 pessoas, já foi atingida e, por enquanto, o local não receberá mais imigrantes. Juntos, os quatro abrigos da capital tem em média 2 mil moradores.

A Força-Tarefa Humanitária espera abrir em breve um quinto abrigo na capital. Até então, ele seria no bairro 13 de Setembro, na zona Sul da cidade, mas agora deve ser instalado na zona Oeste da capital, assim como os outros quatro.

"Estávamos em negociação para ser no bairro 13 de Setembro, mas essa hipótese acaba de ser descartada", finalizou o coronel.


Fonte: Correio do Estado