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Camapuã: ABC/Mercado Sobrinho vence Juventus e conquista Copa verão
domingo, 29 Março, 2015 - 00:45
O ABC/Mercado sobrinho venceu por 4 a 2 o Juventus e sagrou-se campeão da Copa Verão de Futebol Society.
Pra falar sobre o jogo que consagrou a melhor equipe da competição eu, Aloizio Targino, peço licença para substituir as tradicionais matérias, imparciais, que transmitem apenas informações técnicas sobre o confronto, para transcrever uma crônica da minha visão sobre a final desta competição, que virou assunto entre os desportistas de Camapuã.
Dois lados
Podemos dividir a final em duas partes, uma bonita, aquela que nos faz sair de casa junto com a família e amigos, sentarmos na arquibancada e assistir belas jogadas, dribles, gols espetaculares, enfim, para sentirmos o prazer que esse esporte nos proporciona e outra parte, aquela que tem afastado cada vez mais as famílias das beiras dos campos, tirando cada vez mais os torcedores das arquibancadas e por muitas vezes estimulando as crianças a praticarem outros esportes mais ‘disciplinados’.
Como estamos falando de uma final, faço questão de iniciar pelo lado bonito e antes de qualquer coisa, dar parabéns ao desportista Cláudio Oliveira e todos seus atletas pelo título conquistado de forma merecida, os cumprimentos se estende ao Neném ‘Pirola’ e seus comandados, que ficaram com o segundo lugar, pois em minha opinião as duas melhores equipes da competição chegaram a final de forma merecida.
Quanto ao lado ‘feio’ da final deixo para mais adiante.
O jogo
O confronto foi de dois times que sabem jogar com a bola, no início o Juventus demonstrou mais técnica e dominou as primeiras ações do jogo, conseguindo abrir o placar aos 9 minutos, com o atleta Mateus, que livre de marcação desviou de ‘letra’ uma bola arrematada de fora da área. Ainda no primeiro tempo o prejuízo foi recuperado pelo ABC, que marcou de falta em boa cobrança de Rodrigo Montagna.
Na etapa final o jogou foi comprometido pelas expulsões (que iremos falar ao final), novamente a equipe do Juventus iniciou com as melhores chances, mas logo o ABC equilibrou a partida, a virada aconteceu com o atacante Antonio Pedro “Negão”, que em contra-ataque iniciado por ele próprio, marcou um belo gol, mas a vantagem não durou muito tempo, poucos minutos a equipe sofreu o empate, com gol marcado por Max William.
Já nos minutos finais Dani Wilson desempatou novamente para o ABC, com um golaço, um ‘pombo sem asa’ que saiu de muito longe, batendo no travessão e encobrindo o goleiro Rick, um daqueles lances que mencionamos no início, que nos faz apaixonados pelo futebol. Antes do apito final “Negão” marcou seu segundo gol e o quarto do ABC, dando números finais a final e consagrando sua equipe como campeã invicta da competição.
Lado feio
Talvez não fosse o momento de relatar o que de desagradável ocorreu na final, e que ocorre em muitos jogos, mas confesso que iria me sentir bastante incomodado se presenciasse, como presenciei de perto algumas cenas e atitudes, e não as mencionasse.
Primeiro, como falar de uma final onde cinco jogadores foram expulsos de campo, uns por agressão física, outros por verbal e apenas relatar o lado bom? Isso sem nem mencionar que todos foram expulsos de forma direta, sem antes terem levados dois amarelos, sem falar ainda que outros sete jogadores levaram amarelos, que conforme o regulamento da competição cumprem dois minutos de ausência do jogo.
Como não chamar de lado feio, o jogador que ao marcar o gol que empata o placar em dois a dois, faltando poucos minutos para o término da partida e ao invés de ir festejar com seus companheiros sai em disparada na direção da torcida e mostra seu dedo médio para os torcedores que ali estavam?
A arbitragem
Como ocorre costumeiramente e não é uma exclusividade dos jogos amadores, a arbitragem dificilmente agrada á todos, principalmente aquela equipe que não sai vitoriosa, mas a meu ver, os árbitros Nilvan Dias e Valdir Fortini realizaram uma boa arbitragem, o que podemos constatar neste jogo, assim como na maioria dos que ocorreram, é que muitos atletas entram em campo já intencionados a tentar desestabilizar os árbitros, se preocupando mais no êxito da equipe de arbitragem, do que em seus próprios erros e acertos quanto atleta, reforçando, não são todos, mas é uma parcela que a cada competição vem aumentando, o que tem enfraquecido o futebol local.
Sim, acredito que existam os maus árbitros, ou melhor, aqueles que também prejudicam o espetáculo, o que não foi o caso desta partida. Onde quero chegar com essa conversa? É que todos nós que gostamos do futebol e participamos dele devemos exigir menos dos árbitros e mais de nós mesmos, sermos mais justos em campo, reconhecer mais os êxitos de nossos adversários e atribuir menos os nossos fracassos a terceiros.
As expulsões
Mateus, Rubens e Tiago para o Juventus e Vinicius e Billy para o ABC, o reflexo de um jogo decisivo, com diversos ingredientes para deixar ainda mais ‘quente’, entre eles por envolver uma equipe com todos os atletas de Camapuã, enquanto a outra tinha sua grande maioria de jogadores ‘estrangeiros’, mas nada justifica tantos lances para expulsões, nem mesmo o fato de o vencedor levar um prêmio de R$ 1.200,00.
Das cinco expulsões todas achei justas, mas uma me chamou mais atenção, foi a do atleta Vinicius, o jovem atleta, bom defensor e que se ‘formou’ no Projeto Bom de Bola, Craque na Escola, inclusive sendo o capitão da equipe sub-19 do Camapuã Futebol Clube em campeonatos estaduais, mas apesar das diversas qualidades, Vinicius tem um ponto fraco que já demonstrou em outros jogos também, o desequilíbrio emocional durante as partidas, no jogo desta quarta-feira após fazer uma falta sem bola, em seu campo de ataque, com um famoso ‘trança-pé’ e levar um cartão amarelo, o defensor ‘perdeu a cabeça’ e afirmou/perguntou por algumas vezes se seu ‘professor’ Valdir Fortini estaria louco, levando corretamente o cartão vermelho.
Mas a expulsão ainda foi menos grave do que Vinicius cometeu ao lado de fora, ao xingar um atleta adversário que também fora expulso e dar início a uma confusão envolvendo os jogadores de ambas as equipes, o tumulto só não foi maior graças á alguns esportistas que gostam bem mais daquele lado bonito do futebol chegaram e procuraram acalmar os ânimos, como foi o caso do próprio responsável pelo ABC, Cláudio, o atleta Jean Francischini entre outros que apaziguaram a desordem.
Pra finalizar, reitero que talvez esse não fosse o momento para abordar esse assunto, novamente expresso aqui os meus cumprimentos a equipe campeã e deixo os meus votos para que nosso esporte possa avançar neste aspecto disciplinar, pois de qualidade somos testemunhas de que há bastante, fica o convite para ampliarmos esse debate, para o bem do nosso esporte.