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Presos da Gameleira reformam escola estadual e reduzem a pena em 36 dias

on qua, 26/04/2023 - 18:05
quarta-feira, 26 Abril, 2023 - 17:30

Prédio de 1,8 mil m² da Escola Estadual Ulisses Serra foi reformado pelas mãos de 25 presos do regime semiaberto do Centro Penal Agro Industrial da Gameleira (CPAIG).

Imagem: Marcelo Victor

A cada três dias de trabalho, um dia de pena foi reduzido. A reforma ocorreu de novembro de 2022 a abril de 2023 e totalizou cinco meses. Com isso, a pena foi reduzida em exatamente 36 dias, de acordo com a assessoria de imprensa da Agepen.

Os detentos revitalizaram dezenas de demandas que eram reivindicadas pela comunidade escolar há meses. Confira:

Parte elétrica

Parte hidráulica

Pintura

Instalação de coberturas em pontos específicos

Construção de uma biblioteca

Instalação de grades na quadra esportiva

Manutenção de 11 salas de aula

Manutenção de Salas da direção

Manutenção da Secretaria

Manutenção da coordenação

Manutenção da Sala dos professores

Manutenção da Sala de tecnologia

Manutenção da Sala de multiuso

Construção de bancos no pátio coberto

Manutenção de caixa d’água

Reservatório d’água (algibre)

Reforma do Estacionamento

Muros

Jardinagem

Captação de água pluvial do pátio

Manutenção de portas, janelas e portões

Adequação de acessibilidade

Substituição de vidros e telhas

Reestruturação da parte hidráulica e elétrica

Calçamento

Revestimento com cerâmica

Colocação de forro de PVC

Serviços de serralheria

Construção da casa de gás

A ação faz parte do projeto “Revitalizando a Educação com Liberdade”, idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande.

Presos do regime semiaberto da Gameleira saem para trabalhar diariamente em obras de construção, oficinas de costura, hortas, supermercados, confecção de brinquedos e artesanatos, preparo de refeições em cozinhas industriais e manutenção de parques. Como recompensa, eles recebem remuneração mensal de um salário mínimo.

O presídio tem cerca de mil detentos, mas nem todos são autorizados para sair para trabalhar, pois é necessário autorização judicial.

De acordo com o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Aud de Oliveira Chaves, a iniciativa gera economia aos cofres públicos, oportunidade de ocupação aos detentos e possibilidade de reinserção no mercado de trabalho.

Os requisitos para deixar o presídio diariamente são bom comportamento, estar disposto a aprender novas atividades, tempo de avaliação e habilidade para o serviço que irá executar.

Interna da Gameleira, Giovana da Silva, afirma que a oportunidade de trabalhar mudou sua visão de vida e que hoje é uma pessoa melhor.

“A gente colhe o que a gente planta. Se a gente planta o bem e faz o bem, a gente colhe da mesma forma. O sistema carcerário é horrível e a única coisa que você tem é Deus e sua força de vontade. A mudança é do ser humano e a gente é capaz de tudo, até de mudar. Nesse momento eu procuro fazer o certo. Eu quero reconquistar o meu espaço na sociedade”, disse.

Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirmou que, na reforma da escola, os presidiários estão ajudando a construir um futuro melhor para os alunos.

“Essa realização aqui é fruto do esforço, da vontade, do trabalho, da reflexão de cada um. O estado sempre vai ser muito parceiro em poder promover esse tipo de situação porque o que a gente quer ver é uma educação cada vez mais fortalecida”, defendeu o governador.

“As pessoas envolvidas nesse trabalho geram renda, geram trabalho, geram benefícios pra sua família. Então é um processo extremamente importante e o Mato Grosso do Sul é recordista nacional em detentos trabalhando, nesse processo de reeducação”, complementou Riedel.

A escola estadual tem 892 alunos do ensino fundamento (1º ao 9º ano), ensino médio (1º ao 3º ano) e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Está localizada na avenida principal do Núcleo Industrial (Indubrasil).

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SED), R$ 830 mil foram investidos para realização das obras.


Fonte: Correio do Estado