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Avião que fez pouso forçado em Camapuã teve superaquecimento no motor apontou a perícia

on qua, 17/03/2021 - 20:28
quarta-feira, 17 Março, 2021 - 20:15

A operação Ícaro teve uma nova fase nesta semana, com perícia no aeroporto Santa Maria, em Campo Grande. As equipes estiveram em uma oficina, onde estava a aeronave pilotada por um médico, de 65 anos, que fez um pouso forçado em Camapuã, a 145 km de Campo Grande.

Queda de avião em Camapuã nesta quarta-feira (30) — Foto: Redes Sociais/Divulgação

Na ocasião, participaram policiais do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), além de técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e Departamento de ciência e tecnologia aeroespacial (DCTA).

"Nós abrimos o motor para começar a análise e verificamos que houve problema na manutenção. Ele estava com bloco estourado e estamos verificando se houve erro na manutenção, se faltou lubrificação e, com isso, teve aquecimento e rompimento do motor, apontando desgaste de componente interno, com falha na lubrificação, ocasionando superaquecimento e rompimento de biela e do bloco do motor", afirmou ao G1 o perito criminal Sávio Ribas. Clique AQUI e veja o vídeo.

Na sequência, a investigação também analisa as cadernetas da aeronave. "Houve um buraco no motor, estourando o bloco. Isso é algo muito grave, a vítima poderia ter morrido, então, estamos verificando se houve falha na manutenção, mesmo quando passou por revisões na oficina ou então se foi desgaste natural mesmo. Vamos então continuar analisando a documentação no decorrer do inquérito", explicou Ribas.

Em outubro de 2020, a investigação do Dracco já tinha essa linha de investigação e ressaltou que o médico de 65 anos, não teve ferimentos graves e "nasceu de novo".

"Ele [piloto] fazia um voo sem tração, sem motor. Era um voo de forma tranquila, exatamente como deve ser feito. No entanto, próximo do solo, uma altura de cerca de 70 metros, houve um choque. Talvez seja por conta do terreno, alguma elevação ou até mesmo uma árvore próxima que ele tentou desviar e então a aeronave perdeu velocidade e estolou, perdeu a sustentação e caiu que nem uma pedra", avaliou na ocasião o piloto policial especialista e credenciado como agente de segurança de voo, Roberto Medina.

Outra evidência que mostra que a aeronave se chocou com o solo e o motor parado foi o cenário apresentado pelas condições das hélices, sendo este um sinal de que o veículo não apresentava nenhum movimento rotacional no momento de contato com solo.

Entenda o caso

O piloto fez um pouso forçado em Camapuã no dia 30 de setembro do ano anterior. Segundo testemunhas, o avião saiu de Araçatuba (SP) e estava à caminho de Cáceres (MT), quando houve o pouso forçado. Ele estava sendo ocupado somente pelo piloto.


Fonte: G1