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Menino que levou arma para escola é ouvido pela polícia
quinta-feira, 25 Outubro, 2018 - 13:30
Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado
Foi ouvido na manhã desta quinta-feira (25), o menino de 9 anos de idade que levou a arma do pai para a escola e atirou no próprio pé na última quarta-feira (17), em Campo Grande. O caso foi no Colégio Adventista, no Jardim dos Estados, a pistola calibre 6.35 milímetros é do pai perito criminal do Estado, e estava na lancheira da criança.
Apesar do caso ser investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) de Campo Grande, o depoimento foi coletado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), que tem estrutura de sala lúdica e psicólogos à disposição.
“Foi ouvido para que contasse toda a trajetória da arma, onde ele encontrou ela, para que levou para a escola. São detalhes importantes que só ele consegue nos contar. Agora vamos formular o relatório, que deve estar pronto em 48h, e na segunda-feira já deve chegar na 1ª DP”, contou a delegada Marília de Brito, titular da DEPCA.
Segundo o responsável pela investigação, delegado Mário Donizete, o menino é o primeiro a ser ouvido no caso e deve guiar os próximos depoimentos. “Vamos aguardar o laudo da DEPCA e ver o que ele disse. Após isso vamos ouvir os pais, professores e outros envolvidos. Provavelmente devem ser ouvidos umas quatro pessoas”, disse.
Os pais do menino – ambos peritos criminais e que possuem porte de arma de fogo – podem ser enquadrados no crime de omissão de cautela de arma de fogo, com pena de seis meses a um ano de prisão.
CASO
O caso ocorreu na semana passada, por volta das 16h30, no colégio localizado na esquina das ruas Piratininga e Rio Grande do Sul. Um estudante informou que o disparo foi durante a aula de geografia e o menino havia dito aos colegas que estava com a arma. Testemunha ouvida pela Polícia Militar contou que o menino teria disparado a arma por acidente ao pegar algo na lancheira durante a aula, ou seja, ele não estava a manuseando durante a aula.
A professora de uma sala vizinha foi quem fez os primeiros-socorros. O professor de geografia, assustado com o disparo, correu para pedir ajuda após se certificar que as demais crianças se deitaram no chão. Ele que encontrou a arma, dentro da bolsa escolar, quente pelo disparo.
O disparo atingiu o pé esquerdo da criança, que foi socorrida por uma ambulância particular e levada até o hospital, consciente e orientada. Ele teve alta médica no dia seguinte, na Santa Casa da Capital. Outro estudante contou que no momento em que perceberam que o colega havia se ferido, as crianças começaram a chorar dentro da sala de aula. “Todo mundo ficou muito assustado”, disse.
Avisados pelos filhos, os primeiros pais não demoraram mais que 15 minutos para chegarem no local após o ocorrido. Foram passadas informações desencontradas, normais em uma situação como esta, para a polícia. Em uma das ligações à central da PM a informação era de que “mais de um atirador matava crianças na escola”.
Minutos após o disparo, viaturas da Polícia Militar, além de uma ambulância do Corpo de Bombeiros estiveram no local. O trecho da Rua Rio Grande do Sul onde fica o colégio ficou interditado para trânsito no momento do resgate do menino.
Perícia e Polícia Civil também foram chamadas para verificar as circunstâncias em que tiro foi disparado e a motivação para o menino levar a arma para escola. Mas o estresse da situação foi grande. Muitas das crianças choravam copiosamente até por volta de uma hora depois do ocorrido.
Fonte: Correio do Estado