A Agência do Brasil Central, uma entidade voltada para fomentar o desenvolvimento nos estados do Centro-Oeste, no Distrito Federal e no Tocantins, deve ganhar uma formatação a partir de agosto. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (8), em Campo Grande, pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), após reunião com o ministro da secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Roberto Mangabeira Unger.
Segundo o governador, a formatação deve ser discutida em Cuiabá (MT), na reunião dos governadores que compõem o grupo, quando deve ser apresentada uma proposta de regimento jurídico, com um esboço de atribuições, responsabilidades e projetos prioritários.
A criação da agência de desenvolvimento é um desdobramento do Movimento Brasil Central, que foi criado na sexta-feira (3), em Goiânia (GO), pelos governadores dos quatro estados (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Tocantins) e do Distrito Federal.
Unger destacou que agência representa um instrumento para um grande projeto de desenvolvimento regional. Está, conforme ele, fundamentado em uma revolução no sistema educacional, com o ensino analítico e profissionalizante voltado para a formação de profissionais com capacitações genéricas e flexíveis; na diversificação produtiva, com estímulo a industrialização de produtos primários, crescimento da classe média no campo e recuperação de áreas de pastagens degradadas; e melhoria da infraestrutura logística, com transporte intermodal, corredores bioceânicos e aviação regional.
“O Brasil Central é onde o dinamismo do país aparece de forma mais pura e concentrada. Não queremos que a região pague a conta do Brasil com seu desenvolvimento, queremos que esteja na vanguarda e mostre ao país como crescer. Esse é o grande objetivo”, destacou o ministro completando que a ideia da agência é aproveitar e integrar nesta ampla iniciativa as estruturas e instituições de fomento que já existem e criar o que for necessário para executar a proposta.
Neste sentido, Unger explicou que logo após a definição da criação do movimento e da agência, está viajando pelo país, sendo Mato Grosso do Sul a primeira parada, para levantar quais as propostas e projetos do estado que possam ser incluídos na iniciativa. “Os governadores desses estados estão tomando o destino em suas mãos. Não estão esperando ou sendo tutelados pelo governo federal. Estão trabalhando para criar um caminho e mostrar que ele dá certo para todo o país”, comentou.
O governador Reinaldo Azambuja destacou que apesar do potencial dos estados do Centro-Oeste, junto com o Distrito Federal e Tocantins, se não for feito um planejamento adequado e conjunto para as ações desta região, oportunidades que poderiam ser grandes indutoras de desenvolvimento poderão ser perdidas. “Juntos [Brasil Central] somos os principais produtores de alimentos do país. Essa importância deverá crescer ainda mais, já que a demanda mundial por alimentos deve dobrar nos próximos 50 anos. E onde tem terra disponível e tecnologia para essa produção crescer no mundo? É no Brasil Central. Mas se não estivermos preparados, vamos perder essa oportunidade”, ressaltou.
Após a reunião em agosto, em Mato Grosso, os governadores que compõem o Movimento Brasil Central devem se reunir pelo menos outras três vezes ainda este ano para discutir a Agência Brasil Central e os projetos para a região. Em setembro, em Tocantins, em outubro em Mato Grosso do Sul e em novembro no Distrito Federal.
G1