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Na UTI com Covid, camapuanense 'sente cheiro' da mãe e descobre que ela está internada no mesmo local

on sex, 18/09/2020 - 14:15
sexta-feira, 18 Setembro, 2020 - 14:00

Após 10 dias no quarto e mais 10 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tratando a Covid-19, em um hospital de Campo Grande, a pedagoga Fátima Regina Salles, de 55 anos, que é filha dos camapuanenses Sr. Dormevil Calasans e Sra. Lucília Gomes, dizia estar desnorteada.

Por diversas vezes, ela também relata que "sentia o cheiro da mãe", o que a fez questionar a equipe médica e descobrir que ela já estava no local há quatro dias.

A mãe Lucília e filha Fátima ficaram internadas na UTI e se curaram da Covid-19 em MS — Foto: Fátima Salles/Arquivo Pessoal

"Minha mãe saiu do hospital agora, no dia 15 de setembro, após 59 dias internada, sendo 52 deles na UTI. Eu fiquei 20 dias no hospital e foi uma coisa maluca, porque a gente fica ali entubada. Mas, após uns dias, passei a sentir o cheiro dela a todo momento e depois soube que os médicos não pronunciavam o nome dela para não me preocupar. No último dia, além de uma psicóloga, uma técnica de enfermagem veio conversar comigo e me contou que ela realmente estava ali", diz ao G1 Fátima.

Segundo a pedagoga, havia muitas dúvidas sobre o que estava acontecendo no "mundo exterior". "É muito louco falar isso, mas, eu achava que todo mundo tinha morrido. Até que a psicóloga veio conversar comigo e me disse que estava tudo bem, que meu marido e minha filha me ligavam e visitavam todos os dias. Em seguida, a técnica falou que minha mãe estava ali e parece que eu renasci naquele momento", relembrou.

Pedagoga teve alta médica após 20 dias internada em hospital de MS — Foto: Fátima Salles/Arquivo Pessoal

Outra lembrança boa, ainda de acordo com Fátima, é o cuidado que os profissionais tiveram não só com ela, mas, com a aposentada de 79 anos. "Eu e minha mãe fomos muito bem tratadas e até por isso meu marido mandou fazer uma faixa. Ele colocou na frente do hospital no dia que a minha mãe teve alta médica. Eles nos passavam cremes no corpo, o meu cabelo é comprido e me lembro de quando as enfermeiras o amarravam. Sou muito grata a toda equipe, sei o quanto eles se arriscam", comentou.

Ao sair do hospital, Fátima conta que a família também teve muito apoio. "Foram dias muito difíceis. Eu, minha mãe e até o meu pai, que ficou uma semana tratando a doença. E soube depois que eles passavam muita segurança ao meu marido, mesmo a gente ali sem reagir na UTI. Tudo isso foi muito importante e vi o cuidado em cada detalhe, principalmente, quando eles não falaram o nome da minha mãe para que eu não me preocupasse e ficasse bem", finalizou.

Filha sentiu o cheiro da mãe e soube que ela também estava internada na UTI — Foto: Fátima Salles/Arquivo Pessoal

Família fez faixa para agradecer cuidado com pacientes durante internação em MS — Foto: Fátima Salles/Arquivo Pessoal


Fonte: G1/MS com InfocoMS