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2ª demissão em massa em dois anos indica fim da era impressa em jornal
segunda-feira, 6 Maio, 2019 - 12:45
Edição de domingo do jornal Correio do Estado, modelo que deve acabar. (Foto: Marina Pacheco)
Fundado em 1954, o jornal Correio do Estado é conhecido pela longevidade, como mais tradicional diário impresso de Mato Grosso do Sul. Mas nos últimos dois anos a crise econômica transformou a redação. A empresa virou cenário de demissões para uma “readequação”.
A mais recente crise aconteceu na semana passada, com dois dias de demissões de funcionários da redação, comercial, circulação e administrativo. Ao que parece é o fim de uma era, momento já vivenciado por diversos impressos em todo o País que perderam leitores para a internet.
Em nota divulgada no domingo (5), o Sindjor (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) contabiliza 16 dispensas. Entre os funcionários, jornalistas que estavam há mais de 20 anos na redação do Correio do Estado, em editorias estratégicas, como de Economia.
A proposta para esses profissionais, segundo a nota do sindicato, foi o acordo de dispensa para posterior contratação como pessoa jurídica. Os que não aceitaram, foram para a lista de demissão.
Esta foi a segunda demissão em massa em dois anos, fato até então inédito na história do jornal. A primeira ocorreu no fim de abril de 2017, com a saída de cerca de 20 profissionais de vários setores, 15 somente da redação.
Em nota, o Sindjor lamentou a situação e ressalta os riscos à saúde mental do trabalhador, tanto para os demitidos, quanto para os que permanecem na função. “É importante lembrar que, nestes casos, as demissões são precedidas de pressões psicológicas, que chegam a levar ao adoecimento de funcionários, e até mesmo episódios de assédio moral, na evidente tentativa de motivar desligamentos voluntários. São frequentes os relatos de acúmulo e desvio de funções, além de sobrecarga de trabalho".
Nos tempos das vacas gordas, a redação do Correio do Estado chegou a contar com 40 profissionais, entre jornalistas e fotógrafos na equipe em Campo Grande, além de colaboradores em Três Lagoas, Dourados e Ponta Porã. Hoje, são 18 (jornalistas e fotógrafos) e um estagiário.
Apesar da redução do quadro de funcionários, o volume de trabalho deve permanecer o mesmo, com publicação diária de notícias no site e na versão impressa do jornal, nas ruas há 65 anos.
A direção – O diretor-geral do Correio do Estado, Marcos Rodrigues, afirma que as demissões foram necessárias para que o jornal se adapte à “realidade do mercado”. Ele explica que alguns profissionais serão substituídos com outros salários. “Tínhamos níveis salariais fora de uma realidade e o Correio do Estado está se adaptando”.
O diretor confirma que existe plano para colocar fim à edição impressa e migrar todo do conteúdo para plataforma on-line, mas nada a curto prazo. “Aí o mercado que vai ditar, é a tendência mundial, ela vai mostrar o caminho e o Correio do Estado vai seguir”.
Fonte: Campo Grande News