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Novo vídeo apreendido pela polícia mostra agressores atacando menor no Rio

on seg, 06/06/2016 - 09:48
segunda-feira, 6 Junho, 2016 - 09:45

Na tarde da última sexta-feira, a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) deu um importante passo para elucidar o crime que chocou o país. Numa busca e apreensão expedida pela Justiça, os investigadores conseguiram arrecadar o telefone celular que o acusado Raí de Souza, de 18 anos, usou para gravar o vídeo que escandalizou e viralizou na internet.

O aparelho, que o rapaz dizia ter jogado fora, estava guardado na casa de um amigo, Madureira, Zona Norte da cidade. Nele, a polícia encontrou provas inequívocas de como aconteceu uma parte da sessão de estupro coletivo a que a adolescente C.B., de 16 anos, foi submetida na manhã do último dia 21, num barraco fétido no Morro da Barão, em Jacarepaguá.

Além do vídeo que já havia sido publicado, uma outra gravação feita, juntamente com outros dois traficantes, os algozes introduzem objetos nas partes íntimas da menina desacordada.

Num desses vídeos, C.B. tenta recuperar a consciência durante o ataque. O site de VEJA apurou que, em determinado momento, a menina, inconsciente, chegou a implorar que parassem. Mas, em seguida, foi humilhada por um dos criminosos com xingamentos.

Em outra gravação encontrada no celular de Raí, fica claro que um protesto em apoio aos suspeitos, na semana passada, nas ruas de acesso à favela de Jacarepaguá, só aconteceu por ordem do tráfico, que prometeu retaliar moradores e mototaxistas que se recusassem a aderir.

Na edição de VEJA desta semana, uma reportagem especial remontou passo a passo do estupro coletivo ocorrido na favela de Jacarepaguá. A jovem saiu de casa por volta de 1 hora da manhã e ficou em um baile funk bebendo uísque com energético e usando cheirinho-da-loló. Já de manhã, por volta das 7 horas, ela e uma amiga foram para uma casa com dois homens: Lucas Perdomo (jogador do Boavista, que chegou a ser preso e depois foi solto), e Raí, que continua preso. Foi ele o autor da filmagem que chocou o país.

Os quatro ficaram na casa até 10 horas da manhã, quando decidiram sair. A menor, inconsciente, ficou. E dali foi levada para uma outra casa, por um traficante identificado como Moisés Camilo de Lucena, o Canário. Neste momento, vários traficantes (testemunhas falam em pelo menos nove) entraram no imóvel, que na favela é chamado de "abatedouro". Foi neste local que Raí e outros criminosos fizeram as filmagens da jovem desacordada.

A reportagem de VEJA revela também que, no ano passado, C.B. havia sido estuprada no mesmo Morro da Barão, por um criminoso identificado como Carlinhos. Na época, ele chegou a ser amarrado com fita crepe mas, quando seria executado, foi perdoado pela vítima. Foi nesta mesma favela que, em novembro de 2015, uma outra menina, A.C, de 14 anos, acabou sendo atacada por um bandido durante uma orgia. Após reclamar da sujeira do local e do parceiro, ela levou um tiro na cabeça. A vítima sobreviveu e o inquérito está na 28ª DP (Campinho).


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