Além das chuvas mais intensas e regulares que no ano passado, a vitória de Donald Tramp para a presidência dos Estados Unidos é outra boa notícia para os produtores de soja, que em Mato Grosso do Sul já haviam plantado, no dia primeiro de novembro, 72% dos 4,5 milhões de hectares previstos para este ano. Isso significa dez pontos percentuais acima daquilo que havia sido semeado no ano passado na mesma data.
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Segundo Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, a tendência é de que o futuro presidente dos Estados Unidos, que é mais protecionista que o atual
A previsão de seca em Mato Grosso do Sul, com estiagem prolongada para as próximas semanas, e as enchentes que devastam o Rio Grande do Sul, podem gerar mudança na produção de milho e de soja do estado sul-mato-grossense. Um dos impactos esperados é aumento do preço desses produtos.
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O encarecimento desses alimentos, por sua vez, gera um “efeito dominó”, levanto ao aumento do preço de outros produtos como o óleo de soja e a carne, já que a ração usada na criação de proteína animal é obtida desses itens.
“Na 2ª safra de milho de 2023/2024 já observamos perdas
De acordo com o último boletim semanal da APROSOJA/MS, a estimativa é que a safra seja 6,5% maior em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 4,265 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 54 sc/ha. Gerando a expectativa de produção de 13,818 milhões de toneladas.
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Em Sonora, Pedro Gomes, Coxim, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Camapuã, Bandeirantes, Rio Negro, Corguinho, Rochedo e Jaraguari, a soja encontra-se entre fase fenológica entre V4 e R8. Foi observado baixas infestações das plantas daninhas, pragas e doenças.
Mato Grosso do Sul nunca exportou tanta soja quanto em 2023. Foram 7,6 milhões de toneladas do grão enviadas ao mercado externo, que geraram faturamento de 3,9 bilhões de dólares no ano passado.
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Os dados são do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), compilados pela Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Em 2023, a soja representou 37,5% de todos os produtos exportados por Mato Grosso do Sul.
Mesmo sendo líder na pauta de exportações há anos, em 2023 as vendas do grão para o mercado
A área de cultivo de soja em Mato Grosso do Sul aumentou 100% no período de 10 anos. Dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS) apontam que, na safra 2013/2014, foram 2,1 milhões de hectares dedicados ao cultivo da oleaginosa. A estimativa para o ciclo 2023/2024 sugere 4,2 milhões de hectares.
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No mesmo período, a produção mais que dobrou: há 10 anos, o volume de soja colhida foi de 6 milhões de toneladas. Já a projeção para o ciclo que tem início a partir deste mês é de 13,8 milhões de toneladas – alta de 130%.
Levantamento do Valor Bruto da Produção (VBP) de Mato Grosso do Sul, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária nesta semana, prevê que Mato Grosso do Sul alcance recorde de produção em 2023.
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Conforme a projeção, a soma de todas as vendas dos produtos agrícolas realizadas no Estado em 2023 deve atingir R$ 55,78 bilhões, um aumento de 13,49% em comparação ao apurado no ano passado.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, com esse aumento, Mato Grosso do Sul terá o 7º maior VBP do País,
Mato Grosso do Sul consolidou a troca do binômio “boi-soja” pela “celulose-soja”. O atual retrato ganha força principalmente na região leste, onde o eucalipto marca a rota de Campo Grande a Três Lagoas. Por ali, predominava o boi, facilmente avistado durante qualquer viagem pela BR-262, num cenário de cerrado e cupinzeiros. O gado, aliás, vem em retração. Há 20 anos, Mato Grosso do Sul tinha o maior rebanho do Brasil, agora, fica com o quinto lugar no ranking nacional.
Minério, pecuária, soja, eucalipto: a produção em Mato Grosso do Sul. (Arte: Campo Grande News)
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou na quarta-feira (8) o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola – Estatística de Produção Agrícola de janeiro de 2023. Conforme a pesquisa, Mato Grosso do Sul está em 5º lugar como o maior produtor nacional de grãos. Além disso, o maior rendimento médio por ano da safra foi o da cana-de-açúcar no Estado, com valor de 70.878 (kg por hectare).
Como nas safras anteriores, o mês de janeiro vem apresentando rápido aumento nos relatos de ferrugem-asiática nas regiões produtoras de soja. Segundo levantamento do Consórcio Antiferrugem, na safra 2022/23, há 129 relatos da doença e a ferrugem está presente em nove estados brasileiros, sendo 79% das ocorrências em lavouras comerciais na fase de enchimento de grãos. Em Mato Grosso do Sul, que registrou o primeiro foco no final de novembro de 2022, já soma 24 ocorrências, só ficando atrás do Paraná, que tem 53.
Segundo monitoramento da Embrapa-Soja, na mesma época na safra passada, eram 59
Com alto volume de chuva, o cenário é favorável para que as lavouras de soja tivessem um desenvolvimento muito bom, porque a plantação está num período que não pode ter deficiência hídrica. Boa parte das lavouras de Mato Grosso do Sul, que foram semeadas no mês de outubro, está no momento que a planta demanda bastante água e uma deficiência hídrica acentuada impacta bastante em redução de produtividade de grãos.
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Em entrevista ao programa +Agro, da TV Morena, o pesquisador da Embrapa Rodrigo Arroyo Garcia falou sobre a situação da soja no estado.