São Paulo perde na altitude e se complica na Libertadores

O São Paulo não se despediu prematuramente da Copa Libertadores da América, mas se complicou bastante na competição nesta quinta-feira. Precisando de pontos, o time foi a La Paz (Bolívia) para enfrentar o The Strongest no Estádio Hernando Silles, e não conseguiu vencer. Pior: mesmo criando chances, foi derrotado por 2 a 1 e perdeu a vice-liderança do Grupo 3.

Mesmo com a dupla de ataque Aloísio e Osvaldo em busca de possibilidades, já que Luís Fabiano era desfalque por cumprir suspensão, o time sofreu nos arremates a gol, e ainda viu Rogério Ceni levar dois gols em tiros de fora da área - o segundo, em bola defensável. Melhor para a equipe aurinegra, que assumiu o segundo lugar do grupo, em briga equilibrada para ver quem se une ao Atlético-MG como representantes da chave nas oitavas de final.

A missão do São Paulo agora passa a ser complicada: jogando contra o Atlético-MG, que venceu seus cinco partidas até aqui, o time de Ney Franco precisa vencer no Estádio do Morumbi. De quebra, precisa torcer para que o Arsenal – ainda com chances – derrote o time boliviano. O The Strongest tem seis pontos, contra quatro de São Paulo e Arsenal.

O desfecho pela fase de grupos da Copa Libertadores será no próximo dia 17, quarta-feira, no Estádio do Morumbi e contra um rival poderoso: o Atlético-MG, com cinco vitórias em cinco jogos pela competição. No mesmo dia e hora, Arsenal e Strongest também jogaram suas chances de classificação, na Argentina.

A luta são-paulina contra a altitude de La Paz e o The Strongest

Um time a jogar com o fôlego, embora com uma qualidade bastante razoável, e o outro com a técnica. Na altitude de La Paz, ficou evidente desde o início a diferença entre o The Strongest e o pressionado São Paulo. O atual tricampeão boliviano avançou suas linhas, tentou colocar intensidade na partida e ameaçou quase sempre que teve espaço para impor velocidade. Os são-paulinos, com Maicon, Jadson e Ganso, tentavam preservar a posse de bola e acelerar com Osvaldo.

E foi o atacante, agora de Seleção Brasileira, aquele que buscou o jogo no começo. Osvaldo chutou de longe aos 5min e aos 7min – em ambas, mandou rente à trave do goleiro Vaca. Porém, quando teve a primeira chance aos 14min, o The Strongest não desperdiçou: Solíz ganhou de Denílson na direita e, sem marcação, bateu no ângulo de Rogério Ceni. De quebra, três minutos depois, Escobar invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado, com perigo, por cima. O time do São Paulo pareceu, por alguns instantes, baquear diante das dificuldades.

Passado o período de cinco, dez minutos, o time brasileiro se recuperou e voltou a criar chances. Aos 22min, após boa troca de passes, Osvaldo invadiu a área pela direita e chutou forte, mas Vaca fez grande defesa. Depois, aos 25min, o mesmo Osvaldo tentou cruzar pela direita e surpreendeu, mas a bola explodiu no travessão. As chances estavam definitivamente para Osvaldo, que deslocado à ponta direita, levava a melhor sobre o limitado lateral esquerdo Chávez, reserva no lugar do suspenso Torrico. E Osvaldo, aos 32min, recebeu novamente em grande situação, mas bateu por cima.

Aloísio, opção para o lugar do suspenso Luís Fabiano, demorou a entrar no jogo, mas sua participação seria providencial para o São Paulo crescer de vez na última parte do primeiro tempo. Aceso, recolheu bola perdida após bom passe de Jadson, fez a finta e foi derrubado por Cristaldo aos 43min: pênalti marcado. Em vez de comemorar, oito são-paulinos foram até o banco recuperar o oxigênio e deixaram evidentes os efeitos da altitude. Rogério Ceni, por sua vez, correu para a área adversária e cobrou a penalidade com extrema categoria. Empate e alívio tricolor.

Ainda nos acréscimos da primeira etapa, Ney Franco teve a primeira baixa. Maicon acusou falta de ar e o treinador recorreu a Wellington. Assim, com mais poder de marcação e fôlego no meio, o São Paulo retorno do intervalo. Aloísio, em bela jogada de Jadson, ficou em boa situação na área, mas abusou do preciosismo e acabou travado. O The Strongest reagiu e teve duas boas chances, com Chumacero e Cristaldo. Em ambas, abriu espaço para bater, mas o chute saiu fraco.

Com uma clara deficiência na marcação e disposta a atacar de qualquer maneira, a equipe da casa permitiu espaços enormes ao São Paulo, mas Aloísio voltou a pecar. E muito. No primeiro contragolpe, errou passe que deixaria Jadson completamente livre. No segundo e no terceiro, desperdiçou chances claras - nesta última, Ganso ainda teve a chance do rebote, mas bateu por cima. Luís Fabiano, suspenso no Brasil por ofender a arbitragem em jogo contra o Arsenal, fez falta. E os erros foram castigados. Cristaldo, que havia acertado chute horroroso no início do segundo tempo, calibrou e, de longe, venceu Rogério Ceni, de reflexo um pouco lento, aos 20min.

Em desvantagem, o São Paulo passou a pressionar, mas sem a mesma organização. Com 30min, Aloísio fez jogada individual e chutou forte, parando em Vaca. Sete minutos depois, ele mesmo tentou de cabeça, mas o goleiro agiu mais uma vez. Com 38min, Wallyson recebeu, mas o goleiro Vaca apareceu de novo para evitar o empate. Pior: com 43min, Escobar disparou sozinho e tocou na saída de Rogério Ceni, mas mandou para fora e perdeu a chance de matar o jogo.

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