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Produtor de Camapuã é destaque no "Gente que faz" da Coasgo

on seg, 30/11/2020 - 23:14
segunda-feira, 30 Novembro, 2020 - 23:00

A 12ª edição do quadro Gente que Faz, contou na última edição publicada do informativo COOASGO, a história do cooperado Silvio Sanchez Melhado, de 70 anos, que é produtor rural na área da Bovinocultura e atualmente reside com a família em uma propriedade rural localizada no município de Camapuã (MS).

Silvio Sanchez Melhado - Foto: reprodução / Coasgo

Natural de Rio Claro, no interior de São Paulo, Silvio vem de uma família de seis irmãos, um deles seu gêmeo idêntico e sempre viveu sua infância e juventude em uma propriedade rural localizada no município de Botucatu (SP).

O fato da mãe ser professora, fez com que o cooperado e seus irmãos estudassem durante a infância em casa, posteriormente se matriculando em uma escola do município onde concluiu o ensino fundamental, dando sequência nos estudos em uma escola agrícola em São Manoel (SP), se formando Técnico Agrícola.

O filho Eduardo, a esposa Maria Aparecida e Silvio Melhado - Foto: reprodução / Coasgo 

Com o objetivo de tentar cursar uma faculdade, Silvio se mudou junto com o irmão gêmeo para São Paulo, onde cursou vestibular sendo aprovado no curso de Medicina Veterinária, enquanto o irmão passou em Agronomia.

Foi durante a faculdade que o cooperado conheceu sua atual esposa, Maria Aparecida, hoje com 63 anos, que na época cursava Psicologia em outra cidade e quando tinham a oportunidade os dois se encontravam.

Já em 1975, quando cursava o 3° ano da faculdade, foi que Silvio e a família tiveram a oportunidade de conhecer algumas terras no município de Camapuã, na época pertencente ao estado de Mato Grosso, onde as primeiras visitas feitas a propriedade eram no intuito de conhecer as áreas e coletar amostras do solo.

As terras agradaram o pai de Silvio, que então iniciou a negociação da propriedade, para qual a família se mudou de forma definitiva no ano de 1977, após Silvio concluir seus estudos.

Sucessão familiar no agronegócio

Herdado de pai para filho na família Melhado, o amor pelo trabalho no campo também teve sucessão com os filhos de Silvio, Gabriel, Eduardo e Silvia, que cresceram na fazenda, sempre auxiliando o pai nas atividades e alternando a rotina de estudos na cidade com a vida no campo.

Mas foi em agosto de 2018, que a família viveu um dos momentos mais difíceis de suas vidas, com a perda do filho mais velho, Gabriel, de 34 anos, em um acidente de trabalho ocorrido na propriedade rural da família, quando o cavalo em que o jovem montava durante o manejo do gado, tropeçou em uma novilha e caiu sobre ele.

Gabriel, que era peão de rodeio e montava desde os 15 anos, tinha um futuro bastante promissor na carreira e já havia ganhado várias provas de montaria, chegando a competir no maior evento de rodeio do Brasil, em Barretos. Gabriel deixou esposa e o filho de apenas 3 meses de idade.

Gabriel Melhado e sua esposa Thaís em Barretos em 2013 - Foto: reprodução / G1

“A perda de um filho é uma coisa terrível, é algo que a gente nunca espera acontecer. O Gabriel era um menino muito humilde e simples, que adorava receber os amigos aqui em casa. Ele e minha nora formavam um casal perfeito e ela sempre o acompanhava nas viagens a competições”, lembrou a mãe de Gabriel, que diz usar o trabalho na fazenda para distrair a cabeça e amenizar a dor do vazio deixado pelo filho.

O filho Eduardo, que hoje é o raço direito do pai Silvio Melhado - Foto: reprodução / Coasgo

Formado em Medicina Veterinária, Eduardo Melhado é hoje o braço direito do pai e quem ajuda a cuidar dos negócios da família, prestando assistência técnica em todos os serviços na propriedade, onde reside junto com a esposa suas duas filhas.

O filho Eduardo ao lado do pai Silvio Melhado - Foto: reprodução / Coasgo

O cooperativismo no apoio as suas atividades

Com sua principal atividade voltada para a pecuária, onde atua com pecuária de corte, leite, cria, recria e engorda, Silvio que é cooperado da COOASGO desde fevereiro de 2019, viu o manejo do gado em sua propriedade ganhar mais agilidade e praticidade com a aquisição de silos para armazenagem de ração a granel, serviço disponibilizado de forma exclusiva aos cooperados da COOASGO.

“Antes a gente batia a ração aqui meio que na raça e acabava virando rotina muita gente em volta do misturador e isso estava atrasando o restante do trabalho na propriedade, pois a ração estava tratando o gado, mas não estava rendendo o trabalho, então a chegada dos silos nos ajudou muito nesta questão de trazer mais praticidade na hora de tratar o gado e logo depois do primeiro silo, já vieram o segundo, o terceiro, o quarto e hoje o nosso ritmo de trabalho é outro aqui na fazenda”, comentou o cooperado.

Além da pecuária, o produtor também destina uma parte de sua área para a agricultura, com o cultivo de soja e milho como complemento de sua renda. Já na pecuária de leite, o cooperado destaca a valorização obtida no setor nos últimos meses com o aumento da remuneração paga ao produtor, o que fez com que a família retomasse os ânimos em seguir na atividade, que antes estava se tornando inviável em razão dos baixos preços pagos no produto, mas que hoje aos poucos já vem sendo retomado o ritmo de produção com uma média diária de 800 litros de leite produzidos na propriedade.

Mensagem do cooperado

Sem grandes projetos em vista, Silvio espera apenas poder seguir junto da família tocando os trabalhos em sua propriedade, onde pretende expandir um pouco mais a área de lavoura para viabilizar o maquinário e reformar o pasto.

Como mensagem final, o cooperado acredita nos princípios da honestidade, caráter e no bom relacionamento com as pessoas como algo essencial, que deve vir de berço. “Precisamos tocar a vida e acreditar sempre que é possível conquistarmos aquilo que almejamos. Não podemos ficar achando que nada dá certo na nossa vida, pois aí não dará mesmo”, concluiu o cooperado.


Fonte: Coasgo - Texto e fotos: Suzana Vanessa