Camapuã: Um passo importante para solucionar questão dos moradores de rua foi dado

Dezenas de cidadãos preocupados e interessados em solucionar ou ao menos amenizar a questão que envolve os moradores em situação de rua, que vivem no município de Camapuã, compareceram na noite desta terça-feira (19) à Câmara de Vereadores, para acompanhar e principalmente emitir sua sugestão sobre esse tema de grande importância social.

Assim como era esperado, a reunião não terminou com uma solução imediata para o caso, porém as muitas e distintas opiniões expostas no encontro têm tudo para ser um importante passo na busca pela solução desse problema.

A reunião iniciou com a Secretária de Assistência Social e Inclusão Produtiva do Município, Djasli Barbara Maiaroti apresentando relevantes números das ações realizadas envolvendo esses moradores, mostrando para os presentes que o município sempre esteve preocupado com a questão e há muito tempo vêm trabalhando para amenizá-lo.

 Em seguida foi a vez do Tenente Adrian Giovanny Leguizamon, comandante do destacamento militar do município, emitir sua sugestão, o Tenente Adrian alertou a importância do comércio se conscientizar e não vender bebida alcoólica para esses moradores, assim como para a população ser mais cuidadosa e não facilitar a ação dos maus intencionadas, com cuidados simples como não deixando as portas de suas casas abertas, “convidando” o indivíduo a praticar ilicitudes.

O Dr. Deni Luis Dalla Riva, Juiz de Direito da Comarca de Camapuã, ressaltou que por se tratar de uma audiência pública seria de suma importância que a população presente participasse emitindo a suas opiniões. Ainda na mesma linha o Promotor de Justiça Dr. Douglas Silva Teixeira chamou á atenção para diferenciarmos o problema, pois conforme promotor, não se trata de uma questão simplesmente envolvendo a Assistência Social, a Promotoria, os juízes, a polícia e o prefeito, mas sim um problema generalizado que engloba toda a sociedade e todos terão suas parcelas importantes de contribuições, para solucionar a questão.

Entre as opiniões daqueles que não compuseram a mesa de autoridades, podemos destacar a fala do Advogado e presidente da Acricam, Dr. Roberto Suassuna, ele acredita que o problema só será solucionado após combater o vício que leva aquelas pessoas a viverem naquelas situações, e para combater esse vício o caminho seria as internações.

 A diferença de pensamentos entre os presentes ficou clara, enquanto um ou outro levava um discurso carregado de fraternidade, defendendo que eles deveriam continuar ali tomando sua “pinguinha”, bastando apenas abastecê-los com mais carinho, atenção e amor, a maioria defendia medidas mais realistas e concretas, como buscar formas de tira-los da dependência química, procurando inseri-los se possível no mercado de trabalho, retirando os da rua e quem sabe resolver de vez esse problema social.

Não era difícil encontrar ainda aquele que defendia maneiras mais enérgicas, procurando junto ás policias militar e civil, bem como a orientação jurídica do Dr. Deni e Dr. Douglas para começar a “incomodar” estes inquilinos “acomodados”, sem ferir seus direitos constitucionais. Entre as sugestões que abordavam essa postura, uma foi vista com bons olhos pela maioria, mas para que ela tenha um resultado a população deverá ser protagonista, de maneira que ao ser incomodada por essas pessoas, sofrer algum tipo de violação de seus direitos ou mesmo observar algum tipo crime praticado, denunciar imediatamente a Polícia Militar, através do 190.

Assim aqueles que constantemente forem detidos, irão receber as devidas punições legais, como prestarem serviços comunitários, terem sua liberdade cerceada, entre outros, com isso os que possuem famílias em outros municípios certamente não se sentirão mais tão à vontade e procurarão a assistência para retornarem para suas cidades, aqueles que têm família no município poderão ter uma atenção ainda maior, á fim de resolverem seus problemas químicos, entre outros.

Mas a discussão não é tão simples, pelo contrário, como em outra oportunidade foi dito á nossa reportagem pelo Promotor Dr. Douglas Silva Teixeira “De simples não tem nada”. Outra opinião que não poderíamos deixar de relatar foi a do Vereador Manoel Nery (PMDB), que diferente de muitos outros oposicionistas ao prefeito Marcelo Duailibi (DEM), mostrou estar realmente preocupado com a questão dos moradores de rua, e não apenas utilizar o assunto para “empurrar” a culpa para o Executivo, o vereador iniciou lembrando que o problema não começou agora, conforme ele relatou, quando seu pai, o Ex-prefeito Moysés Nery administrou o município o problema era o mesmo que estamos vendo hoje e se não houver uma integração dos poderes e a sociedade não será fácil resolver.

Nota da redação

Nosso papel como imprensa é contribuir no que for necessário para solucionar os problemas da nossa sociedade, não apenas este caso que envolve os moradores de ruas, mas sim de uma forma geral. Por se tratar de um assunto que tanto tem ganhado repercussão nas redes sociais ou nas “rodas de tereré” acreditávamos que haveria um número bem maior de pessoas debatendo esse assunto naquela audiência, sobretudo pelo fato ter ocorrido em um horário onde a grande maioria já saiu de seus trabalhos, por ter sido divulgado em diversos meios (rádios, publicidade volante, jornal eletrônico, entre outros). Nem mesmo outros órgãos de imprensa que abordam o assunto com freqüência teve representatividade em um momento oportuno para emitir sua opinião. Com isso podemos constatar que realmente é mais fácil criticar no conforto de seus lares, do que agir quando tem oportunidade de agir.