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Produtores podem criar boicote ao abate de gado

on sex, 28/06/2013 - 15:26
sexta-feira, 28 Junho, 2013 - 15:30

A ideia de boicote ao abate de gado de corte e outros produtos oriundos da agropecuária vem ganhando força a partir da criação do movimento chamado “Semana da Dependência”, elaborado por um grupo de produtores rurais da região de Dourados em protesto à atual situação de incertezas provocada, principalmente, pelos processos de demarcações de terras indígenas e as ameaças de invasões de áreas produtivas em todo Estado.

Na noite de terça-feira quase 300 pessoas, maioria produtores rurais da região, se reuniram na sede da Associação Douradense dos Servidores da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul (Adofaz) para discutir a atual situação no campo.

Os coordenadores da “Semana da Dependência” apresentaram as propostas do movimento que pretende fazer um mês de paralisação no abate de gado de corte, entre os dias 20 de agosto a 20 de setembro para provocar o desabastecimento de carne bovina nos estabelecimentos comerciais durante o feriado do Dia da Independência, 7 de setembro.

“Nosso objetivo é fazer um movimento pacífico e não prejudicar a população. Queremos abrir ‘os olhos’ da presidente Dilma e mostrar a realidade da situação da classe produtora brasileira. Chegamos ao limite. A situação enfrentada em Mato Grosso do Sul é apenas retrato do que pode acontecer também nos principais estados produtores”, afirma o coordenador do movimento, Glauco Mascarenhas. Ele cita que produtores de estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, que também passam por situações semelhantes de demarcações, já aderiram ao movimento Semana da Dependência.

O produtor rural lembra que dados oficiais da Fundação Nacional do Índio (Funai) revelam que 25% do território brasileiro deverá ser identificado e demarcado como terras tradicionais indígenas. “Cerca de 13% já está em processo de demarcação em vários estados, provocando incertezas à classe produtora, que nada mais quer do que uma solução do governo federal”, enfatiza. Mascarenhas explicou que o movimento deverá se expandir a toda classe produtiva de todos os estados brasileiros para que os produtores, de gado de corte, suinocultura, avicultura e de grãos em geral possam aderir à paralisação. Eles acreditam que, no caso da carne, em uma semana o estoque nacional vai a zero, se o abate cessar. “Em nossas reuniões, o movimento vem ganhando amplos apoios, nossa produção é a nossa arma”, diz.

No texto elaborado pelos agropecuaristas e postado no www.facebook.com.br/semanadadependencia, revela que o movimento vai elaborar uma pauta de exigências ao governo federal que incorpore todos os pleitos do agronegócio nacional, inclusive solução definitiva para a demarcação de terras. A lista incluirá propostas, desde as políticas necessárias ao desenvolvimento sustentável da região amazônica, agreste nordestino, cerrado, região sul, nos moldes desenvolvimentistas do setor produtivo brasileiro. Nenhuma demanda da cadeia produtiva, desde o campo até a indústria, será negligenciada. “Promoveremos uma revolução lícita e progressista em benefício do País”, diz o texto.

Progresso