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Manicure em MS é suspeita de tentar comprar bebês com droga e dinheiro

on sex, 13/06/2014 - 13:36
sexta-feira, 13 Junho, 2014 - 13:30

Sete meses após a prisão da manicure Renata Silva de Jesus, de 33 anos, por integrar uma quadrilha que sequestrou um recém-nascido em Campo Grande, a polícia ainda investiga crimes praticados por ela. Em entrevista nesta sexta-feira (13), o delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pelas investigações, afirmou que ela ainda é suspeita de fornecer droga para três mulheres durante a gestação. A intenção era 'comprar' os bebês com entorpecente e dinheiro após o parto.

“Ela buscava mulheres grávidas e usuárias de drogas que estavam dispostas a vender crianças em troca de entorpecente. Em um dos casos, nós constatamos que Renata forneceu droga para uma jovem de 20 anos por quatro meses, até bem próximo do nascimento do bebê. No entanto, essa jovem que morava na rua foi levada para um abrigo e não conseguiu entregar a criança”, declarou Lauretto.

Além desta jovem, a polícia identificou mais duas mulheres, com idades entre 18 e 20 anos. “Elas compareceram com a Renata em hospitais e fizeram o exame de ultrassom em seu nome. Apreendemos três documentos, dois masculinos e um feminino, com idades gestacionais diferentes”, explicou o delegado adjunto da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca).

Com a certeza da impunidade, o delegado disse que a manicure inclusive estava com um quarto 'pronto e decorado' para receber uma criança. “Ela havia perdido um bebê recentemente e queria a todo custo suprimir a perda do filho, principalmente para agradar o marido. A hipótese inicial foi de tráfico de crianças, mas a Renata e os integrantes da quadrilha acabaram confessando cada um a sua participação”, detalhou Lauretto.

O inquérito policial aguarda agora o resultado de laudos do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), além da identificação de uma quarta suspeita. “Nós já temos a Renata, duas suspeitas e apenas o apelido de uma outra envolvida. Todas elas responderão por falsidade ideológica (prisão de 1 a 5 anos) e por infringir o Estatuto da Criança e o Adolescente (ECA), no sentido de oferecer e receber recompensa para entregar uma criança”, finaliza o delegado.

Sequestro
O crime aconteceu dia 16 de novembro de 2013. Renata apresentou à polícia três versões sobre o rapto da criança, que foi encontrada três dias depois na residência onde ela e o marido moram, no bairro Tiradentes. Exames pré-natais também foram encontrados no local.

A manicure falou aos policiais sobre participação de bolivianos no sequestro, de dívida de drogas e que havia mentido ao marido sobre a gravidez. Na última versão, disse que sequestrou a criança para apresentar à família do esposo, que na versão dela sabia da intenção do rapto, da falsa gestação e negociou com o pai da bebê o crime.

Santos declarou à polícia que para ele, a esposa estava grávida e confirmou ter participado do sequestro. O pai da criança nega qualquer envolvimento no caso.

O quarto suspeito preso afirma que é amigo do casal e foi ao Dom Antônio Barbosa três vezes com Santos e Renata a pedido dela. Ele fala que os suspeitos informaram que estavam em busca de um sobrinho recém-nascido cuja mãe não tinha condições de sustentá-lo.

G1