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Figueirão: 200 pessoas caem em golpe de 'moai entre amigos'
sábado, 1 Setembro, 2018 - 21:30
Figueirão, antigo distrito de Camapuã (MS), tornou-se município em 2005 e tem 3.044 habitantes, segundo o IBGE. Destes, pelo menos 200 foram lesados em um golpe aplicado por uma moradora da cidade.
Figueirão (MS) tem pouco mais de 3 mil habitantes, desses, 200 foram lesados no golpe do "Moai" (Foto: TV Morena/Reprodução)
Uma vítima que prefere não se identificar, entrou em um grupo de "Moai", um tipo de consórcio realizado entre conhecidos, onde todos os participantes entregam uma quantia em dinheiro por mês, e um é sorteado para ficar com o montante.
Vítima que não quer se identificar conta que perdeu mais de mil reais em golpe de "Moai" (Foto: TV Morena/Reprodução)
Ela investiu R$ 1.200 reais, mas não recebeu nada. A mulher conta que a organizadora do consórcio, N., sumiu sem pagar ninguém do grupo:
"Mudou da cidade, saiu daqui sem dar satisfação pra ninguém, não respondia às mensagens, não atendia os telefonemas, até que ela trocou de número", relata.
"Faz muitos anos que ela mexe com Moai, então a gente acreditou que ela ia continuar fazendo as coisas tudo certinho, né? Mas esse ano ela deu calote na maioria das pessoas."
A cidade não tem polícia civil. O delegado, que fica em Camapuã, vai toda semana para Figueirão. Um inquérito foi aberto pra investigar o caso e parte das vítimas já prestou depoimento. Segundo o delegado Leonardo Fernandes, o prejuízo pode chegar a R$ 500 mil.
Uma mulher, amiga de N., afirma que emprestou R$ 21mil para a suspeita, que lamentava para a vítima que os demais não haviam pago a quantia do mês e ela teria que cobrir. A amiga, então, pedia dinheiro emprestado a outras pessoas para ajudar N. a pagar as dívidas.
A mulher disse que conseguiu recuperar parte do dinheiro, mas ainda faltam quase R$9 mil:
"Eu to à base de remédio, tomando tranquilizante pra poder dormir, tomo remédio pra ansiedade, porque você faz uma dívida dessa, e ela não é sua. Você empresta pra pessoa, você confia. Essa pessoa é de dentro da sua casa e aí a pessoa some, não te atende mais, não conversa mais com você, não da mais satisfação nenhuma. Então é revoltante!"
Procurada pelo G1, a irmã de N. explicou que ela foi embora para Costa Rica, cidade próxima a Figueirão, para ficar em casa de parentes. Ela conta que a família obrigou N. a parar com os "Moais" e ganhar dinheiro trabalhando como cabeleireira para quitar as dívidas:
"A vida dela lá não deu certo e ela foi se enrolando. Ela fazia Moai há nuito tempo, aí uns pagam e outros não pagam, então ela foi pegando outros empréstimos e assim foi indo. Um pouco das dívidas nós já pagamos."
"Nós não estamos negando de pagar ninguém, não estamos fugindo, só precisamos de prazo. Nós vamos devolver a cada um o que investiu. Não está fácil o serviço de cabeleireira, isso vai levar algum tempo, mas estamos negociando e queremos pagar tudo. Não vamos fugir do compromisso", finaliza.
Fonte: G1/MS