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Fila de espera por transplante de córnea zera em seis estados do Brasil

on qui, 29/05/2014 - 14:37
quinta-feira, 29 Maio, 2014 - 14:45

Os transplantes de córnea no país registraram um aumento importante, passando de 12.923 para 13.765 nos últimos três anos.

Além disso, esse tipo de procedimento é o que mais apresenta redução da lista de espera. Em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, a fila de espera por esta cirurgia zerou em 2013.

A universitária de 20 anos, Kertely Prado, foi uma das beneficiadas com a redução da fila de espera por um transplante de córnea. Diagnosticada com Ceratocone, Kertely fez transplante de córnea no olho esquerdo em maio de 2013, no Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre (HBO).

O ceratocone é uma doença degenerativa responsável por deformar a córnea. Caracterizada pelo aumento progressivo e irreversível de sua curvatura, que vai ficando em um formato mais cônico ao invés do formato esférico. Nos casos mais graves, pode até provocar cegueira.

No início, a estudante, que tinha apenas 10% da visão de cada olho, fez o tratamento com lente de contato rígida. “Era complicado pra estudar, assistir televisão. Mas o tratamento foi muito difícil, não me adaptei bem. O transplante era o último recurso”, relembra Kertely.

A estudante conta que a cirurgia foi muito boa. “Voltei pra casa no mesmo dia. A primeira semana depois do transplante foi mais delicada. Mas tudo correu normal”, destaca.

“Geralmente o Ceratocone tem outras alternativas de tratamento, que às vezes nem precisa recorrer ao transplante. Mas o caso de Kertely era bem grave.

Estava com a visão muito baixa e especialmente para uma pessoa tão jovem como ela, isso é muito ruim. Depois do transplante, ela está enxergando praticamente normal”, comenta Dr. Fernando Kronbauer, oftalmologista e especialista em cirurgias oftalmológicas do HBO, que realizou o transplante de Kertely.

Fila de Espera

De acordo com o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Borba, a espera pela chance de receber uma nova córnea praticamente não existe mais no SUS.

“Como em vários estados do Brasil essa lista de córnea já tende a zero, já foi zerada, há uma queda também do número de pessoas na lista de espera.

A pessoa se inscreve na lista, quinze, vinte dias depois, que é um tempo de preparação para qualquer cirurgia, esse paciente já recebe a sua córnea de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde”, afirma Heder.

Segundo Dr. Fernando, há quatro anos, a fila de espera por um transplante de córnea chegava a demorar um ano ou mais no Rio Grande do Sul.

“Agora, a espera praticamente não existe. É só o tempo de colocar na fila e achar um doador compatível”, destaca. Para o oftalmologista, são muitas as razões que levaram a isso. “Primeiro, aumentaram as campanhas sobre transplante e de conscientização da população, além da melhora na captação.

As pessoas estão doando mais também. Mas para isso é preciso todo um trabalho de uma equipe multidisciplinar para fazer tanto a abordagem, captação e finalmente o transplante”, complementa Dr. Fernando.

O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde destaca ainda que o Brasil é referência mundial na área, com 95% dos procedimentos de todos os tipos de transplantes realizados pelo SUS. Para o Dr. Fernando, que já faz cirurgias de transplantes há 15 anos, o Sistema Nacional de Transplantes funciona muito bem. “O cadastro único é realmente idôneo e muito correto”, finaliza.

Blog da Saúde