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População protesta contra decisão do governador e prefeito de fecharem escolas em Camapuã
segunda-feira, 3 Dezembro, 2018 - 15:15
Escola Abadia Faustino Inácio na Rua Pedro Celestino, no centro da cidade - Foto: InfocoMS
Na última semana do mês de novembro a população de Camapuã, sobretudo alunos, pais e professores foram pegos de surpresa com o anúncio do fechamento da Escola Estadual Abadia Faustino Inácio ao final do período letivo de 2018.
O anúncio foi feito pela Secretária de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul, Maria Cecília Amendola da Motta, em visita à Prefeitura Municipal de Camapuã, onde reuniu-se com o Prefeito Delano Huber (PSDB), a Secretária de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Andréia Santos Ferreira da Silva, diretores das escolas estaduais de Camapuã e dois vereadores.
A Redação do InfocoMS apurou com pessoas presentes na reunião, que a principal justificativa da secretária de educação do Estado para a decisão seria a contenção de despesas e que o prédio seria cedido ao município, coicidentemente, ou não, o Prefeito Municipal comunicou após a reunião que também fecharia uma escola do Município, a Lucas Alves do Valle.
Escola Lucas Alves do Valle no bairro Coophavale - Foto: InfocoMS
Logo após a notícia se espalhar pela cidade, criticas ao atual prefeito e ao governo do Estado tomaram conta das redes sociais, manifestações foram realizadas em frente a escola Abadia seguindo até à Prefeitura Municipal. A manifestação foi organizada pelos alunos, que contaram com professores e algumas pessoas que também são contrárias a decisão.
Manifestação dos alunos em frente a Prefeitura Municipal - Foto: InfocoMS
Após aproximadamente uma hora de gritos de protestos e batucadas, o prefeito chegou ao protesto e foi conversar com os manifestantes, ele ouviu alguns questionamentos e se comprometeu a interceder pelo não fechamento da escola, confirmou presença em uma reunião com a Secretária de Educação do Estado nesta terça-feira (4) em Campo Grande, juntamente com alguns vereadores, deputados, a diretora da escola Abadia, professora Terezinha, a secretária de educação do município, Andréia, representantes da Associação de Pais e Mestres e do Colegiado, a fim de reverter a situação do fechamento da escola.
Posteriormente a reunião onde houve o comunicado dos fechamentos, a Prefeitura emitiu uma nota em sua rede social, afirmando que não estaria fechando nenhuma escola do município em 2019, mas sim, reestruturando a rede municipal de ensino. Confira abaixo a nota na íntegra.
Referente a nota acima, o que despertou indignação de populares e educadores, é que o IDEB da escola Lucas Alves do Valle não foi mencionado, já que é o maior entre as escolas, 5,4 segundo pesquisa feita pela nossa redação junto ao site do INEP, conforme abaixo.
Fonte: INEP
Outro fato que chama a atenção para o fechamento da escola Lucas é sua localização, ela fica numa região que vem crescendo nos últimos anos, fica entre os bairros Coophavalle e Cristo Redentor, que em breve contará com mais 86 famílias, logo que finalize a obra de construção das novas moradias, além de contar com área para mais moradias futuras, conforme foto abaixo.
Novas moradias do bairro Cristo Redentor que em breve serão ocupadas por 86 famílias - Foto: InfocoMS
Segue abaixo algumas informações que apuramos sobre a Escola Estadual Abadia Faustino Inácio.
A escola conta hoje com 322 alunos, sendo 189 no período matutino e 133 no período noturno.
Sobre a alegação do governo de que a escola tem hoje o maior número de professores convocados, nossa redação apurou que o EJA não pode lotar professores efetivos, tem que ser convocados, portanto se o EJA for para outra escola, terá que manter o mesmo número de professores convocados que há hoje, não tendo assim nenhuma economia por parte do estado.
Outro ponto apurado é que na escola hoje são lotados diretores e coordenadores que atuam na escola e também em outras escolas, que seguram vaga, não podendo lotar nessas aulas professores efetivos, portanto, com o fechamento da escola Abadia, essas vagas terão que ser garantidas em outras escolas estaduais, continuando com o mesmo número de convocados.
São lotados na escola Abadia hoje 3 diretores, sendo 1 da Abadia e 2 em outras escolas, 2 coordenadores, sendo 1 na Abadia e 1 em outra escola, além da presidente do SIMTED.
Quanto ao IDEB da Escola nos anos finais do Ensino Médio, professores argumentaram que foi o que teve o maior crescimento percentual de 2015 para 2017, que a obrigação do Estado é garantir a oferta das séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio e a escola Abadia oferece estas duas etapas.
Sobre a Escola Municipal Lucas Alves do Valle apuramos algumas informações conforme abaixo.
O município argumenta que a escola será fechada devido o baixo número de alunos, que poderão ser transferidos para a Escola Ernesto Solon Borges, sem levado em consideração o fato de que em breve serão inauguradas mais 86 moradias a 300 metros da escola, pais que se mudarão para estas casas lembraram que um dos critérios que contribui para serem contemplados, era possuir filhos em idade escolar e com certeza as crianças destas famílias seriam prejudicadas com o fechamento da mesma.
A escola hoje funciona com oferta do Pré 1 até o 5º ano, com aproximadamente 143 alunos, a escola tem salas amplas, tem uma boa estrutura e é bem localizada em relação ao bairro em sua volta, grande parte dos pais não precisam se preocupar com ônibus escolar devido morarem perto da escola.
Com a notícia do fechamento, a informação que se espalhou é que a escola Lucas poderá ser ocupada pelo PETI.
Sobre a LDB
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que define e regulariza a organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição, cabe aos Estados gerir o Ensino Médio, ficando facultativa a atuação, conjunta com as prefeituras, junto à Educação Infantil e Ensino Fundamental. Na prática, a SES está alterando a distribuição dos alunos em algumas escolas, o que tem causado o descontentamento de educadores e pais de estudantes.