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MS tem 1,69 médicos por habitante, aponta pesquisa

on qua, 20/02/2013 - 08:11
quarta-feira, 20 Fevereiro, 2013 - 08:15

O número de médicos em atividade em MS chegou a 4.238 em outubro de 2012, segundo revela o estudo lançado ontem (18), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília.

 

Com taxa de 1,69 profissional por 1.000 habitantes, o estado se posiciona abaixo da média nacional, ocupando o décimo sétimo lugar em números absolutos de médicos registrados em todo o país (388.015) e o décimo em termos proporcionais. Cerca de 64% destes profissionais se concentram na capital e 64,1% deles atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).


Em MS, também se destaca a desigualdade percebida entre a Capital e os municípios do interior do Estado. Os dados divulgados mostram que 1.708.836 cidadãos, moradores de cidades interioranas, são assistidos por 1.523 médicos. Neste conjunto de municípios, a razão médico/habitante fica em 0,89. Por outro lado, os residentes na capital têm um índice de 3,14 médicos por 1.000 habitantes.


As informações constam do segundo volume da pesquisa Demografia Médica no Brasil: Cenários e indicadores de distribuição, desenvolvida em parceria entre CFM e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). O estudo, que aponta distorções severas na distribuição de médicos pelo país, reforça a preocupação das entidades médicas com as condições para o exercício da medicina, especialmente no interior dos estados.


“O estudo mostra que a situação em Mato Grosso do Sul não difere do restante do Brasil, com concentração de médicos na capital e o interior abaixo da necessidade. Essa situação está ligada às condições oferecidas, sobretudo com relação a infraestrutura para que se possa exercer a boa medicina”, avalia o presidente do CRM-MS, Luís Henrique Mascarenhas.


Para os conselhos de Medicina, o Brasil é um país marcado pela desigualdade no que se refere à concentração de médicos. A população médica brasileira, apesar de apresentar uma curva constante de crescimento, permanece mal distribuída pelo território nacional. Embora cerca de 48,66 milhões de brasileiros tenham acesso a planos de assistência médico-hospitalar (ANS, 2012), o SUS atende constitucionalmente toda a população, inclusive nas ações de promoção, vigilância, assistência farmacêutica, urgência, emergência e alta complexidade.


Nos dados de médicos do SUS, o estudo Demografia Médica faz ressalvas: há falhas na alimentação das bases e médicos em regimes de plantão e terceirizados podem não constar do cadastro nacional, subestimando o número de profissionais que trabalham no SUS. Além disso, a unidade “médico do SUS” é complexa, pois existem diferenciais de especialidade, produtividade, idade, gênero, número de vínculos e carga horária dedicada ao serviço.


Pelos registros do CNES, há razão é de 1,11 médico que atende SUS por 1.000 habitantes, contra uma razão de 2 por 1.000 para o conjunto dos profissionais registrados. “Para um sistema de saúde público e universal, mesmo diante das limitações das bases de dados do CNES, pode-se dizer que é insuficiente a presença de médicos no SUS”, aponta o levantamento.

(RBV News)