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Globo cita Operário entre 10 times que entraram para a história do Brasileirão mesmo sem levar o título

on ter, 21/05/2019 - 21:52
terça-feira, 21 Maio, 2019 - 21:30

1. O ano de 1985 que QUASE consagrou o Bangu como maior time do país.

Sem desmerecimento à excelente campanha pelo título que o Coxa fez, eliminando gigantes como São Paulo, Cruzeiro, Flamengo, Santos, Corinthians e Atlético-MG, a decisão do Brasileirão de 85 foi de dois times que fizeram bons campeonatos e seriam merecedores do título. Na primeira fase, o Bangu venceu os dois turnos para se classificar tranquilamente em seu grupo e ganhou muita moral na segunda fase, quando se destacou em um grupo que tinha Vasco e Inter como favoritos. Destaque para a vitória em cima do Vasco que praticamente sacramentava a classificação do Bangu. Na semifinal, eliminaria o surpreendente Brasil de Pelotas (que veremos a seguir) e chegaria com ar de favoritismo para a decisão – que seria vencida pelo Coritiba, em emocionante decisão de pênaltis. Seria uma temporada de muitos "quase" para o time de Moça Bonita, que também seria vice no Carioca, embalado pelo poderio financeiro de Castor de Andrade.

2. Também em 1985, o Brasil de Pelotas surpreendeu o poderoso Flamengo de Zico.

No Campeonato Brasileiro de 1985, o Xavante terminou num honroso terceiro lugar após chegar meio capengando até a segunda fase e se deparar com um grupo onde iria encarar Bahia, Flamengo e Ceará. Deste grupo, apenas o primeiro colocado se classificava para a semifinal. O Flamengo era aquele timaço dos anos 80 e nessa temporada contava com Leandro, Mozer, Andrade, Adílio, Zico e Bebeto. O Brasil de Pelotas chegou à penúltima rodada dessa fase disputando a vaga diretamente com o Flamengo.

Na partida no Rio, deu Flamengo, mas na partida que decidiria a classificação, disputada em Pelotas, o Xavante conseguiu o maior feito de sua história até hoje: derrotou o Flamengo por 2 a 0 e complicou a vida do Rubro-Negro. Na última rodada, venceu o Bahia e deixou o Flamengo fora do mata-mata final. O Brasil seria eliminado pelo Bangu na disputa pela vaga na decisão, o que absolutamente não tira o brilho dessa bela campanha.

3. Em 1986, o América-RJ viveu momentos de glória e terminou em quarto, brigando de igual para igual com gigantes do futebol brasileiro.

Provavelmente nem mesmo o América acreditava que iria tão longe. Era uma edição do Brasileirão com 80 clubes, e logo de cara o time carioca caiu num grupo que contava com Flamengo, Corinthians e Grêmio como amplos favoritos. O América foi aos trancos e barrancos e precisava ganhar do Grêmio para se classificar de fase na última rodada. Venceu por 2 a 0 e conseguiu. Na segunda fase, o desafio era ainda maior, e em seu grupo tinham: Palmeiras, Santos, Botafogo e São Paulo. Mesmo assim, o América conseguiu arrancar pontos importantes destes times e obteve uma classificação alternando entre empates com os grandes e vitórias em cima dos times do mesmo escalão.

Nessa segunda fase, destaque para a grande vitória em cima do Santos por 1 a 0. Seria o momento de encarar o Corinthians no mata-mata. Uma surpreendente e brigada vitória por 2 a 0 no Pacaembu colaborou para a inédita classificação à semifinal, em que o adversário seria o São Paulo, de nomes como Careca, Valdir Peres, Pita, Muller... O América seria eliminado, mas não entregou fácil. Quase conseguiu segurar um empate na primeira partida do Morumbi e fez uma pressão incrível no Maracanã, mas não foi o suficiente, e o jogo terminou 1 a 1. De consolo, fica para o torcedor americano a lembrança de que foi uma ótima campanha, com a eliminação para o clube que levaria o título.

4. O Londrina fez história em 1977, desbancou equipes mais fortes e se sagrou o primeiro time do Paraná a terminar entre os quatro melhores do país.

