Figura emblemática em Campo Grande, Paulo do Radinho morre aos 61 anos

Aos 61 anos, Paulo César da Silva Baptista, conhecido como “Paulo do radinho” pelos campo-grandenses, morreu neste domingo (30) na Capital. 

Ele estava internado desde o início de abril no Hospital do Pênfigo, após uma crise de hipoglicemia, e sofreu uma parada cardiorrespiratória.

De acordo com o Jardim MS News, o artista lutava contra a diabetes há mais de seis anos. 

Figura emblemática na Capital, Paulinho não resistiu à complicações - Foto: Divulgação

O quadro de saúde de Paulinho piorou após contrair pneumonia duas vezes consecutivas durante sua internação, fazendo com que ele dependesse exclusivamente de aparelhos para sobreviver.  

Nos últimos 50 dias, diversas foram as especulações sobre seu estado de saúde, a principal era de que Paulinho havia contraído Covid-19, porém, após o resultado negativo do teste, foi descartada a suspeita.

O artista deixa um legado de muita alegria e humildade.

Em Campo Grande, ele era conhecido por dançar com seu radinho em mãos na Avenida Afonso Pena, apenas para gritar seu nome “Fala Paulo do Radinho”.

Sobrinho de Paulinho, Luiz Carlos Rodrigues Antunes Júnior contou em depoimento que além de seu tio, Paulinho foi como um pai para ele.  

"Para mim meu tio foi um exemplo de pessoa de ser humano, tudo que eu conheço em Campo Grande foi ele que me apresentou, sempre me levava para passear quando eu era criança."

Luiz ainda relatou um episódio que ocorreu com ele e sua família neste sábado, e mostrou o amor que a população sentia por Paulinho. 

"Eu tava na 14 com a minha família e um rapaz vendendo palheta de parabrisa veio me oferecer, perguntei à ele quanto tempo trabalhava ali e acabei contanto que eu era sobrinho do Paulo, ele me contou que se hoje ele tem família, carro, casa, tudo foi graças ao tio Paulo que tirou o rapaz das ruas".

A família ainda falou que ficavam preocupados com Paulo sozinho na Capital, mas que logo se despreocupavam, pois, sempre recebiam notícia de amigos que viam Paulinho. 

“A gente que mora longe, ficava preocupado com a saúde dele sozinho ai em Campo Grande, mas ele era muito amado por todo mundo, sempre um amigo ou outro ligava para mim e falava dele então eu sentia que ele tinha uma proteção muito grande aí na cidade, e cidade grande. A gente ficava com medo, mas ninguém fazia mal, sabíamos disso, ele tinha uma proteção divina".

Paulo do Radinho já foi funcionário da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e a entidade emitiu nota de pesar pelo falecimento da personalidade.

"A todos os amigos e familiares, manifestamos nossa solidariedade", diz a nota.

A Secretaria Municipal de Cultura (Sectur) também emitiu nota de pesar.

"Patrimônio cultural de Campo Grande, sua figura transmitia felicidade, amor e inspiração por onde passava. Há 23 anos ele esbanjava alegria dançando e cantando para animar as pessoas na Afonso Pena", diz a publicação.

O sepultamento será em Jardim, onde mora a família de Paulo. Familiares e amigos se despediram nas redes sociais, entre eles o Deputado Federal Fábio Trad.  

“O rádio vermelho parou de tocar. O silêncio invadiu a canção. Quem dançará por nós ? Quem nos convidará a aceitar a alegria como benção da vida? Paulinho, Paulinho do rádio, Paulinho da alegria! Vai com Deus, Paulinho !”.

Fonte: Correio do Estado