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Cadeira de governador é desejada por oito nomes e disputa deve ter dois turnos

on seg, 28/02/2022 - 12:06
segunda-feira, 28 Fevereiro, 2022 - 12:00

Ainda falta muita água passar por baixo da ponte que leva os políticos regionais até o dia 2 de outubro, quando acontecerão as eleições em todo o Brasil. 

Contudo, muitos já começam a se preparar para a disputa, alguns ainda em tom de teste de popularidade e outros já inseridos em um cenário de acirramento e luta pela preferência do eleitorado.

Trio formado por Eduardo Riedel, Rose Modesto e Marquinhos Trad é o mais adiantado na corrida pela chefia do Executivo estadual - Marcelo Victor

O cenário desenhado em Mato Grosso do Sul, por enquanto, aponta para um pleito inchado e com um provável segundo turno, já que, além de muitos candidatos à cadeira de governador, há também um emparelhamento entre eles em um duelo de forças nas urnas e expressão política.

Três pré-candidatos já se lançaram oficialmente na disputa e estão dispostos a brigar desde agora para convencer a população de que é a melhor escolha: um deles é o tucano Eduardo Riedel, secretário de Estado de Infraestrutura e preferido do governador Reinaldo Azambuja para sucedê-lo. 

O anúncio de sua pré-candidatura ocorreu precocemente, ainda em 2021, em meio aos eventos peessedebistas.

Além disso, ele é constantemente citado pelo próprio governador como pré-candidato em entrevistas públicas, situação que o coloca cada vez mais no bojo eleitoral. Outro que está assim, sendo ele mesmo o propagador de seu nome, é o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD).

Em fevereiro, ele garantiu em discurso na Câmara Municipal que renunciará ao cargo de prefeito até o dia 2 de abril, data limite para se desincompatibilizar de cargo público – o que também deve acontecer com Riedel –, ficando em seu lugar a vice-prefeita Adriane Lopes (Patriota) até o fim do mandato, em 2024, caso não haja algum imprevisto nesse período.

Quem também já está garantida na corrida para chegar à Governadoria em outubro é a deputada federal Rose Modesto, por ora no PSDB, mas que em coletiva de imprensa revelou que trocará de sigla, tendo como destino quase certo o União Brasil. 

Porém, para isso acontecer, é preciso que seja aberto o período de janela partidária, quando é possível trocar de partido sem a perda de mandato parlamentar.

À primeira vista, Riedel, Marquinhos e Rose são forças semelhantes, mesmo que em alguns momentos um tenha vencido o outro, mas foram em outros tempos e a conjuntura era diferente.

Outra situação que torna o passado apenas um entre tantos itens variáveis na eleição deste ano é o número de candidatos que pode alcançar.

A CONFIRMAR

Com equipe de campanha já contratada, diversos vídeos lançados em sua rede social, entre outros, o ex-governador André Puccinelli (MDB) é tido como um forte concorrente, contudo, sua pré-candidatura nem sequer contou com um lançamento oficial, algo que ainda coloca em xeque o seu nome nos bastidores do poder.

Ele é um quarto elemento que pode influenciar, e muito, a disputa eleitoral, afinal, é o nome que hoje lidera as pesquisas para o governo de MS – o mandato em questão é para ocorrer de janeiro de 2023 a dezembro de 2026.

Nessa mesma esteira, aparece outro ex-governador: Zeca do PT. Afastado da política eleitoral e, como afirmam até mesmo os seus correligionários, cuidando mais da vida pessoal, José Orcírio Miranda dos Santos retornou aos holofotes para ser um palanque de Lula no Estado, mas pode recuar da disputa para abrir espaço a aliados petistas.  

A formação de uma federação com PSB, PV e PCdoB coloca em dúvida a sua candidatura, mas, ainda assim, ele é tratado como o nome predileto do partido da estrela, solitária e vermelha, em Mato Grosso do Sul.

Além desses tradicionais nomes, outros “novatos” devem se arriscar nas urnas. Movimentações já são vistas, entre elas, a do deputado estadual Capitão Contar, que está no União Brasil mas tenta se viabilizar como nome do PL para o governo. 

Em 2018, ele foi eleito com expressiva votação, sendo escolhido por 77 mil eleitores, maior número de votos da história.

Outro adepto da corrente chamada de bolsonarista que quer lutar pela vaga no Executivo é o deputado federal Loester Trutis, também do União Brasil, mas já com data e hora marcada para ganhar outro rumo: ele vai migrar para o PTC.

A ida de Trutis para a nanica sigla acontece paralelamente à movimentação de sua namorada, Raquelle Lisboa, que assumiu a direção da legenda no Estado recentemente.

Contudo, a pequena estrutura em seus entornos ainda coloca em dúvida as futuras candidaturas dos dois bolsonaristas, situação corriqueira nas eleições – quando vários nomes, inclusive desconhecidos, aproveitam para participar do pleito e usar a exposição do momento para expor suas ideias, promover debates e até mesmo fortalecer o próprio nome para outras disputas que acontecerão no futuro.

Quem também se encontra em situação semelhante à de Trutis e à de Contar, mas está em outra esfera ideológica, é o ex-vereador Marcelo Bluma. 

Filiado ao PV, ele aguarda o que o partido fará nacionalmente e, caso não se concretize a aliança com o PT, deve ser mais um candidato a brigar pelo voto do sul-mato-grossense.

Viradas marcaram pleitos de dois turnos em MS

Desde 1982, o governador de Mato Grosso do Sul é eleito no voto popular de seus moradores. Criado em 1988, o segundo turno só foi necessário aqui dez anos depois, em 1998, quando Zeca virou o jogo sobre Ricardo Bacha e levou o pleito. 

Em 2002, ele venceu no primeiro e no segundo turno Marisa Serrano. Só 12 anos depois, em 2014, foi necessário um segundo turno em MS, com Reinaldo Azambuja em outra virada, vencendo o então petista Delcídio do Amaral. 

Assim como Zeca, Reinaldo reelegeu-se (em 2018) em uma disputa com dois turnos, vencendo ambos. Para 2022, o cenário tende novamente a repetir esse turno duplo que acirra as disputas locais.

Quatro vezes que MS teve dois turnos nas eleições

Reinaldo Azambuja (2014 e 2018) e Zeca do PT (1998 e 2002) foram os únicos eleitos em dois turnos em MS.


Fonte: Correio do Estado