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Crise do coronavírus faz três frigoríficos de MS darem férias coletivas
domingo, 5 Abril, 2020 - 15:45
Redução no consumo de carne causada pela Covid-19 forçou três frigoríficos de Mato Grosso do Sul a darem férias coletivas aos seus funcionários. Em todo o país são 11 plantas paralisadas, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A JBS confirmou ao Correio do Estado que entre as fábricas afetadas está a unidade de Nova Andradina. Não há informações sobre quantos trabalhadores foram afetados.
Funcionários de frigorífico receberam férias coletivas - Arquivo/Correio do Estado
Nesta última semana, as vendas no atacado e no varejo da carne de boi registraram queda, principalmente nos chamados "cortes nobres". No período de 30 de março a 3 de abril, houve desvalorização do preço da arroba do boi ao produtor em 3,5%.
A CNA tem medido os impactos da pandemia na produção agropecuária e no mercado interno. O cenário reflete o fechamento de locais como restaurantes, bares e hotéis, dado que o consumo atual tem dependido, majoritariamente, do que é comprado pelo cliente doméstico.
Outra área que tem sentido o impacto é o mercado de flores e plantas ornamentais, que teve redução drástica. Para as flores, a proibição de eventos e o fechamento de floriculturas foram são as principais causas. Alguns segmentos sentem redução de até 90% do faturamento semanal.
No setor de frutas e hortaliças, o funcionamento das feiras livres contribuirá para a retomada de pequenos e médios produtores, principalmente aqueles que têm nessas feiras o principal canal de comercialização. Após duas semanas com forte alteração na demanda e preço das frutas e hortaliças, o cenário aponta para uma estabilização.
A produção e comercialização de soja e milho seguem dentro da normalidade, após preocupações com as condições logísticas. Produtos congelados continuam com alta demanda. O alto preço do milho e do farelo de soja tem preocupado produtores pecuaristas. Em 2020, o milho já acumula valorização de 18,3% no mercado interno brasileiro. Se a tendência de alta dos insumos para alimentação animal for mantida, os pecuaristas devem sofrer com margens negativas e perda de competitividade.
INTERNACIONAL
A Comissão Europeia publicou, no dia 31 de março, uma medida que permite que os Estados-membros realizem controles sobre a cadeia agroalimentar de maneira mais flexível. A medida tem como objetivo impedir a propagação da doença através da circulação das equipes que trabalham em setores de controle de mercadorias, além de facilitar a circulação de animais, plantas e alimentos para dentro da União Europeia (UE). A medida é inicialmente válida por dois meses e poderá ser revisada no decorrer do avanço das ações contra a covid-19.
Na China, relatórios apontam que 88% das empresas do setor agrícola já teriam retomado suas atividades. Segundo a "National food and Strategic Reserves Administration", 97% das principais empresas nacionais de fornecimento agrícola e 63% das empresas de processamento de grãos também já teriam voltado ao trabalho.
Fonte: Correio do Estado