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Após prisões por corrupção, viaturas policiais serão rastreadas em MS

on ter, 18/12/2018 - 14:31
terça-feira, 18 Dezembro, 2018 - 14:30
Foto: Bruno Henrique / Correio do Estado
 
A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) lançou oficialmente na manhã desta terça-feira, em Campo Grande, o Centro de Comando e Controle (C3) da Polícia Militar Rodoviária Estadual, que vai fortalecer o trabalho ostensivo e preventivo nas rodovias. Um dos destaques do projeto piloto é que não só estradas e suspeitos serão monitorados, mas os policiais também. 
 
Para tanto, as viaturas receberam sistema de GPS (Sistema de Posicionamento Global)  e rastreadores, como forma de fiscalizar a ação dos servidores e evitar desvios de função. A medida é anunciada ao final de um ano em que 52 policiais corruptos - de diversas corporações - foram presos no estado, por envolvimento com a Máfia do Cigarro na fronteira com o Paraguai.
 
No geral, o C3 consiste em um conceito de "rodovias inteligentes" com câmeras de segurança, cujo as imagens são analisadas em tempo real por policiais que ficam no núcleo de operações instalado na base da Capital.
 
Além disso, todas as ligações pelo número de emergência 198 a partir de qualquer ponto do estado vão diretamente para esta central, onde os policiais de plantão poderão visualizar onde está cada uma das viaturas e acionar a mais próxima para atendimento. Todas as rotas e escalas de serviço serão pré-definidas pelo comando. 
 
"Isso permite rastrear todas as viaturas para atendermos de forma rápida acidentes e outras ocorrências, fiscalizando também a atuação dos policiais", disse o secretário Antônio Carlos Videira, titular da Sejusp. Neste primeiro momento, 25 viaturas da Polícia Militar Rodoviária receberam equipamento.
 
O projeto tem início na rodovia MS-164 em Maracaju, uma das principais rotas do crime organizado, especialmente do contrabando, descaminho, tráfico de drogas e tráfico de armas. "Em geral, teremos mais controle da frota, além de economizarmos combustível com ações céleres", pontuou videira.
 
MAIS SEGURANÇA
 
O coronel Waldir Ribeiro Acosta, comandante da Polícia Militar, destacou ainda que o projeto já está sendo implementado no 1º Batalhão e no Batalhão de Trânsito de Campo Grande e, em breve, na Polícia Militar Ambiental. "Já temos hoje um sistema com a CDL[Câmara de Dirigentes Lojistas] para visualizarmos câmeras na cidade, e agora vamos monitorar as viaturas também, tanto para darmos uma pronta resposta, como para monitorarmos os policiais".
 
Além disso, a expectativa é de que o C3 seja expandido para outros trechos da MS-164 e mais rodovias estaduais. "Possivelmente a sequência será a MS-164 até chegar em Ponta Porã. Queremos fechar os 15 mil quilômetros de rodovias estaduais, mas por enquanto isso depende da ferramenta [Sigo] e das conexões com internet", explicou.
 
PROJETO PILOTO
 
Comandante da Polícia Militar Rodoviária, o coronel Wagner Ferreira da Silva, explicou que o Centro de Comando e Controle será realizado em caráter experimental ao longo dos próximos 60 dias, com três pilares: o primeiro deles, é o monitoramento das viaturas - neste aspecto, enquanto os polícias rodoviários agem em vias pavimentadas, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) atuará em estradas vicinais.
 
"Em segundo temos as câmeras de segurança que vão monitorar as vias e dar imagens do fluxo diário. Em terceiro, haverá um aplicativo pelo qual o cidadão pode entrar em contato direto com nossos policiais e enviar e requisitar informações. Toda as ações serão incluídas no banco de dados que vai subsidiar nossas futuras ações", pontuou.
 
CORRUPÇÃO POLICIAL
 
 
Mais de 50 policiais das forças estaduais e federais que atuam em Mato Grosso do Sul foram presos, somente neste ano, por envolvimento com o contrabando de cigarros e com o tráfico de drogas. 
 
São 52 prisões ocorridas no âmbito de operações como Narcos 060, Nepsis e Oiketicus, ou mesmo de forma isolada, por ligações com o crime organizado pelo recebimento de propinas para a facilitação de passagem de ilícitos por rodovias e estradas vicinais a partir das regiões de fronteira, especialmente com o Paraguai. 

Fonte: Correio do Estado