O Londrina nem foi muito bem no começo daquele Campeonato Brasileiro que tinha 62 times. Só se classificaria para a terceira fase após uma repescagem. Mas conseguiu se salvar e chegou para a disputa por uma vaga na semifinal tendo que jogar com Vasco, Corinthians, Santos e Flamengo. Passou por cima de todos eles, com destaque para as vitórias de 1 a 0 contra o Flamengo e Corinthians, 2 a 0 contra o Vasco, jogando no Rio de Janeiro, e 2 a 1 contra o Santos, também fora de casa. Encarou o invicto Atlético-MG, que fazia uma campanha incrível, e acabou não se classificando para a final. Seria a primeira vez em que um time do Paraná terminaria o campeonato entre os quatro primeiros.

5. No mesmo ano de 1977, outra campanha improvável surpreendia o Brasil: a do Operário-MS.

A equipe do Mato Grosso do Sul surpreendeu muita gente com o terceiro lugar que conseguiu no Brasileirão de 1977. Sem grandes expectativas, o clube encarou na primeira fase adversários difíceis e não se intimidou. Ganhou de Avaí e Coritiba e arrancou empate da dupla Gre-Nal. Conseguiu, assim, sua classificação para a segunda fase, na qual teria pela frente Botafogo e Fluminense em seu grupo – além de arrancar um empate do Fogão jogando no Rio, conseguiria vencer o Tricolor e terminaria como melhor campanha deste grupo.

Na terceira fase, mais pedreira: teria que encarar Santa Cruz, Remo e Palmeiras. Não tomou conhecimento da academia alviverde e venceu por 2 a 0, na mais memorável partida dessa campanha, que garantia a classificação para a semifinal histórica. Seria desclassificado pelo São Paulo nesse mata-mata, mas não sem antes vencer o Tricolor paulista na partida de volta por 1 a 0, insuficiente para inverter os 3 a 0 da ida.

6. O Goiás de Cuca em 2003, renascido das cinzas.

O Goiás levou seis rodadas para ganhar uma partida no Brasileirão de 2003. Nas 12 primeiras rodadas, só venceu uma vez. A impressão era de que o rebaixamento seria inevitável.

Mas havia Cuca. Contratado em maio, o treinador comandaria a impressionante recuperação esmeraldina. O time ficou 15 rodadas seguidas sem ser derrotado (com cinco vitórias seguidas no meio da sequência), na passagem do primeiro para o segundo turno, e terminou o campeonato em nono, muito longe do rebaixamento.

Foi a segunda melhor campanha do returno, abaixo apenas do Cruzeiro, o grande campeão de 2003. O time do Goiás teve o goleador do Brasileirão, Dimba, com 31 gols. Fabão, Josué, Grafite, Araújo e Danilo eram alguns dos nomes daquela equipe.

7. O poderoso time do Náutico dos anos 1960 que bateu na trave em 1967.

Na segunda metade dos anos 60, no Nordeste quem mandava era o Timbu. Era um esquadrão que venceu seis vezes seguidas o Campeonato Pernambucano e dava show, incluindo uma vitória por 5 a 3 em cima do Santos de Pelé jogando em São Paulo. Por essas e outras, o clube chegou para disputar a Taça Brasil de 1967 – quando quase conquistou o país. Por ter sido considerado uma equipe forte pela CBD (a então organizadora do torneio), o Náutico entrou na competição já na terceira fase, onde eliminou o América-CE.

Nas quartas de final, o alvirrubro superaria o Atlético-MG. Chegava então a fase semifinal, e o adversário era o campeão brasileiro, o Cruzeiro de Piazza, Tostão, Procópio, Dirceu Lopes, entre outros. Em três partidas bem disputadas, prevaleceu o equilíbrio, e o Timbu se classificou graças ao saldo de gols nos jogos. Enfim chegaria a uma decisão nacional. A final seria com o Palmeiras, que o Náutico já havia eliminado na Taça Brasil do ano anterior, mas dessa vez foi diferente, e o Timbu sucumbiu à "Academia", que também já havia vencido outro campeonato nacional naquele ano, o Robertão. Uma pena para a história desta equipe do Náutico que merecia ter sido campeã de um título de campeonato brasileiro.

