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Escuta levanta suspeita no Timão x Boca de 2013
segunda-feira, 22 Junho, 2015 - 09:45
Em meio à crise na Fifa que abala o futebol pelo mundo, estourou neste domingo um episódio que pode abalar o esporte na Argentina e na América do Sul. O canal América TV divulgou 11 escutas telefônicas que apontam supostas irregularidades cometidas por Julio Grandona, que presidiu a Federação Argentina (AFA) de 1979 a 2014, ano em que morreu.
Entre as acusações, Grondona é suspeito de influenciar na escolha do árbitro Carlos Amarilla para apitar o duelo decisivo entre Corinthians e Boca Juniors, pelas oitavas de final da Libertadores de 2013. O paraguaio teve atuação determinante ao anular gol legítimo e não marcar pênalti para o Alvinegro no empate por 1 a 1 que fez o time argentino avançar na competição.
O diálogo polêmico divulgado pelo canal é com Abel Gnecco, representante da AFA na Comissão de Arbitragem da Libertadores. Gnecco diz a Grondona que pressionou o diretor da comissão, Carlos Alarcón, para a escalação de Amarilla.
“’Gostam aí na Argentina do Amarilla?’ Olha, se não gostam dele, não sei. Eu gosto, bota ele e deixa de me encher o saco. Para Alarcón, me bota o Amarilla e para de encher. Bom, assim foi, o pôs e bom... e saiu bem porque, bom, tem que ser assim...”, disse Gnecco a Grondona, que respondeu ao dirigente depois.
“Saiu bem no fim. Ninguém queria a este louco de m..., e o maior reforço que o Boca teve no último ano foi Amarilla”, afirmou Grondona.
O trecho sobre o duelo contra o Corinthians foi parte de uma longa conversa sobre quem apitaria o jogo seguinte do Boca na competição, contra o também argentino Newell’s Old Boys, pela quartas de final.
"E agora quem tem de colocar no Boca x Newell's?", perguntou Grondona, que foi respondido por Gnecco. "Agora vamos ver, porque Alarcón põe Loustau (Patricio Loustau, árbitro argentino). Loustau teve problemas com o Boca x River...", respondeu Gnecco. Grondona, então, replicou descartando o árbitro. "Não, não pode apitar o Loustau, não pode", disse.
A dupla definiu três nomes para o confronto: Diego Ceballos, Germán Delfin e Mauro Viglian. Ao final, os dois últimos apitaram os jogos, que terminaram 0 a 0 cada. Nos pênaltis, o Newell’s avançou.
No final da conversa, ao falar sobre os bandeirinhas, os dois indicaram um suposto esquema para superar o Santos de Pelé na década de 1960.
"Julio, isso eu aprendi com você há mais ou menos quarenta anos", afirmou Gnecco sobre os auxiliarem. Na sequência, Grondona completou. "Em 1964, quando jogamos com o Santos, eu bati o (árbitro) Leo Horn, que era holandês, com os dois bandeirinhas", disse o ex-presidente da AFA.
À época, Grondona era presidente do Independiente, que eliminou o Santos nas semifinais da Libertadores de 1964. Na ida, os argentinos venceram por 3 a 2 no Brasil. No duelo de volta, os donos da casa voltaram a ganhar, desta vez por 2 a 1, com dois gols supostamente impedidos.
Band