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Filhas de casal que torturou sobrinho confirmam castigos à criança

on qui, 25/02/2016 - 07:22
quinta-feira, 25 Fevereiro, 2016 - 07:30
As duas filhas do casal que torturou o sobrinho de quatro anos durante rituais de magia negra, em Campo Grande, confirmaram à Polícia que viam a criança sofrer alguns castigos, mas que as torturas mais intensas e que resultaram em queimaduras, fratura e perda da visão era escondidas pelos pais.
 
As meninas, de 10 e 14 anos, prestaram depoimento nessa tarde na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), sob acompanhamento psicológico. "Elas afirmaram que viam o menino sofrer castigos, como ficar de joelho ou sem comer, mas que as demais torturas elas não presenciaram", explica o delegado Paulo Sérgio Laureto.
 
"Elas também contaram que percebiam as lesões no garoto e questionavam os pais sobre isso, porém eles diziam que eram acidentes domésticos, como queda da cama, entre outros", completa Laureto. Durante o depoimento, ambas garotas afirmaram nunca terem sofrido nenhuma tortura.
 
Após sofrer ameaças e resistência das presas do Instituto Penal Irmã irma Zorzi, em Campo Grande, a tia que confessou torturar o próprio sobrinho de apenas 4 anos precisou ser transferida para uma unidade prisional feminina do interior de Mato Grosso do Sul.
 
De acordo com o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa Garcia, no momento da chegada da mulher ao Irma Zorzi, as presas, que já sabiam do caso ficaram revoltadas e deram início a uma manifestação, gritando e batendo as portas das celas.
 
Algumas chegaram a quebrar cadeados e a Agepen precisou pedir apoio à Polícia Militar, que ajudou a retirar as detentas das celas para realizar uma vistoria.
 
Mesmo ficando em uma cela individual, Stropa afirma que ela poderia correr risco de morte caso alguma presa conseguisse quebrar o cadeado da cela e promover uma invasão.
 
Por medida de segurança, Stropa pediu que a unidade para a qual a mulher foi transferida não seja revelado para evitar novas manifestações. "Depois dos primeiros dias as demais detentas acabam se acostumando", ressalta.
 
Nessa nova unidade prisional ela também ficará em uma cela individual. Já o seu marido foi levado para o Instituto Penal de Campo Grande, onde já ficam detentos que sofrem resistência dos demais encarcerados.
 
 
O caso - Conforme a polícia, o menino teve lesões graves no corpo causadas por queimaduras, socos e pancadas. Foram verificadas também, conforme o registro policial, ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas.
 
O casal - ela com 31, ele com 45 - vai responder por tortura qualificada e abandono de incapaz. A pena é superior a 10 anos de prisão. As sessões brutais contra a criança aconteciam de três a quatro vezes por semana. A família mora em um conjunto de casas na rua Maracaju, Centro.
 
Além deles, um primo do garoto, de 18 anos, também é suspeito de participar das agressões e foi preso em Aquidauana - cidade localizada a 135 km de Campo Grande. De lá, ele foi transferido para a Depac (Delegadia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, na Capital, onde permanecerá preso.

Campo Grande News