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Em dia ruim, campo-grandense está fora de reality de culinária
quarta-feira, 21 Novembro, 2018 - 16:00
Foto: divulgação / Band
Acabou a participação de Mato Grosso do Sul na edição deste ano do MasterChef Profissionais. O chef de Campo Grande, Daniel Barbosa, 26 anos, que ganhou destaque ao longo da campanha, foi eliminado em dia para se esquecer: na primeira etapa, errou e não entregou o bolo espelhado. Foi para a prova de eliminação, onde não demonstrou reação e deu adeus.
O sinal de que o episódio não seria dos melhores para Daniel veio logo na primeira prova. Os participantes tinham de fazer um bolo espelhado e o campo-grandense errou na receita. O resultado foi o desabamento do bolo na hora de desenformar, fazendo com que ele sequer entregasse a sobremesa pedida.
Como punição por ser o pior, Daniel iniciou a prova de eliminação com 15 minutos a menos.
E o dia era especial, pois a prova foi conduzida pelo estrelado chef Alex Atala que pediu a harmonização de cafés especiais com os pratos feitos pelos cozinheiros.
Daniel fez um pernil de ovelha ao demi-glace de café, uma espécie de molho próprio para guarnecer pratos de carne, acompanhado de pirão de queijo, picles de rabanete e grãos de buru.
Foto: divulgação / Band
Segundo Daniel, o tempo extra para raciocinar sobre a receita acabou sendo prejudicial. "É estranho porque os 15 minutos são bons para você pensar, mas depois de um certo tempo fica ruim, porque você acaba pensando demais. E pensar demais é uma merda. Mas o que me atrapalhou mesmo na prova foi a proteína porque, querendo ou não, o pirão de queijo era o meu prato", disse em entrevista ao Portal da Band.
"Não era o acompanhamento de um prato. Normalmente, a gente faz a proteína e monta tudo embaixo. Eu quero aprender a mudar esse raciocínio dentro de mim. Essa foi a minha barreira no MasterChef Profissionais, mas eu estou muito feliz. Conheci pessoalmente o Alex Atala, um dos tops do mundo. Não tem como ficar triste. Ele falou para mim que meu prato estava f*da, mas eu bati na trave", continuou.
"Cara, ele disse que o pirão de queijo, com molho, as castanhas quebradinhas e as lascas de queijo – que eu esqueci de pôr – era o prato perfeito. Sem o picles e sema proteína. A gente costuma achar que a proteína tem que ser o topo da pirâmide e isso não é legal", completou o chef sul-mato-grossense que revelou que a ideia de combinar queijo com café surgiu da sua infância.
"Eu sou filho de queijeiros, né? Então sempre tem café e queijo em casa. Queijo com café sempre casou muito bem. Em Minas Gerais é assim: pão de queijo com café. É uma combinação de que dá muito certo. E pirão de queijo é algo que eu adoro comer e adoro fazer. Também peguei o café que eu queria mesmo [Mogiana Paulista]. Eu tomo muito pouco café, mas se for para tomar café, eu prefiro um forte. Então, caí com o café que eu queria mesmo", afirmou.
Foto: Divulgação / Band
Segundo Daniel, o reality show o ajudou a rever pontos chaves na sua carreira. "Eu ainda tenho muito para fazer. É louco isso, mas eu sempre me cobrei muito. Sempre quis estar à frente, sempre quis ser prodígio e isso teve um impacto muito negativo na minha vida que eu não reparava. Eu me estressei muito com as pessoas, eu me afastei de tudo. Ganhei muito profissionalmente, mas perdi muito como pessoa. E nesses últimos dois anos eu tentei recuperar essa vida", explicou.
"Eu percebi que, depois de cinco anos, eu não tinha vivido nada nesses cinco anos. Tinha conhecido gente e feito um monte de coisa, mas era vazio. Ter passado pelo MasterChef Profissionais e sentir que o chef Daniel tem uma paixão, é fenomenal. Sinto que isso está sendo criado na minha vida de novo", concluiu.
Ao final, o campo-grandense revelou para quem vai a sua torcida. "Todos são fenomenais, mas eu quero ver muito o Rafael {Gomes] campeão. Ele é meu brother de copo, a gente sai para beber todos os dias. A gente é amigo de mais, pai. Ganhei vários amigos aqui no programa, mas no Rafa eu ganhei um irmão", finalizou.
Daniel é proprietário do restaurante Haus Gastronomia, especialista em cozinha contemporânea, na Vila Margarida,região norte da Capital.
É, inclusive, presidente da Associação dos Cozinheiros Profissionais do Pantanal.
Seu início na cozinha, no entanto, não se deu no Brasil. Foi em um intercâmbio para aprender inglês na Nova Zelândia, quando tinha 18 anos, Daniel se aventurou na cozinha pela primeira vez. De volta ao Brasil, foi pupilo do chef Paulo Machado e também trabalhou em um cruzeiro onde viajou para mais de 20 países.
Fonte: Correio do Estado