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Hospital de Câncer de Barretos ameaça fechar unidade do interior paulista
quinta-feira, 2 Junho, 2016 - 13:15
Referência nacional no tratamento da doença, o Hospital de Câncer de Barretos ameaça fechar sua unidade em Fernandópolis (a 555 km de São Paulo) e afirma que há atraso no repasse de R$ 30 milhões do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Em comunicado feito na manhã desta quarta-feira (1º), o gestor do hospital, Henrique Prata, disse que a unidade será fechada em 30 dias caso os recursos não cheguem ao hospital.
Questionado, o governo de São Paulo afirma, por meio da Secretaria do Estado da Saúde, que não há atraso de repasses à fundação responsável pelo Hospital de Câncer de Barretos. A reportagem procurou novamente a instituição, após receber o posicionamento do governo, mas não houve resposta.
Maior instituição oncológica do país, o Hospital de Câncer de Barretos tem atualmente oito unidades no país incluindo os hospitais de Fernandópolis e Jales. Para ter atendimento na sede, pacientes viajam até 3.000 km - incluindo de regiões como Norte e Nordeste do país.
Caso o Instituto de Prevenção Júlia Marzola Faria, em Fernandópolis, seja fechado, os pacientes vão precisar ser remanejados para a unidade de Jales, na região de Araçatuba, que faz cerca de mil atendimentos diários, todos via SUS (Sistema Único de Saúde).
Apesar da alternativa, Prata disse que a unidade de Jales também tem dívidas a receber e corre o risco de ser desativada até o fim do ano. Os problemas ocorrem, principalmente, porque o hospital faz quase 100% dos atendimentos por meio do SUS, o que obriga a instituição a buscar verbas extras todos os meses - como cachês doados por artistas em shows exclusivos e leilões de gado nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Segundo o gestor, o anúncio da possível desativação da unidade foi feito após análise dos gastos dos serviços prestados para as mais de 95 cidades que a unidade atende.
Inaugurado em 2013, o instituto de Fernandópolis realiza exames preventivos de câncer de colo de útero, de pele, de próstata e de boca. São no total mais de 3.000 atendimentos por mês na unidade.
Com 3.000 metros quadrados de área construída, a unidade tem inclusive um centro cirúrgico para pequenas operações e biopsias. Possui estrutura que comporta 50 mamografias e 40 ultrassons por dia, além de 20 biopsias semanais.
O instituto de Fernandópolis atua em conjunto com uma das unidades móveis do hospital, que atende a região da DRS (Departamento Regional de Saúde) 15.
Correio do Estado