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Preso por pedofilia e estupros fez vítimas em Campo Grande, Camapuã, Bonito e Nova Andradina

on qua, 19/08/2020 - 13:42
quarta-feira, 19 Agosto, 2020 - 13:30

Aisha dos Santos e Vanessa da Silva: é com esses codinomes que um homem, de 46 anos, fez mais de 50 vítimas na internet, sendo a menor delas uma menina de 11 anos e a maioria, adolescentes entre 13 a 15 anos. A polícia ouviu todas elas em depoimento especial e conseguiu delinear o perfil do suspeito, que usava o vídeo atribuído a uma facção criminosa para fazer ameaças e exigir fotos e vídeos delas nuas ou praticando masturbação.

Polícia apreendeu celulares usado por suspeito para atrair adolescentes em MS — Foto: Polícia Civil/Divulgação

"O suspeito foi preso há alguns dias em Campo Grande, cidade onde estão a maioria das vítimas. No entanto, existem boletins de ocorrência registrados também nos municípios de Bonito, Camapuã e Nova Andradina. A investigação aponta que ele começou a fazer esses perfis no ano de 2018, sendo mais assíduo no ano passado e sempre usando imagens de mulheres para enganar as vítimas", afirmou ao G1 a delegada Franciele Candotti, responsável pelas investigações.

Após adicionar as possíveis vítimas, o homem vasculhava informações pessoais delas tanto no Facebook como o Instagram, como o local onde estudavam e nome dos pais, por exemplo. Em seguida, ele enviava mensagens e, em alguns casos, a conversa ia para o WhatsApp.

"Ele falava: oi, tudo bem, você estuda na escola tal? E, quando a vítima respondia, ele dizia: Que legal, eu também estudava lá até o ano passado. Em pouco tempo, quando a conversa evoluía, ele começava a fazer ameaças, exigindo que elas enviassem fotos e vídeos nuas, mostrando o vídeo de uma decapitação e dizendo ser ele a pessoa que faz isso, ressaltando que faria o mesmo caso elas não enviassem o que foi pedido", comentou Candotti.

Em depoimento, elas disseram que ficaram "apavoradas" com as ameaças e então enviavam o que ele pedia. "Quando nós da polícia recebemos o vídeo, rapidamente o identificamos como sendo de uma facção criminosa, logo quando começou a se falar em tribunal do crime. Porém, muitas delas acreditaram no que ele dizia, tanto que são mais de 50 vítimas", ressaltou a delegada.

Suspeito também estuprou mulheres bêbadas, diz polícia

Ao instaurar inquérito, a polícia passou pouco mais de um ano fazendo buscas, ouvindo vítimas, até chegar ao suspeito. "A investigação foi bem complexa e continua sendo, porque ainda não finalizamos o inquérito. Muitas das vítimas nunca viram o suspeito, apenas conversaram na internet e, mesmo assim, enviaram as fotos intimas. Há alguns dias, fizemos busca e apreensão na casa dele, no Jardim Panorama, constatando também o estupro de mulheres bêbadas, o que também caracteriza o estupro de vulnerável", disse Candotti.

Conforme a polícia, o suspeito possuía diversos aparelhos celulares e, em alguns deles, a polícia encontrou fotos das adolescentes nuas e também vídeos, no qual ele saiu de uma festa, levou mulheres para a casa dele e fez sexo com elas, mesmo estando bêbadas. "Nós estivemos na casa dele em novembro e ele continuou a fazer vítimas, da mesma forma, tanto que em junho e julho deste ano tivemos registros de boletins de ocorrência", explicou a delegada.

Fazendo apenas bicos em lava-jatos ou atuando como servente de pedreiro, o suspeito não "levantava suspeita". "Ele não é casado, não tem filhos e morava com os pais. No entanto, teve algumas namorados e possui antecedentes por violência doméstica. Eu fiz o indiciamento dele de um caso bem detalhado e a Depca [Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente] deve fazer o indiciamento de um inquérito só, no qual constam mais 33 vítimas", afirmou Candotti.

Homem confessou que criou os perfis

Questionado sobre os fatos, o homem confessou que criou os perfis, porém, nega que tenha feito ameaças as adolescentes. Sobre o nome do perfil, ele disse que usou Aisha porque este era o nome da filha de uma ex-mulher dele.

Ele já está preso preventivamente, responde pelos artigos 240 e 241-B, do Estatuto da Criança e o Adolescente (ECA), que é de armazenar cenas e filmes e produzir cenas de sexo envolvendo menores de idade, além do estupro de vulnerável, com pena que pode chegar a 15 anos de reclusão.


Fonte: G1/MS - Graziela Rezende