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Pibidianos de Camapuã e São Gabriel desenvolvem jogos online para intensificar aprendizagem de idiomas

on qua, 20/06/2018 - 22:27
quarta-feira, 20 Junho, 2018 - 22:15

Para potencializar a aprendizagem de línguas, alunos do curso de licenciatura em Letras (Português/Espanhol) na modalidade a distância, graduados no início deste ano e vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de 2014 a 2018, criaram uma página de jogos online, com atividades digitais e de autocorreção.

Desde meados do ano passado estão no ar atividades em espanhol e em breve devem ser lançados os jogos em português, desenvolvidos por dez acadêmicos matriculados no polo de Camapuã e cinco em São Gabriel do Oeste.

Entre os objetivos do projeto, estão “estudar e discutir textos teóricos sobre atividades lúdicas e uso de tecnologias no ensino de línguas; debater como atividades online de autocorreção – dos tipos Quiz, Match, Cloze, Cross e Mix – podem potencializar a aprendizagem de línguas; consolidar práticas de uso de tecnologia na formação de professores; criar uma página online com atividades de autocorreção que poderão ser acessadas por qualquer aprendiz desses idiomas”.

Segundo a professora Daniela Sayuri K. Kanashiro, orientadora das acadêmicas de São Gabriel do Oeste, graduadas em fevereiro de 2018, a proposta é elaborar atividades que incentivem o estudo de línguas nas escolas e também fora do contexto de sala de aula, contribuindo para a autonomia da aprendizagem.

Hot Potatoes

Antes de desenvolverem os jogos, as acadêmicas participaram de oficinas com o chefe da Divisão de Inovação de Tecnologias Educacionais e Infraestrutura Tecnológica (Dinov/Sedfor), Douglas Nantes, que trabalhou com o software educativo canadense Hot Potatoes, por meio do qual podem ser desenvolvidos jogos para preenchimento de lacunas, palavras cruzadas, combinação de colunas, análise de sentenças e escolha múltipla.

Os temas – alimentos, casa, corpo, estabelecimentos, roupas e materiais escolares – foram estabelecidos pelos envolvidos no projeto.

“Depois de desenvolvido o material pedagógico, fiz a revisão técnica e criamos um site, disponibilizando em um dos servidores da Sedfor. Além dos jogos, há fotos das oficinas, das acadêmicas e professores, informações sobre o projeto e a equipe e contatos”, explica Douglas, que desenvolveu pela primeira vez esse tipo de site para ser usado em um curso da UFMS.

 Pesquisa

“No caso do ensino de línguas, podem ser explorados vocabulário, léxico e elementos morfossintáticosdiversos, de forma lúdica e interativa, por meio da integração de semioses, já que o programa permite a inclusão de imagens, textos e arquivos de mídia nas atividades produzidas”, expõem os professores Álvaro José dos Santos Gomes, Daniela Kanashiro e Fabiana Biondo (FAALC – Licenciatura em Letras Português e Espanhol/EaD), que assinam o artigo “Uso das TIC e experiência de autoria de materiais didáticos digitais: percepções de pibidianos do curso de Letras EAD/UFMS”.

No artigo, os professores apresentam parte das atividades desenvolvidas nos subprojetos do Pibid da UFMS e do projeto de pesquisa intitulado “Formação de professores de línguas e tecnologias”.

De acordo com os professores, “a maior parte das respostas dos pibidianos revelou que eles consideram excelente a contribuição da oficina para a elaboração de atividades e a experiência de autoria de materiais didáticos digitais, bem como avaliaram como excelente a funcionalidade e a aplicabilidade do software. Contudo, indicou fragilidades linguísticas e didáticas na elaboração dessas atividades”.

A literatura, destacam os docentes, tem demonstrado que diversas características são descritas como potencializadoras dos processos de ensino e aprendizagem, ao passo que “ampliam a oferta de informações e as possibilidades de orientação e tutoria do professor, pois quebram barreiras espaço temporais, facilitam o trabalho colaborativo e a autonomia do aprendiz, além de potencializar a interatividade e a flexibilidade em processos de aprendizagem”.

São apontados ainda o caráter lúdico, com estímulo à fantasia, à curiosidade e ao desafio motivador. Contudo, os autores alertam para o fato de diversos estudos empíricos apontarem descompasso entre as expectativas e os resultados ou melhorias alcançados a partir de seu uso.

“No centro desse descompasso, encontramos uma infraestrutura de apoio bastante limitada, principalmente no que se refere à preparação dos professores para lidar com as potencialidades das TIC na educação. De fato, diferentes pesquisas vêm destacando a importância da preparação dos professores para lidar com as necessidades e as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias da informação no processo de ensino e aprendizagem. É necessário, portanto, oportunizar aos professores em formação inicial e continuada experiências capazes de configurar caminhos para que eles estejam aptos a atuar em um contexto sócio-histórico que a cada dia mais tem exigido que a escola abra espaço, efetivamente, às TIC digitais”, afirmam os autores.

Quando questionados sobre o uso das tecnologias digitais nas escolas parceiras do Pibid, 53,3% das acadêmicas participantes julgaram regular e 46,7%, excelente. “As respostas apresentadas denotam uma divisão de posicionamento entre os participantes em torno do uso das TIC nas escolas parceiras. Outras respostas aos questionamentos, aliadas a interpretação dessa, permite-nos, em certa medida, compreender que para grande parte dos alunos (mais de 50%) a presença do aparato tecnológico não garante, por si só, o ensino mediados pelas TIC”, avaliam os professores.

Acesse o site de jogos em

http://www.ead.ufms.br/atividades_linguas/atividades/index.html


Fonte e fotos: UFMS