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Reforma da antiga rodoviária de Campo Grande começa após 14 anos de espera

on sab, 02/07/2022 - 11:55
sábado, 2 Julho, 2022 - 11:45

O primeiro passo para a revitalização do Complexo Empresarial Terminal do Oeste Heitor Eduardo Laburu, antiga rodoviária de Campo Grande, foi dado em 2019. 

Imagem antiga da rodoviária de Campo Grande em funcionamento - Foto: reprodução / Internet

Após 14 da desativação do local, a prefeita da Capital, Adriane Lopes (Patriota), assinou nesta sexta-feira (1º), a ordem de serviço para início das obras.

A revitalização não inclui a reforma dos espaços e salas privadas, ou seja, apenas as dependências que pertencem ao setor público serão contempladas na requalificação. Serão investidos R$ 16,5 milhões na reforma da antiga rodoviária.

O Ministério do Desenvolvimento Regional será responsável por repassar R$ 15,3 milhões, por meio de emenda da bancada federal. Já a prefeitura dará uma contrapartida de R$ 1,2 milhão.

Segundo a prefeita Adriane Lopes, o projeto de requalificação faz parte de um plano de desenvolvimento econômico para Campo Grande.

“Eu e as nossas equipes estamos programando o futuro dessa cidade. Vamos trazer não só vida para este espaço, bem como, atrair empresários para gerar mais emprego e renda. Como resultado, a economia do nosso município vai crescer ainda mais”, pontuou a prefeita.

O projeto de requalificação do antigo terminal rodoviário de Campo Grande vai sair do papel após 14 anos de desativação - GERSON OLIVEIRA

Desativada em 2009, a estrutura se deteriorou com o tempo e o abandono, sendo ocupada atualmente por alguns comerciantes que estão no local há muitos anos, além de servir de abrigo para moradores em situação de rua, bem como para dependentes químicos.

COMÉRCIO

Para o comerciante Miguel Cordas, 60 anos, proprietário de uma lanchonete no espaço da antiga rodoviária, a revitalização gera otimismo em um futuro mais promissor. O estabelecimento de Miguel pertencia a seu pai, que comprou a sala na época em que a rodoviária foi construída, na década de 1970.

“Meu pai ficou bastante tempo aqui, e, depois de um período, ele arrendou por um tempo. Só em 1989 ele pegou o ponto de novo e me chamou para vir trabalhar com ele. Desde aquela época, eu estou aqui direto”, explicou Miguel.

O comerciante que cuida da lanchonete há 33 anos relatou que houve tempos com muito movimento, enquanto funcionava a rodoviária, algo que mudou nos últimos anos.

“Foi difícil esse processo de transição. Mas como eu não pago aluguel, ainda consigo manter aberto. Se tivesse de pagar o aluguel, seria praticamente impossível manter o ponto dependendo do valor”, salientou.  

Nos últimos anos, os clientes de Miguel foram, basicamente, as poucas pessoas que circulam pela região e os usuários das vans que partem do local. O antigo terminal rodoviário de Campo Grande possui 205 dependências, das quais a maioria permanece de portas fechadas.

Dono de uma relojoaria desde 1983, o comerciante Saul Danielson, 57 anos, relatou que a reforma do antigo terminal rodoviário gera muita expectativa para os empresários da região.

“Estamos animados, e se o município fizer a parte dele lá fora, aqui dentro as pessoas vão nos visitar. Nossa expectativa é muito grande porque as pessoas veem o movimento e já se animam de frequentar aqui”, afirmou.  

Proprietário de uma ótica há 45 anos, Paulo Pereira, 68 anos, salientou que a obra será um ganho para todo o bairro. “A obra vai beneficiar toda a cidade. É um projeto muito moderno para o Bairro Amambaí”, disse.

REQUALIFICAÇÃO

A Prefeitura de Campo Grande informou que o projeto contempla soluções viárias para garantir maior segurança no trânsito e vagas de estacionamento.

Na área pública, localizada na Rua Joaquim Nabuco, está prevista a construção de uma edificação em dois pavimentos de 1.070 metros quadrados, que abrigará a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat).

O espaço da antiga plataforma externa será adaptado para se tornar um corredor de acesso à galeria e ao edifício público, transformado em um grande calçadão com jardins contemplativos.

A proposta arquitetônica prevê ainda a reabertura das duas claraboias do projeto original, que foram fechadas ao longo dos últimos anos, prejudicando a iluminação e a ventilação do prédio. Na reabertura dos vãos, serão feitos acessos ao pavimento superior.

A outra área pública, com 2.326,53 m², que margeia a Rua Vasconcelos Fernandes, antigo ponto de ônibus do transporte coletivo, será transformada em área de estacionamento no horário comercial.

O piso será nivelado para se tornar um grande platô, espaço multiúso para eventos. Em outra solução urbanística prevista para adequar o prédio às normas de acessibilidade, as calçadas no entorno serão alargadas e o estacionamento em 45º será retirado para inserção de jardins e de áreas de estar com rampas.

Estão previstas faixas elevadas de pedestres para controlar a velocidade dos veículos. O local receberá ainda, uma fachada moderna, com jardins verticais, que, além do componente estético, vai melhorar o isolamento térmico.

A solução vai reduzir gastos com energia, já que será necessário menos refrigeração. 

SAIBA

Segundo a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), a revitalização do antigo Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu deve ser entregue até o aniversário da cidade, em 2023.

(Colaborou Ana Clara Santos)


Fonte: Correio do Estado