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Bolsonaro diz que dois terços do seguro defeso são fraudes e anuncia novo cadastro
terça-feira, 23 Abril, 2019 - 11:30
"Há uma festa no seguro defeso", disse o presidente (Foto: Reprodução/Youtube)
O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou que até o final de maio, o governo federal deverá lançar uma novo cadastro do seguro defeso, valor pago aos pescadores por não poderem exercer sua atividade durante o período reprodutivo dos peixes. Em um pronunciamento divulgado em redes sociais, na quinta-feira (18/4), ele afirmou que o principal objetivo é coibir fraudes, que atingem dois terços do valor do benefício.
“Há uma festa no seguro defeso. O que a gente quer é combater fraudes. Gasta-se R$ 2 bilhões por ano com essa rubrica e queremos combater isso daí”, disse o presidente, durante a transmissão, em vídeo.
Segundo Bolsonaro, os beneficiários irregulares do seguro-defes são, em geral, pessoas humildes “cooptadas” para fins políticos. Sem citar qual seria, mencionou que um estado brasileiro fazia o cadastramento por telefone e, em troca, cobrava apoio do beneficiário em campanhas eleitorais.
O presidente disse ainda que, até o final de maio, quando for lançado o cadastramento, quem souber que está irregular e se retirar do programa do seguro defeso, estará anistiado. Depois disso, quem for flagrado, poderá ser processado por falsidade ideológica.
Invasão de terras
Ainda durante a transmissão, Bolsonaro reafirmou que está sendo feito um projeto de lei para enquadrar como terrorismo as ações de movimentos como o dos trabalhadores rurais sem-terra. Chamando-os, em tom irônico, de “meus amigos do MST”, ele afirmou que, no primeiro trimestre do ano passado, foram registradas 43 invasões de terra enquanto no mesmo intervalo neste ano, foi apenas uma.
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“Estamos ultimando um projeto aqui. Tem que conversar com os parlamentares, o presidente não pode impor sua vontade, para nós criminalizarmos as invasões de terra. No que depender de mim, será tipificado como terrorismo”, afirmou, acrescentando que a propriedade privada “é sagrada”.
Indígenas e Ibama
O presidente mencionou também a questão indígena no seu pronunciamento pela internet. Disse que trabalhou contra a demarcação da reserva Yanomami, em 1992, por discordar da forma como estava sendo feita. E acrescentou que o governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador da República, criou uma “verdadeira indústria de demarcações de terras indígenas” no Brasil.
Segundo ele, há um consenso de que “caiu a história que a esquerda pregava, de que o índio tem que viver como um ser pré-histórico dentro de sua reserva”. “Os índios querem deixar de ser escravizados por Ongs e por alguns, uma minoria de políticos espertalhões aqui no Brasil”, disse, sem citar nomes.
Também indicou que será anulada a multa aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aos indígenas da etnia Paresi, que plantam soja em parte de sua reserva. “Eles foram multados pelo Ibama em R$ 120 milhões. Já sabe o que a gente vai fazer com essa multa, né?”, afirmou.
Bolsonaro disse ainda que o governo dele está colocando uma “nova filosofia” ao Ibama, órgão, de acordo com o presidente, “mais aparelhado que o MEC (Ministério da Educação)”. “Quando um fazendeiro recebe um fiscal, ele tem que ter prazer em receber o fiscal. Era um pavor, já chegava com multa. E alguns, uma minoria, ia lá pro cantinho bater um papo com o dono da terra. Isso mudou”, disse.
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Fonte: Globo Rural