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Montagem polêmica "marmitas" viraliza por várias cidades do estado e pode ter causado uma morte

on qui, 10/01/2019 - 16:33
quinta-feira, 10 Janeiro, 2019 - 16:15

Foto: reprodução

Nos últimos dias, viralizou nas redes sociais, videos montagens com fotos de adolescentes de várias idades denominados "Cornos de Camapuã" e "As mais putianes de Camapuã".

Os vídeos tem sido compartilhado via WhatsApp e tem preocupado os pais, principalmente devido a maioria dos jovens serem menor de idade.

A Redação do InfocoMS entrou em contato com a Polícia Civil de Camapuã, que nos relatou a existência de dois Boletins de Ocorrência por parte de pessoas que aparecem nos vídeos, a investigação para descobrir a origem da montagem está em curso e bem avançada.

Outros casos

Em Figueirão, segundo o site MS Todo Dia, duas mães do município procuraram a polícia depois que suas filhas, adolescentes, foram expostas e difamadas em vídeos distribuídos nas redes sociais. Nas imagens, as fotos das vítimas foram usadas em montagem com uma música ofensiva, sendo associadas a “marmitinhas”, “vagabundas” ou “mulheres de bandido”.

Segundo o site EdiçãoMS, uma adolescente de Sonora teria tirado a própria vida depois de ter sua foto incluída em um desses vídeos, intitulado “Marmitinhas de Sonora”. A jovem estava morando em outro município quando foi ridicularizada num vídeo da cidade.

Até quarta-feira (9) a Polícia Civil da cidade não tinha sido procurada para registros de ocorrências sobre os vídeos, porém, a escrivã que falou com a reportagem do EdiçãoMS informou que estavam cientes do conteúdo dos vídeos. Além do vídeo “marmitinhas”, também fizeram um intitulado “Cornos de Sonora”. Questionada sobre a morte da adolescente, ela disse que não tinha conhecimento. Talvez pelo fato da menina ter tirado a vida em outro município.

Foto: reprodução

Ainda de acordo com o site Edição MS, várias meninas da cidade de Coxim, inclusive adolescentes, também estão sendo ridicularizadas em vídeos que circulam nas redes sociais. Intitulados “Marmitinhas de Coxim”, os vídeos exibem fotos das meninas, extraídas em sua maioria do Facebook, com músicas ofensivas, que fazem analogia ao sexo e drogas.

Foto: reprodução

Na verdade, a mensagem que o autor quer passar é que com determinadas meninas o sexo é fácil. O caso já foi parar na delegacia de Polícia Civil. A Mãe de uma das meninas, ainda adolescente, contou ao Edição MS que já registrou boletim de ocorrência e a polícia está no encalço dos autores.

Um jovem morador de Sonora, que aparece em um dos vídeos, relatou ao site Idest que ele e seus amigos, também vítimas, irão procurar procurar seus direitos e querem justiça. "Queremos justiça! Além de sujarem a imagen de jovens que todos conhecem, agora eles não podem sair na rua porque todos tiram sarro. Tem meninas que estão se cortando, outras que não fazem mais nada com medo", relatou o jovem.

 

A delegada da Polícia Civil de Rio Verde de Mato Grosso, Andressa Vieira, pede para as pessoas que recebem estes vídeos, pensar na vítima e não compartilhar, pois, a prática de criar e divulgar este tipo de vídeo, além de ser moralmente reprovável, pode constituir crime contra a honra majorado pelo uso de meio que facilite a divulgação. Ainda, a conduta poderá ser tipificada no novo crime do artigo 218-C, do Código Penal – “Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia”, com pena de um a cinco anos - se o vídeo ou registro audiovisual fizer apologia ou induzir à prática de estupro ou estupro de vulnerável.

 

Segundo o site MidiaMax, na cidade de Bandeirantes, vídeos de cerca de 20 adolescentes circularam nos últimos dias na cidade, com a intitulação “as marmitas de Bandeirantes”. As vítimas têm de 14 a 18 anos.

 

O fato gerou indignação por parte das famílias, que procuraram a delegacia. Segundo alguns pais das vítimas, os suspeitos querem difamar as meninas. “Estão chamando nossas filhas de comida, espalhando e compartilhando isso nas redes sociais”, relatou.

As vítimas afirmaram que quem estaria espalhando as imagens com essa intitulação seria um adolescente de 14 anos. Ele já foi ouvido na delegacia de polícia, onde afirmou que não começou a espalhar as fotos, apenas teria compartilhado de outra publicação.

A polícia informou que o caso foi registrado como difamação e será investigado. Não foram divulgados mais detalhes.

Em Ribas do Rio Pardo, segundo o site G1, quatro pessoas, entre elas dois adolescentes, de 12 e 17 anos, foram encaminhadas para a delegacia, após difamarem vítimas nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. O indiciamento dos envolvidos ocorreu há 2 dias.

De acordo com as investigações, uma adolescente teria criado um vídeo, em que denegria várias meninas da cidade. Em seguida, um adolescente teria compartilhado na internet, o que gerou comentários ofensivos de suspeitos de 18 e 21 anos.

Um deles falou que "todas as meninas do vídeo seriam marmitas e que quem criou o grupo deveria ganhar um prêmio". Já o outro reforçou o comentário do amigo, falando que as faria de "marmitex". Revoltadas, as vítimas comentaram que as imagens tiveram grande repercussão na cidade, além de outros municípios, como Campo Grande, Água Clara e Três Lagoas, na região leste do estado.

A Polícia Civil foi acionada e iniciou as buscas, identificando os envolvidos. Eles foram ouvidos e os jovens de 18 e 21 anos permaneceram presos em flagrante. Já os adolescentes respondem ao crime em liberdade, por conta do Estatuto da Criança e o Adolescente (ECA).

Ao todo, eles respondem por 11 crimes de difamação, já que, até o momento, foi este o número de vítimas identificadas. Os policiais ainda ressaltaram que "crimes praticados pela internet não passarão despercebidos e os autores serão devidamente responsabilizados".