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Em Mato Grosso do Sul, PF cumpriu mandados em fazenda de empresário

on qua, 08/03/2017 - 16:04
quarta-feira, 8 Março, 2017 - 16:00

 

A Polícia Federal cumpriu dois mandados judiciais, na manhã de hoje, na Fazenda Boi Preto, em Ribas do Rio Pardo (MS), no contexto da operação Greenfield, que investiga fraude em fundos de pensão com envolvimento de donos do Grupo J&F, que controla empresas como a Eldorado Brasil, com sede em Três Lagoas, e o frigorífico JBS, com unidades também em Mato Grosso do Sul.

 

A propriedade pertence ao empresário Mário Celso Lopes, preso em Andradina (SP). Ele foi levado para a sede da PF em Três Lagoas, onde prestou depoimento. Em seguida, ele foi levado para ser ouvido pela Justiça Federal. O teor do depoimento não foi revelado.

 

De acordo com as investigações da Polícia Federal, Mário Celso é suspeito de fechar um contrato de R$ 190 milhões para mascarar o suborno a um empresário. O objetivo era impedir que esse empresário revelasse informações de interesse da investigação da polícia.

 

A polícia quer recolher provas de que os envolvidos cometeram fraudes em Fundos de Pensão que realizaram investimentos no Fundo de Investimentos em Participação (FIP) Florestal. O FIP teria recebido um aporte de cerca de R$ 550 milhões dos fundos de pensão Petros e Funcef.

 

A Polícia Federal investiga que essa “compra de silêncio” acontecia através de contratos de fornecimento de massa florestal de eucalipto para produção de celulose.

 

Todos os mandados cumpridos hoje foram expedidos pelo juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal. Mais detalhes sobre a operação não serão revelados em razão de sigilo judicial.

 

ENVOLVIMENTO

 

Mário Celso Lopes é sócio da Eucalipto Brasil e do FIP Florestal, parceira da J&F. Ele teve pedido de prisão temporária - por cinco dias - decretado contra ele. Para justificar o pedido de prisão de Mário Celso, o Ministério Público Federal relatou à Justiça a descoberta de movimentações recentes como a assinatura de contrato cujo objetivo seria o de dificultar as investigações.

 

Em novembro do ano passado, após a deflagração da Operação Greenfield, a Eldorado firmou um contrato de R$ 190 milhões com a empresa Eucalipto Brasil S/A.

 

“Chamou a atenção dos investigadores o fato de, menos de um mês após o fechamento do negócio, ter ocorrido a retirada de uma cláusula do contrato. A alteração beneficiou Mário Celso em detrimento da Eldorado e dos sócios minoritários: Funcef e Petros. O Ministério Público Federal suspeita que a medida tenha sido uma articulação com o propósito de comprar o silêncio de Mário, já que este conhecia as irregularidades envolvendo o recebimento dos recursos dos fundos de pensão”, diz nota da Procuradoria.

 

RESPOSTA

 

Em nota, a J&F informou que "quanto ao processo que tramita na 10ª Vara Federal de Brasília, seus advogados já entregaram a sua defesa e aguardam novos pronunciamentos do juiz responsável.​"


Fonte: Correio do Estado Foto: Divulgação