Skip directly to content

Brasil livre de aftosa com vacinação encerra um ciclo, diz Maggi

on ter, 22/05/2018 - 02:03
terça-feira, 22 Maio, 2018 - 02:00

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, discursa durante sessão da OIE, em Paris (Foto: Ministério da Agricultura)

Brasil já está trabalhando para ampliar sua área livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação, situação hoje restrita ao estado de Santa Catarina. Foi o que afirmou, neste domingo (20/5), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na 86ª sessão geral da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), em Paris, capital da França.

O evento marca a concessão do status sanitário de livre da doença, ainda com vacinação, para os Estados do Amazonas, Amapá, Roraima e parte do Pará. Com isso, a certificação de zona livre com imunização passa a ser estendida a todo o território nacional.

Em seu pronunciamento, Maggi destacou apenas a questão da aftosa, sem mencionar diretamente os embargos que a carne brasileira sofre atualmente. O ministro comentou que o país lançou em 2017 um plano com metas para os dez anos seguintes. O objetivo é manter as condições que sustentem a certificação atual ao mesmo tempo em que se amplia a zona livre sem a necessidade de vacinar o rebanho.

"Temos plena consciência da necessidade de fortalecer ainda mais nossas capacidades de prevenção, vigilância e de resposta a possíveis emergências que possam ocorrer. Serão necessários muito mais investimentos no serviço veterinário brasileiro. Seguiremos pelo caminho da ciência, da transparência e confiança nas valiosas orientações, diretrizes e normas da OIE", disse o ministro, que afirmou contar também com a parceria com o setor privado.

Maggi disse ainda que a conquista do status de livre de aftosa com vacinação em todo o território brasileiro é o encerramento de um ciclo. Representa o reconhecimento do sucesso de uma "longa e dura trajetória". Para ele, a melhora do status sanitário do rebanho foi fundamental para o Brasil deixar a condição de importador e passar a ser um dos maiores exportadores mundiais de carne.

O ministro lembrou que o combate à febre aftosa forma organizada no território brasileiro começou na década de 1960, período em que, segundo ele, o país vivia um "caos sanitário". E que, na década de 1990, as estratégias foram modificadas, com a criação do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA).

"Esse processo envolveu ainda aplicação de muitos recursos, investimentos na capacidade dos serviços veterinários oficiais, na vigilância e em campanhas de vacinação. É o cumprimento de uma etapa importante e um marco histórico do processo de erradicação da doença na América do Sul, e de valorização do patrimônio pecuário nacional e regional", avaliou Maggi.

O ministro da Agricultura ainda destacou a relevância da agropecuária para a economia brasileira. Segundo ele, só na pecuária, o Valor Bruto da Produção (VBP) foi de R$ 175,7 bilhões. No período, as exportações de carne bovina e suína cresceram 8,9%, somando US$ 15,5 bilhões.

"Ainda temos potencial para crescer muito mais no mercado internacional, pois exportamos somente uma parte da produção de bovinos e suínos", disse. "A evolução na condição sanitária do controle e erradicação da febre aftosa é grande responsável pela valorização dos nossos produtos pecuários nos mais diversos mercados", acrescentou.


Fonte: Globo Rural