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Historicamente isolado, Pantanal ganha estradas para retirada do gado na cheia

on sab, 20/10/2018 - 18:36
sábado, 20 Outubro, 2018 - 18:30

Hoje o pantaneiro tem a opção de retirar o gado em caminhões na cheia - Foto: Divulgação

Historicamente isolados, por conta das cheias e dificuldade de transporte, os produtores rurais do Pantanal sul-mato-grossense começam a serem interligados por estradas construídas pelo Governo do Estado. Investimentos em infraestrutura na região, que a interligou com estradas e pontes, mudou essa realidade, e hoje o pantaneiro tem a opção de retirar o gado em caminhões na cheia.

A meta do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) é criar uma rota rodoviária estadual de 1 mil quilômetros e integrar os municípios do Pantanal, desde as regiões Norte – Sonora, Coxim, Rio Verde e Rio Negro –, Oeste – Aquidauana, Miranda e Corumbá – e Sul – Porto Murtinho –, com conexão a Bodoquena, Bonito e Jardim, principais destinos de ecoturismo. Esse corredor de produção pecuária e ecologia será concretizada no segundo mandado de Azambuja, que concorre à reeleição nas eleições deste ano.

Com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário (Fundersul), o Estado executou frentes de obras entre Bonito, Bodoquena, Porto Murtinho e Miranda e atualmente executa o trecho de maior desafio dentro da planície pantaneira, a ligação de Corumbá com Rio Negro, Rio Verde e Coxim, região conhecida por Nhecolândia. Não são longas distâncias, contudo não havia estrada implantada e o caminho é arenoso, intransponível na cheia.

Além do cascalhamento de 40 quilômetros da MS-228, a partir da Curva do Leque (entroncamento com a MS-184, trecho da Estrada-Parque, em Corumbá), a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), executa outros 19 quilômetros da mesma rodovia entre a Vazante do Castelo e a Fazenda Conceição, entre Aquidauana e Rio Verde. Também foram implantados com aterro 34 quilômetros da MS-423, descendo a Serra da Alegria (Rio Verde) até a Fazenda Morrinho (Corumbá).

Os investimentos ultrapassam R$ 40 milhões e está projetada também a implantação da MS-214, interligando os pantanais do Paiaguás e Nhecolândia, a partir de Coxim, na confluência da ponte de concreto sobre o Rio Taquari. Numa segunda etapa, será implantada a estrada que liga a ponte a Serra da Alegria, completando uma logística por terra que o pantaneiro jamais imaginou em mais de 200 anos de ocupação do bioma.

Para o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, as estradas vão valorizar o gado e facilitar a saída desses animais na cheia, reduzindo custos de transporte. “A Nhecolândia é a maior produtora de boi gordo, abastecendo 40% do nosso mercado”, disse.


Fonte: Correio do Estado