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Vírus Zika pode curar tumor avançado no sistema nervoso
quarta-feira, 2 Maio, 2018 - 09:45
Foto: reproduçao / MSTododia
Pesquisadores encontraram mais uma esperança para o combate ao câncer. Estudo brasileiro publicado na revista Cancer Research aponta que o vírus Zika pode ser usado como ferramenta para o tratamento de tumores agressivos no sistema nervoso central.
A investigação do uso do vírus no combate ao câncer foi coordenada pela professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) Mayana Zatz, ao lado do também professor do IB-USP Oswaldo Keith Okamoto. Ambos compõem o quadro de pesquisadores do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), um grupo de pesquisa, inovação e difusão (Cepid) apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Após injetar pequenas quantidades do vírus Zika no encéfalo de camundongos com estágio avançado de tumores, os cientistas observaram uma redução significativa da massa tumoral e aumento da sobrevida dos animais. Em alguns casos, houve a eliminação completa do tumor e até mesmo de metástases na medula espinal. Essa foi a primeira vez que o estudo utilizou um modelo vivo para testar os resultados. A expectativa agora é iniciar a fase experimental em pacientes humanos.
De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que, no futuro, vários tipos de tumores agressivos do sistema nervoso central poderão ser tratados com algum tipo de abordagem envolvendo o Zika, uma vez que o vírus possui uma afinidade ainda maior pelas células tumorais do sistema nervoso central do que pelas células-tronco neurais sadias [principais alvos do vírus no cérebro de fetos expostos durante a gestação]. E, ao infectar a célula tumoral, ele a destrói rapidamente.
A ideia da pesquisa é começar os testes em humanos com dois ou três pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais e, se a estratégia funcionar, estender para um grupo maior. O estudo contou com a colaboração de pesquisadores do Instituto Butantan, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Fonte: Agencia Brasil