Juros do cartão de crédito tem maior alta em seis anos e chega a 455,10% ao ano

Aliado ou inimigo das finanças? O cartão de crédito sofreu seu maior aumento nos juros em maio deste ano, sendo o maior dos últimos seis anos, chegando a 455,10%, ao ano, segundo o Banco Central. Essa é a maior taxa desde março de 2017, quando atingiu, 490% ao ano.

Imagem: Agência Brasil

Especialista em Economia Comportamental, a economista Andreia Saragoça, destaca que os juros do cartão de crédito são os mais caros dentre todos.

O cartão de crédito pode ser uma ferramenta muito útil e vantajosa se usada da maneira correta, mas quando isso não é feito e a pessoa não consegue pagar o valor total do cartão de crédito no seu vencimento, acaba entrando no chamado "rotativo do cartão de crédito".

"São gerados juros sobre juros, como exemplo, podemos pensar no valor total de uma fatura de R$ 1 mil, da qual pagamos R$ 400, o valor restante, R$ 600 é acrescido de juros médios de 15,18% ao mês, gerando, caso não seja realizado mais nenhuma compra nesse cartão, R$ 691,08, para a próxima fatura, fora taxas e encargos que a instituição financeira também pode e vai cobrar", explica Andreia.

Segundo a economista, o ato se torna uma bola de neve financeira com juros sobre juros. "Assim, acrescendo mensalmente 15,18% ao valor inicial não pago, os juros chegam a taxa de 455,1% ao ano", detalha.

Diante de todas as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, Andreia afirma que a população precisa analisar com cautela o próprio orçamento, definindo prioridades para não realizar compras de produtos e serviços sem que caibam no orçamento.

"A necessidade de renda extra também deve ser analisada. E, por último, unir toda a família para definir essas prioridades e cuidarem juntos do orçamento doméstico, na busca de qualidade de vida, é sempre um diferencial enorme para atingir esse objetivo", finaliza.