8. O começo dos anos 90 que teve o Bragantino se destacando (quase foi campeão brasileiro em 1991).

Muita gente lembra do Bragantino naquela clássica final caipira do Paulistão, comandado por Vanderlei Luxemburgo, quando o time de Bragança venceu o Novorizontino e ficou com o título. A base daquela forte equipe chegou bem para o Campeonato Brasileiro de 1991 e, diferente de muito time que ficou no quase, se classificou para o mata-mata, ficando em segundo lugar, empatado em pontos com o líder.

Na semifinal, os comandados de Carlos Alberto Parreira tiveram a missão de encarar o Fluminense, precisando apenas de um empate para se classificar. E foi melhor ainda: o time, que tinha Gil Baiano e Mauro Silva, conseguiu derrotar o Flu dentro do Maracanã por 1 a 0. A essa altura, o Braga assumia a posição de melhor campanha e precisaria apenas de dois resultados iguais para ser campeão contra o São Paulo. Ficou com o vice após perder a primeira partida no Morumbi e não conseguir inverter na volta. Apesar de não ter levado o título, uma campanha memorável.

9. O time da Portuguesa que em 1996 ficou no quase.

A Portuguesa, que muitas décadas atrás brigava de igual para igual com gigantes do futebol paulista, teve um capítulo de quase glória em sua história no ano de 1996. Com um forte time que tinha nomes como Clemer, Zé Roberto, Alex Alves, Gallo e o craque Rodrigo Fabri, a Lusa fez uma primeira fase bastante sólida e se classificou para o mata-mata em oitavo, deixando para trás na classificação Internacional, São Paulo, Corinthians, Vasco e tantos outros.

Nas fases decisivas, a Lusinha foi surpreendendo. A começar pela eliminação do Cruzeiro, que naquela altura era o atual campeão da Copa do Brasil. Depois eliminaria também o Atlético-MG. Chegava o momento de decidir o Brasileirão contra o Grêmio de Felipão, campeão da Libertadores no ano anterior. Na primeira partida da final, a Portuguesa conseguiu encher o estádio do Morumbi para ver o time se inflar de esperança e vencer por 2 a 0. O sentimento de "agora vai" era gigantesco. O que foi logo sendo derrubado quando Paulo Nunes abriu o placar no jogo da volta com menos de cinco minutos. Bastava apenas segurar o resultado, pois o segundo gol daria o título ao time gaúcho, que teve melhor campanha na primeira fase. Até que, num chute de muita felicidade, Aílton acabou com o sonho da Lusa de ser campeã brasileira.

10. Ninguém conseguia parar o São Caetano na Copa João Havelange de 2000. Até a final.

Na confusa Copa João Havelange de 2000, times de todas as divisões foram separados em módulos, e o cruzamento entre eles seria previsto para as fases finais. O São Caetano estava no módulo amarelo, que seria mais ou menos o equivalente a uma segunda divisão, dividida em dois grandes grupos. Nesta fase, o Azulão atropelou todo mundo do seu grupo e em 17 jogos venceu 11, empatou quatro e perdeu apenas dois. Entre os adversários desta fase, o time de Jair Picerni enfrentou Figueirense, Avaí e Paraná. Na fase de mata-mata deste módulo, o São Caetano ainda eliminaria Paysandu, CRB, Náutico e o Paraná na "final", e foi desta forma que conseguiu a classificação para a fase final da competição, onde enfrentaria um dos times do módulo azul (a primeira divisão).

O primeiro adversário do Azulão seria o Fluminense. Na partida da ida, 3 a 3, e a decisão ficaria para o Maracanã, onde o São Caetano aprontaria pela primeira vez ao se classificar com uma sapatada de Adhemar. Seria a vez então de pegar outro grande, o Palmeiras. Na ida, no Palestra Itália, 4 a 3 para o Azulão, que confirmaria a classificação no 2 a 2 da volta. Na semifinal, seria o Grêmio o adversário. Duas vitórias do Azulão, em destaque o 3 a 1 dentro do Olímpico. Era o momento de enfrentar o Vasco na confusa final. Na ida, 1 a 1. Mas o jogo da volta em São Januário não chegaria ao final, após a queda de um alambrado. A decisão seria adiada apenas para o começo de janeiro de 2001, quando o Vasco acabaria com o encanto do Azulão e levaria o título.


Fonte: Globo Esporte com InfocoMS