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Em decisão anterior, Justiça determinou soltura de 13 acusados para cuidarem de gado
quinta-feira, 23 Julho, 2015 - 11:30
Depois da decisão polêmica que determinou a soltura de 13 integrantes de quadrilha acusada de furto de gado para que eles mesmos cuidassem dos animais, o juiz voltou atrás e agora quem ficará responsável pelo transporte das 350 cabeças de gado para leilão será a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul).
Em nova decisão expedida no fim da tarde de ontem (22), o juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, revogou decisão anterior e justificou o motivo de ter confiado o gado aos acusados .
“Foi a única solução encontrada para evitar a perda dos semoventes [animais], que vêm morrendo na fazenda onde estão apascentados, sendo, portanto única medida, embora extrema, que se encontrou”, diz a decisão.
Depois de o caso vir à tona ontem, a Acrissul procurou a Justiça e se colocou à disposição para fazer o transporte do gado até o local onde será feito o leilão dos animais. O valor arrecadado com a venda das cabeças será depositado em juízo e assim que os donos dos animais forem sendo identificados pela Justiça, o valor poderá ser devolvido.
Pelo transporte das 350 cabeças, a Acrissul estima que sejam gastos pelo menos R$ 3 mil. O valor será descontado da venda do gado e repassado à Acrissul.
De acordo com o presidente da associação, Francisco Maia, o gado será vistoriado hoje por zootecnista da Acrissul e pode ser necessário cuidados veterinários e até suplementação na alimentação dos animais, tendo em vista que alguns já morreram de fome.
“A Acrissul não poderia deixar que essa ação da polícia servisse como desestímulo ao produtor. A comercialização será feita por leilão para que o valor de venda e a boa fé da Acrissul não sejam questionados”, completou o Maia.
Em até uma semana, segundo avalia o presidente da associação, todo o gado deve ser transferido e vendido.
Apesar de a Acrissul ficar responsável pelo gado, o juiz manteve parte da decisão que concede liberdade provisória aos 13 acusados. Mas desse vez eles não cuidarão do produto do crime supostamente cometido.
O CASO
O bando criminoso foi desmontado no começo do mês de março por policiais do Grupo Especializado de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras). Na ocasião, o esclarecimento de uma série de furtos de gado, ocorrida em pelo menos seis cidades do Estado, foi mostrado à imprensa e apresentados 10 dos 13 autores. Tratando-se de Hélio Ângelo dos Santos, Dilson Aparecido Almada, ambos de 38 anos, Ronaldo Ribeiro Melo, 25, Odair José Morais, Luiz Fernando de Oliveira Faria, Eliton Pereira Souza, todos de 26 anos, Márcio Antônio Morais, 24, Marcos Leandro Morais, 28, Leandro Sanches, 18, e Elias Gomes de Sena, 52.
Hélio Ângelo foi apontado como o dono da estrutura criminosa e Ronaldo, junto de Dilson, auxiliares dele.
De acordo com o delegado responsável pela desarticulação da quadrilha, Fábio Peró, o grupo tinha como alvo, somente, animais de grandes raças, como a Brangus, para melhoramento genético. Os ladrões agiram em cidades como Jaraguari, Dois Irmãos do Buriti, Terenos, Nova Alvorada do Sul, Camapuã e Campo Grande, no período de pelo menos seis meses, e fizeram mais de 15 vítimas, cujo prejuízo esteve estimado em cerca de R$ 1 milhão.
Ainda no decorrer das investigações, foram identificados como integrantes da associação criminosa: Antônio Paz de Melo, Antônio de Almeida Neto e Amauri Gilioli.
Correio do Estado