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MS inicia vacinação contra febre aftosa

on sex, 02/05/2014 - 13:51
sexta-feira, 2 Maio, 2014 - 14:30

Mato Grosso do Sul deverá imunizar 19 milhões de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa nesta etapa de maio. A vacinação é obrigatória de mamando a caducando, ou seja, animais em todas as faixas etárias devem ser imunizados. Desde 2008, o Planalto e o Pantanal apresentam status livre de febre aftosa com vacinação, de acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Em 2011, a região de Fronteira também obteve esta condição.

O reconhecimento do status é resultado do trabalho realizado pelos pecuaristas do Estado, com a orientação da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A classificação da OIE abre portas para o mercado internacional.

Para colaborar com o cumprimento desta norma sanitária, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Sistema Famasul), juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Corte), realiza a abertura simbólica da vacinação contra a febre aftosa na quarta-feira (30). A iniciativa tem o objetivo de fortalecer o trabalho realizado pela Iagro.

Durante o evento, o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, reforçou que o status obtidos por Mato Grosso do Sul é resultado do produtor rural fazer o dever de casa registrando cobertura vacinal acima de 98%. "Passamos por ajustes da cadeia produtiva ao longo dos anos, mas conquistamos o reconhecimento internacional de livre de aftosa com vacinação e esse status é fundamental para a manutenção e conquista de novos mercados, como os Estados Unidos e a China ", ressaltou.

O calendário de vacinação é diferenciado para as três regiões de Mato Grosso do Sul. Na região da Fronteira o procedimento começou no dia 1º de abril e vai até o dia 15 de maio. No Planalto, a vacinação vai do dia 1º a 31 de maio. No Pantanal são duas etapas: a de maio, que inicia também no dia 1º e vai até o dia 15 de junho, e a etapa de novembro, que compreende entre 1º de novembro e 15 de dezembro. O produtor pantaneiro pode optar por vacinar em um dos dois períodos estabelecidos.

A etapa lançada na Embrapa Gado de Corte se refere ao início da Campanha da região do Planalto e do Pantanal.

O calendário é diferenciado por determinação da Agência, resultado de estudos epidemiológicos das diferentes regiões produtoras. A mudança na vacinação da aftosa para todo o rebanho do Planalto, passando de novembro para maio, ocorreu em 2012, atendendo demanda dos produtores defendida pela Famasul, por ser este o período mais adequado para reunir e vacinar o rebanho das propriedades.

"Maio é o período em que os pecuaristas tradicionalmente aproveitam para realizar manejos sanitários, desmama, vermifugação, diagnóstico de gestação, entre outros procedimentos rotineiros e para isso já reúnem o rebanho no curral, sendo portanto a hora certa para realizar a vacinação contra aftosa", destaca veterinário da Famasul, Horácio Tinoco, ressaltando ainda que maio é a época menos chuvosa no Planalto de Mato Grosso do Sul em comparação a novembro.

Para o diretor secretário do Sistema Famasul, Ruy Fachini, Mato grosso do Sul é referência em sanidade animal e o ato de divulgação servirá para demonstrar o profissionalismo da pecuária do Estado. "A pecuária de corte sul-mato-grossense evoluiu de modo significativo nos últimos anos com a tecnologia, por intermédio da inseminação artificial, com a melhora da qualidade da nossa carne bovina e também com a integração lavoura-pecuária-floresta. Mas a nossa prioridade sempre foi o cuidado com a sanidade animal", ressalta.

A vacinação contra febre aftosa é obrigatória no Brasil e o produtor que não realizar o procedimento de imunização receberá um auto de infração e multa e terá sua ficha sanitária bloqueada na Iagro, com isso ele não poderá transportar ou comercializar o animal.

Participaram também do lançamento simbólico do lançamento da vacinação contra febre aftosa, o chefe geral da Embrapa Gado de corte, Cléber Oliveira Soares, o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), Rogério Beretta, o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de MS (CRMV/MS), João Vieira, o diretor da Iagro e representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Rubens de Castro Rondon, o presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários de MS (Sindvest), Eduardo Strang e o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Oscar Stuhrk.

Dados econômicos

De acordo com o Departamento Econômico do Sistema Famasul, Mato Grosso do Sul registrou em 2013 o segundo maior volume de abates bovinos do Brasil, um total de 4,12 milhões de bovinos, com representatividade de 12% no cenário nacional. O rebanho de MS soma 21,5 milhões de cabeças, o quarto maior do país.

O Estado também se destaca nas exportações. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), entre março de 2013 e março de 2014, os embarques internacionais de carne bovina in natura somaram 157 mil toneladas, o que representa aproximadamente 12% das negociações dos frigoríficos brasileiros que, no mesmo intervalo, embarcaram 1,324 milhão de toneladas.

 

Calendário de vacinação de Mato Grosso do Sul

Fronteira: de 1º de abril até 15 de maio

Planalto: de 1º a 31 de maio

Pantanal: o produtor opta por vacinar no período de 1º de maio a 15 de junho ou de 1º novembro a 15 de dezembro

A região de Fronteira, denominada como Zona de Alta Vigilância (ZAV), possui 4% do rebanho estadual e é o território vizinho à Bolívia e ao Paraguai, composto por 13 municípios: Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Coronel Sapucaia, Corumbá, Japorã, Ladário, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho e Sete Quedas.

O Pantanal, com 14% do rebanho, é composto pelas áreas inundáveis de Corumbá, Ladário e em parte dos municípios de Coxim, Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho e Rio Verde de Mato Grosso.

Com 82% dos bovinos e bubalinos de MS, o Planalto é formado pelos demais municípios fora das regiões citadas, onde não há inundação nos períodos chuvosos.

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