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Laçador com síndrome de down faz sucesso nas competições de laço comprido em MS
sexta-feira, 24 Agosto, 2018 - 15:15
Foto: arquivo pessoal / G1
laço comprido é um esporte querido em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Federação de Laço Comprido de MS, o estado tem em torno de 5 mil laçadores competindo, e milhares de pessoas que participam das festas de laço todos os anos.
Nos eventos de laço comprido em Aquidauana, a 131km de Campo Grande, um jovem se destaca pela empolgação a cada prova: Bruno Oliveira, ou “Bruninho” como é conhecido por todos, sempre gostou de tudo relacionado à montaria: “Ele ficava do lado de fora da pista assistindo, torcendo, sempre muito animado, adorava tudo” conta o administrador Luis Alberto de Almeida, amigo da família há 10 anos.
Luis coordena uma equipe de laçadores com 5 participantes. O filho dele, Victor, e o irmão de Bruno, Matheus, competem juntos. Foi observando o encantamento do rapaz com as provas, que Luis resolveu fazer um pouco mais do que simplesmente apoiá-lo: “Resolvemos trazer o Bruninho para competir também”, conta.
Como o sexto componente da equipe, há 4 meses o jovem laça em uma categoria chamada “Bandeira” que é mais simples, onde competem as crianças: “A categoria é um pouco mais fácil, tem uma armada menor, mas ele fica lá no meio da gurizada e pra ele não faz diferença, o importante é laçar”, conta.
Custo de R$4 mil por mês
Embora seja mesmo um universo encantador, o laço comprido é um esporte caro. Segundo Luis, entre os cuidados com o cavalo, doma, indumentária, alimentação, e inscrições, um participante gasta em média de R$4 mil reais por mês: “Só a inscrição para participar das competições é R$150 reais. Para o Bruno, agora nós conseguimos que ele possa se inscrever sem custo. Ele já conquistou muita coisa”, conta.
Como Bruninho e o irmão competem na mesma equipe, eles acabam convivendo com a família de Luis, que abraçou a causa do rapaz, e todos viajam juntos para as competições. A mãe dos dois acompanha também, e Matheus conta que o irmão começou cedo a montar: “No início ele tinha dificuldade com as pernas, não laçava muito, mas aí começou a treinar e começamos a levar ele nos eventos, agora ele laça direto, se deixar ele até doma!” diverte-se.
Foto: arquivo pessoal / G1
O irmão conta que no circuito, Bruno não é tratado de forma diferente por conta da síndrome: “Ele compete como eu, como os outros, como todo mundo. Ele entende, torce, veste a camisa. Tratam ele muito bem em todo lugar, tratam que nem filho” relata.
Luis conta que se sente realizado ao observar a alegria de Bruninho quando está nos eventos: “Ele sempre foi apaixonado por isso, aprendeu fácil e rápido. Cuida dos animais, alimenta, dá banho, faz tudo. Ele é carinhoso, um guri dedicado, esforçado, trabalhador, ele é um barato”.
A equipe de laçadores de Aquiadauana que recebeu Bruninho como competidor o sexto competidor (Foto: Arquivo pessoal / G1)
O próximo evento será em setembro, e a equipe segue treinando: “Ele conseguiu evoluir bastante, conquistou a admiração de todos, e a gente espera que ele conquiste muito mais na carreira dele que está só começando” finaliza.
Fonte: G1MS