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Reviravolta: bebê de Costa Rica morreu espancado pela mãe e não pelo padrasto
quinta-feira, 2 Maio, 2019 - 16:00
Emanuelly foi espancada pela mãe, de Costa Rica, em um momento de fúria e descontrole - Foto: Reprodução
Uma sul-mato-grossense de Costa Rica foi presa pela Polícia Civil de Goiás acusada de matar a própria filha de 1 ano e 2 meses espancada em Santa Rita do Araguaia, cidade onde morava. O crime aconteceu no último dia 18 de abril.
O caso foi marcado pela mudança de rumo nas investigações, visto que o padastro da criança, também da cidade interiorana, mentindo dizendo ser o autor do crime para tentar inocentar a companheira. Na terça-feira (30), entretanto, a mulher voltou atrás e confessou o ocorrido durante depoimento.
Segundo o portal 'G1', a acusada ainda não apresentou advogado e foi até a delegacia com o irmão, mas disse a ele que não tinha a intenção de matar a filha. Já o advogado Nelson Oliveira Batista, responsável pela defesa do padastro, disse que vai pedir que o rapaz seja solto até esta sexta-feira (3). A defesa relatou que ele “tinha inicialmente assumido o crime porque achou que a mãe esperava um filho dele e, no primeiro instante, não sabia da gravidade e achou que ia ficar tudo bem”.
“Mesmo com a confissão dele no dia em que foi preso, nós não nos contentamos muito com esta história e nós continuamos investigando ouvindo diversas outras testemunhas, juntando o laudo pericial cadavérico, o laudo pericial do local do crime e aí sempre ficou aquela suspeita no entorno de talvez ter a participação da mãe”, afirmou ao portal o delegado Marcos Guerini, responsável pelo caso.
Ainda segundo Guerini, resolveu ouvir novamente o padastro na semana passada, que já tinha dito para o advogado que não era ele o autor das agressões, e hoje fez um novo interrogatório da Jaqueline.
“Diante de tudo que a gente tinha, do que eu pude mostrar a ela, acabou confessando que o padastro não teve participação nessas agressões. Que na verdade foi ela que bateu com a cabeça da criança contra a parede, em duas oportunidades, uma no quarto da criança e posteriormente no quarto dela onde a criança estava deitada e isso causou a lesão que resultou na morte. Ele não estava presente em nenhum destes momentos”, contou Guerini.
Ao delegado a mãe disse que não tinha a intenção de causar a morte da bebê Emanuelly. “Na verdade, ela disse que não tinha a intenção nem de machucar e nem muito menos de matar. Ela não imaginou que esse ato, que essa agressão pudesse ocasionar um ferimento de tamanha gravidade. Então, foi uma situação que, na visão dela, foi um resultado acidental”, afirmou Guerini.
Ainda de acordo com o delegado, a acusada, inicialmente, chegou na delegacia disposta a manter a mesma versão de que a criança tinha caído da cama e que não sabia como tinha acontecido, a mesma que ela contou em entrevista à 'TV Anhanguera'.
"A partir do momento que nós já tínhamos as outras provas concretas e que nós mostramos a ela, que havia com o atribuir a ela autoria, ela então, muito desesperada, chorando de verdade, não como o choro na entrevista anterior, confessou e deu os detalhes”, afirmou o delegado.
Sobre a motivação, Guerini informou que a mulher disse que não era nada contra a filha. “O motivo, alegado por ela, acabou sendo um motivo íntimo, não de raiva conta a própria criança, foi mais uma explosão de raiva dela mesmo. A criança acabou estando no lugar errado na hora errada", apontou.
Já sobre o fato do padastro ter assumido a autoria, o que inclusive foi registrado em um vídeo, o delegado disse que o homem achava que a mulher estava grávida e não queria que ela fosse presa. Só que a mulher confessou ao delegado que nunca esteve esperando um filho.
“A primeira pergunta que fiz a ele foi por que ele assumiu? Ele respondeu que gostava muito dela e que havia uma desconfiança de que ela estaria grávida dele e ele viu que os dois iriam presos e então resolveu assumir sozinho, que ele teria cometido o crime para que ela ficasse em liberdade, já prevendo que ela poderia estar grávida dele. Essa foi a justificativa que ele deu”, contou o delegado.
Para o delegado não mias necessidade do padastro seguir preso.
“A Polícia Civil entende que não mais a necessidade da prisão, inclusive nós vamos mandar esse expediente ao juiz neste sentido, mas vou indiciá-lo por atribuir falsamente autoria de crime, mas não pelo homicídio. Para a investigação, vou informar que não há necessidade mais da prisão, mas é o juiz que vai decidir se o mantém preso ou não”, disse Marcos.
No caso da mãe, o delegado contou que, “nesse momento, avaliou que não há necessidade da prisão dela".
“A investigação amanhã será concluída (terça) e o inquieto já vai amanhã para o Fórum. Daí o critério da análise da necessidade da prisão provisória dela vai ser direto no Fórum. Ela vai ser indiciada. Eu ainda estou analisando se será por lesão corporal seguida de morte ou homicídio doloso, intencional, em razão do dolo eventual. Vou decidir isso no momento que seu estiver concluindo o relatório amanhã”, afirmou o delegado.
O CASO
De acordo com as investigações, após a agressão, na noite de sexta-feira (19), o casal a levou para um hospital da cidade. Porém, ela acabou sendo transferida para uma unidade de saúde em Rondonópolis (MT), onde não resistiu aos ferimentos.
O delegado até então responsável pelo caso, Júlio César Arana Vargas, disse que a forma como a criança chegou ao hospital deixou os médicos em alerta. Então, a PM foi acionada.
O casal foi levado até Mineiros, também na região sudoeste, onde alegaram, inicialmente, que a criança tinha caído na cama. O delegado, então, solicitou uma perícia na residência, tendo em vista que as lesões da menina eram "desconectadas" com o discurso dos pais.